Trump significa menos crescimento e mais
inflação
O Globo
É sombria a conclusão de estudo da OCDE
sobre o impacto da guerra comercial na economia global
A partir desta semana, carros importados
começarão a pagar 25% de taxa para entrar nos Estados Unidos,
dez vezes o que pagavam antes. Decretadas na semana passada, as tarifas sobre
automóveis são o último lance na guerra comercial deflagrada por Donald Trump,
cujo desfecho não se vislumbra. O resultado da onda tarifária já está claro.
Ela terá dois impactos na economia global: mais inflação e menos crescimento.
Essa é a conclusão de um relatório da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A Câmara de Comércio Americana para a União Europeia, a que estão filiadas mais
de 160 empresas dos Estados Unidos que atuam no bloco, estima que a imposição
de tarifas de lado a lado põe em risco US$ 9,5 trilhões em comércio e
investimentos bilaterais.
Trump anunciou em novembro 10% de sobretaxa nas importações da China e, em fevereiro, 25% sobre todas as importações de aço e alumínio. Considerando as duas medidas, a OCDE estimou desaceleração no crescimento mundial de 3,2% em 2024 para 3,1% em 2025 e 3% em 2026. Mas esse é o cenário menos preocupante, em que a Casa Branca continuaria a taxar com gravames adicionais apenas produtos que não fazem parte do acordo comercial dos Estados Unidos, México e Canadá (USMCA). E não considera a última rodada sobre automóveis.