Prisão de Collor é decisão correta diante de evidências
O Globo
Para evitar justiçamento ou impunidade, é
fundamental o respeito a todos os ritos jurídicos
Em razão de um pedido de destaque do ministro
Gilmar Mendes, o plenário do Supremo Tribunal Federal ainda examinará em sessão
presencial a decisão do ministro Alexandre
de Moraes que determinou a prisão do ex-presidente e ex-senador Fernando
Collor de Mello por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, crimes
revelados pela Operação Lava-Jato. Na sessão virtual, ela já conta com maioria
de seis ministros. Trata-se de uma decisão correta. A Justiça ofereceu todos os
caminhos possíveis para Collor se defender, e as evidências reunidas ao longo
do processo justificam a prisão. Diante delas, causaria espanto se mais esse
caso da Lava-Jato não desse em nada.
Em 2023, Collor foi condenado a oito anos e dez meses de prisão, sob a acusação de participar de um esquema de corrupção na BR-Distribuidora. As investigações foram aprofundadas depois de delações premiadas do doleiro Alberto Youssef, do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e do empresário Ricardo Pessoa. As denúncias foram corroboradas por provas recolhidas pela Polícia Federal. Esgotados todos os recursos, Collor foi detido na madrugada desta sexta-feira, em Maceió (AL), e aguardará preso a decisão do plenário.