O STF não está imune a críticas, mas o objetivo da extrema-direita é desqualificar por completo a atuação da Corte
O Supremo Tribunal Federal vem impulsionando
as denúncias formuladas pela Procuradoria-Geral da República contra o
ex-Presidente da República Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas pelos crimes de
organização criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de
Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio
tombado. Por essas razões, intensificam-se as críticas aos atos de persecução
penal e jurisdicionais da Corte Constitucional.
Críticas não são apenas aceitáveis, mas desejáveis em qualquer sistema democrático. A posição assumida pelo Judiciário para a vida em sociedade o coloca, invariavelmente, sob o crivo do questionamento. Ao Judiciário cabe, nas democracias contemporâneas, a última palavra em termos de interpretação da ordem jurídica. Em países como os latino-americanos, providos de Constituições analíticas, diversas decisões sobre da vida pública, em comunidade e dos comportamentos humanos são transferidas para o âmbito jurisdicional.