quarta-feira, 23 de abril de 2025

O que a mídia pensa | Editoriais / Opiniões

Ao atacar Powell, Trump repete populismo de Lula

O Globo

Incapazes de recuar em políticas inflacionárias, presidentes se voltam contra autoridade monetária

Enquanto, no front externo, Donald Trump mina o comércio global com sua guerra tarifária, internamente centra baterias contra Jerome Powell, presidente do banco central americano, o Fed. Numa rede social, Trump voltou a exigir que Powell baixe a taxa de juros. Não demorou para desabarem as Bolsas de Valores americanas, subirem os juros pagos pelo governo americano para tomar dinheiro emprestado no mercado, e aumentar a crise de confiança no dólar. Mesmo com pequena recuperação depois, a corrida em busca de um porto seguro para os capitais fez o preço do ouro romper, pela primeira vez, a barreira simbólica dos US$ 3.500 a onça.

A estratégia de Trump se assemelha à do presidente Luiz Inácio da Silva quando Roberto Campos Neto era presidente do Banco Central (BC). Num primeiro momento, o governo adota políticas irresponsáveis e inflacionárias. No caso de Trump, as tarifas. No de Lula, a expansão do gasto público. Em seguida, ciente da missão das autoridades monetárias de proteger o valor da moeda, o presidente tenta passar adiante a culpa pelo problema que criou. Não há coloração política imune ao populismo econômico.

União é a cara do Brasil - Vera Magalhães

O Globo

Partido é agrupamento de políticos com objetivos pessoais a serviço de projeto empresarial de seus dirigentes

Se um partido sintetiza todos os vícios que explicam a disfuncionalidade da política brasileira hoje, ele atende pelo tão cínico quanto eloquente nome de União Brasil. Formado pela junção de siglas que não tinham nada a ver uma com a outra — o PSL que havia crescido com a vinda de Jair Bolsonaro e o DEM, por sua vez ex-PFL — com o único propósito de concentrar fundos partidário e eleitoral, é um agrupamento de políticos com objetivos pessoais específicos, a serviço de um projeto empresarial de seus dirigentes.

Por isso mesmo, é sinal inequívoco da perda de capacidade de liderança de Lula levar um “não” de um deputado jovem e desconhecido de um estado fora do eixo de poder, convidado sem ter currículo algum para comandar um ministério antes relevante, mas nos últimos anos entregue ao fisiologismo sem disfarces. Qualquer leitor do GLOBO que for colocado diante de uma fileira de cinco fotografias de homens jovens de barba e terno com certeza terá dificuldade de apontar entre eles o deputado Pedro Lucas (MA), que atualmente exerce a função de líder do União.

Francisco e Brasil - Bernardo Mello Franco

O Globo

Dilma, Temer e Lula buscaram se aproximar de pontífice; capitão preferiu tratá-lo como inimigo

No avião a caminho do Rio, Francisco brincou: “O Papa é argentino, mas Deus é brasileiro”. Era julho de 2013, e o pontífice fazia sua primeira viagem internacional no comando da Igreja.

Francisco dedicou atenção especial ao país com a maior população católica do mundo. Os políticos brasileiros aproveitaram para cortejá-lo — com raras exceções.

Presidente na época do último conclave, Dilma Rousseff foi ao Vaticano para a missa inaugural do Papa. No dia seguinte, os dois conversaram por cerca de meia hora. “Ele fala em portunhol igual à gente”, comentou a petista, na saída da audiência. “É um Papa muito normal, viu?”, surpreendeu-se.

Michel Temer esteve com Francisco duas vezes, ambas como vice-presidente. Na primeira, representou o governo ao fim do encontro de jovens no Rio. “Eu estava inspirado no meu discurso. Disse que o Papa era argentino, mas a partir daquele momento residia no coração dos brasileiros”, recorda.

