Operação da PF contra tráfico de armas é exemplar
O Globo
Em vez de disparar tiros a esmo, com risco à
população, investigação cercou o flanco financeiro dos criminosos
Foi oportuna e exemplar a operação da Polícia
Federal (PF) deflagrada nesta quinta-feira para combater o tráfico
internacional de armas, responsável por abastecer organizações criminosas que
infernizam a vida dos brasileiros. Em vez de disparar tiros a esmo que, além de
pouco resultado prático, trazem riscos à população de áreas conflagradas, a PF
desmantelou a quadrilha por meio de inteligência, longa investigação e
cooperação entre diferentes órgãos. A operação cercou o flanco financeiro da
organização criminosa, mirando no bolso dos traficantes.
A PF desbaratou uma quadrilha acusada de ter
enviado, ao longo dos últimos anos, 2 mil fuzis de Miami, nos Estados Unidos,
para comunidades do Rio dominadas pelo Comando Vermelho. As investigações
começaram em 2017, quando foram apreendidos 60 fuzis no Aeroporto Internacional
Tom Jobim/Galeão. As armas, de uso restrito, estavam escondidas numa carga de
aquecedores de piscina.
Um dos alvos da ação, batizada Cash Courier, foi o policial federal aposentado Josias João do Nascimento, conhecido como “Senhor do senhor das armas”, segundo reportagem do Bom Dia Rio, da TV Globo. Era ele quem chefiava o bando que, durante anos, foi comandado por Frederik Barbieri, considerado o maior traficante de armas do Brasil. Desde 2018, o brasileiro Barbieri está preso nos Estados Unidos, onde cumpre pena de 12 anos e oito meses de prisão por tráfico internacional de armas.