sábado, 25 de fevereiro de 2012

BH: Ofensiva tucana para ser vice

PSDB reivindica maior participação da sigla na campanha de Lacerda à prefeitura e em eventual governo de BH, além de foco da aliança com os socialistas na disputa deste ano

Alice Maciel

Os tucanos começaram a colocar as cartas na mesa e entraram com tudo para ter mais espaço na campanha do prefeito Marcio Lacerda (PSB), pré-candidato à reeleição no Executivo de Belo Horizonte, e no próximo governo municipal. Entre as reivindicações dos tucanos apresentadas ao PSB, durante uma reunião ontem na casa do prefeito da capital mineira, está a vice-prefeitura, antes desdenhada pelo presidente estadual do partido, Marcus Pestana. Durante coletiva de imprensa ontem, na sede do PSDB, o político deixou transparecer que a indicação do candidato à vice-prefeitura será um ponto crucial na aliança com os socialistas. Ele ressaltou que "o vice-prefeito deverá encarnar o espírito da aliança".

Questionado várias vezes se o partido queria a cadeira, Pestana foi escorregadio e disse que o PSDB vai fazer "o que for necessário para colaborar para a vitória e êxito do segundo mandato do prefeito". De acordo com ele, não importa de qual partido seja o vice, desde de que ele não tenha foco em 2016. Além da vice-prefeitura, outros sete itens foram colocados na pauta pelos tucanos durante a reunião com os socialistas. Solicitado por Pestana, o encontro reuniu o prefeito Marcio Lacerda, o presidente municipal do PSDB, João Leite, o presidente estadual do PSB, Walfrido Mares Guia, o secretário-geral do PSB em Minas Gerais, Mário Assad. Na quinta-feira à noite, o PSB havia desmarcado almoço agendado para ontem com os tucanos, devido ao desconforto gerado pelo conjunto de reivindicações do PSDB, antecipadas na semana passada pelo Estado de Minas. Os socialistas não foram localizados pela reportagem para comentar sobre o encontro.

Além da indicação do vice na chapa majoritária, o PSDB quer maior participação nos eventos de campanha e em um eventual futuro governo. Segundo Pestana, esses itens já estão acertados com o PSB. "O PSDB tem hoje uma participação na prefeitura desproporcional ao seu tamanho. O partido é o maior de Minas. Nós queremos que, no segundo mandato de Lacerda, tenhamos participação proporcional ao peso político", ressaltou.

A valorização da chapa de vereadores do PSB, em caso de coligação proporcional, e a aliança formal também já são assuntos Sque estão fechados com o partido de Lacerda, segundo o presidente estadual do PSDB. Os tucanos querem uma coligação transparente e que o senador Aécio Neves (PSDB), o governador Antonio Anastasia (PSDB) e as lideranças petistas Fernando Pimentel e Patrus Ananias subam juntos no palanque. "Temos que dizer qual é o sentido da aliança, quem a compõe, quem são os líderes, qual é o programa", ressaltou Pestana.

Apesar de defender a união, o presidente do PSDB cutucou os petistas em vários momentos. Segundo ele, o PSDB não vê nenhum empecilho em sentar com o PT, e o problema dos petistas é psicológico. Até o ex-presidente Lula levou uma cutucada: "Eu creio que a questão no PT (em relação à aliança) já está resolvida, porque não há mais democracia interna no partido. Na verdade, há um comando sólido e firme do Lula".

As duas últimas demandas dos tucanos apresentados ontem foram o foco nas eleições de 2012, sem que sejam colocados em jogo 2014 e 2016, e a intensa participação de Aécio e Anastasia nos programas de rádio e televisão e nas demais peças de campanha, "para tornar claro o conteúdo da aliança". Para isso, a aliança formal é essencial, já que a legislação eleitoral não permite que lideranças de partidos participem da campanha apenas com apoio informal.

FONTE: ESTADO DE MINAS

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