Igreja à espera de João XXIV – Elio Gaspari

O Globo

Francisco tentou, mas não conseguiu

O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio foi eleito Papa em março de 2013. Desde 2005, quando foi o segundo mais votado no conclave que elegeu Bento XVI, ele admitia a possibilidade de vir a ser escolhido e pensava em tomar o nome de João XXIV. Seria o sinal de que estava determinado a sacudir a Igreja Católica, como havia feito João XXIII (1958-1963).

Angelo Roncalli, patriarca de Veneza, foi eleito Papa aos 76 anos e acreditava-se que faria um breve pontificado de transição. Breve foi, pois João XXIII morreu em 1963, mas nada teve de transitório. Ele convocou um Concílio Ecumênico, aproximou-se das outras igrejas cristãs e diminuiu o fosso que separava os católicos dos judeus.

Depois de João XXIII vieram cinco Papas. Os avanços do Concílio foram contidos, e o catolicismo perdeu milhões de fiéis. O crescimento das igrejas evangélicas no Brasil é um exemplo dessa migração. Aferrada ao celibato dos padres e à condenação da pílula, a Igreja Católica vive uma crise de vocações e de fiéis. A isso, somou-se o escândalo multinacional dos abusos sexuais praticados por religiosos e acobertados pela hierarquia.

Líder do União Brasil desiste de ser ministro e fragiliza governo Lula - Luiz Carlos Azedo

Correio Braziliense

O episódio é um aviso ao presidente Lula de que precisa abrir bem os olhos, porque seu governo é um arquipélago político que perde poder de atração

O Arquipélago de Abrolhos é um tesouro natural localizado na costa da Bahia. São cinco ilhas principais e muitos pequenos recifes à flor da água, um santuário marinho de incrível biodiversidade e beleza cênica, frequentado por baleias-jubartes em lua de mel. Seu nome tem origem nos perigos dos corais e rochas submersas, que dificultam a navegação e já causaram muitos naufrágios.

O nome Abrolhos veio de uma anotação da carta de navegação de Américo Vespúcio. Quando, em 1503, passou por essa região, escreveu: “Quando te aproximares da terra, abre os olhos”. Um dos naufrágios aconteceu com o padre José de Anchieta (José de Anchieta – Cartas, Informações, Fragmentos Históricos e Sermões (Ed. Universidade de São Paulo)”.
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O jesuíta viajava em companhia de outros padres, de Salvador para São Vicente, em duas naus. Na noite de 20 para 21 de novembro de 1560, uma tempestade surpreendeu a missão nos Abrolhos. A embarcação de Anchieta ficou bastante danificada e a de Leonardo Nunes, outro sacerdote, foi inteiramente perdida.

Pedro Lucas recusa convite para Ministério das Comunicações; governo e União Brasil administram crise

Andrea Jubé , Murillo Camarotto e Marcelo Ribeiro / Valor Econômico

Ministra Gleisi Hoffmann comanda reunião para decidir se será mantida a oferta do Ministério das Comunicações para acomodar o União Brasil

O líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, Pedro Lucas Fernandes (MA), confirmou na noite desta terça-feira (22) que não assumirá o Ministério das Comunicações, como chegou a ser anunciado na semana passada. Em nota, Fernandes agradeceu ao convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas disse que irá contribuir mais no Congresso do que no governo.

"Sou líder de um partido plural, com uma bancada diversa e compromissada com o Brasil", disse o parlamentar. "A liderança me permite dialogar com diferentes forças políticas, construir consensos e auxiliar na formação de maiorias em pautas importantes para o desenvolvimento do Brasil", afirmou Fernandes na nota.

A anistia e o caso italiano - Marcelo Godoy

O Estado de S. Paulo

O exemplo de Pertini após o assassinato de Germana Stefanini e a lição na defesa da ordem democrática

Germana Stefanini tinha 56 anos. Ela voltava do presídio de Rebbibia, onde trabalhava como carcereira auxiliar, quando foi surpreendida por três jovens armados em seu prédio, na periferia de Roma. Eram integrantes de um grupelho ligado a uma dissidência das Brigadas Vermelhas, o Poder Proletário Armado.

