Na visão sobre o BC, Lula e Trump são almas gêmeas
O Globo
Ambos atrapalham combate à inflação ao dar declarações criticando política de juros
Por motivos distintos, o mercado aguardou com
ansiedade o anúncio da taxa de juros no Brasil e nos Estados Unidos.
Aqui, Gabriel Galípolo comandou a primeira reunião do Comitê de Política
Monetária (Copom) como presidente do Banco
Central (BC) desde que foi indicado para o cargo pelo presidente Luiz
Inácio Lula da
Silva. Ela confirmou o que era esperado desde dezembro: a Selic subiu 1 ponto,
para 13,25% ao ano. Nos Estados Unidos, o Fed fez o primeiro anúncio depois da
posse de Donald Trump.
Também como esperado, interrompeu a série de cortes consecutivos que promovera
desde setembro – e manteve os juros em 4,5%.
Outro aumento da Selic da mesma magnitude está previsto para março. É uma medida indesejada, mas necessária diante da escalada da inflação. Com a maioria dos diretores do BC escolhidos pelo PT, Lula não deverá mais abusar da demagogia, como fazia com o ex-chefe do BC, Roberto Campos Neto, transformado pelos petistas em bode expiatório para as mazelas econômicas. Mas o governo precisa fazer muito mais para ajudar no controle da inflação.