Os terroristas entraram com a vítima em seu apartamento e a fotografaram diante de um cartaz com palavras de ordem. Diziam formar um tribunal revolucionário e a submeteram a interrogatório. Mera propaganda, pois sentença já havia. Aquela funcionária, de origem proletária, cujo trabalho era revistar os pacotes recebidos pelos presos, foi executada com um tiro na cabeça, e o corpo, abandonado no porta-malas de um Fiat 127.

A história é reconstruída no pungente Una come noi (Uma como nós), livro recém-lançado na Itália pelo jornalista Giovanni Bianconi. A obra mostra o abismo da luta armada e o uso da violência na política por grupos da direita e da esquerda. Quanto maior a fé por trás das ações extremistas, menor o valor da vida. “No limite, ela não vale nada”, escreveu Albert Camus, em O Homem Revoltado.

Movimento sindical brasileiro na encruzilhada - Fernando Exman

Valor Econômico

Partidos de centro têm ocupado espaços estratégicos no sindicalismo

Ficou em segundo plano uma declaração recente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a ajuda que ele pretende dar à articulação política das centrais sindicais. Elas enfrentam dificuldades para emplacar sua agenda em Brasília e vivem uma crise de representatividade em setores relevantes dos trabalhadores.

A fala de Lula ocorreu no fim do mês passado, durante entrevista coletiva convocada em Tóquio para que fizesse um balanço de sua viagem ao Japão. Além da iminente guerra tarifária e temas geopolíticos, o reportariado estava ansioso para colher algum comentário sobre a decisão que a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) acabara de proferir aceitando a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de Estado.

O penoso trabalho de cortar despesas -Lu Aiko Otta

Valor Econômico

Economia com pente-fino em benefícios sociais deve ficar abaixo do que governo esperava

Deverá ficar aquém do esperado o pente-fino em benefícios sociais, com o qual se pretendia economizar R$ 25,9 bilhões neste ano. O governo cortou em 65% a estimativa de redução em despesas no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), de R$ 7,2 bilhões para R$ 2,5 bilhões. Também está abaixo do esperado a cessação de Benefícios de Prestação Continuada (BPC) pagos irregularmente.

Os dados foram divulgados na semana passada, quando foi enviado ao Congresso Nacional o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026. Demonstra a dificuldade do governo em reduzir despesas, mesmo quando se trata de cortar despesas indevidas.

Triste, mas o Brasil não é o país do futuro - Nilson Teixeira*

Valor Econômico

Discursos sobre o país se beneficiar com a guerra comercial são vazios e pouco fundamentados

O Brasil é um país atrasado frente à China sob quase todas as óticas, a não ser, principalmente, nas questões de direitos humanos, bem como de liberdade política e de expressão. Essa avaliação tem ficado ainda mais patente na minha longa viagem à China, mesmo quando não considero impressões extraídas de suas principais cidades, como Pequim, Xangai, Shenzhen ou Guangzhou. Não é só isso: o caminho na mesma direção de outros países da Ásia reforça a leitura de que o Brasil deixou de ser o país do futuro há muito tempo.

A expectativa de que o Brasil possa se beneficiar com a guerra comercial, com possível reversão desse atraso, não faz sentido. O país até exportará mais produtos agrícolas para a China, mas a venda dessas commodities para outros mercados diminuirá por conta de sua oferta inelástica. Do mesmo modo, as exportações brasileiras para os EUA não aumentarão de forma significativa, pois o país não tem capacidade de prover os mesmos produtos ofertados pela China, como eletrodomésticos, produtos eletrônicos, bens tecnológicos nem bugigangas.

Choque comercial de Trump atinge a economia - Martin Wolf*

Valor Econômico

Não podemos nos dar ao luxo de continuar no rumo do desastre econômico e político

Ao longo das duas últimas décadas, a economia mundial tropeçou de um choque para outro: a crise financeira; a guerra comercial do primeiro mandato de Donald Trump contra a China; a covid-19; a inflação pós-pandemia; a invasão da Ucrânia pela Rússia; a guerra no Oriente Médio; e agora a guerra comercial “vamos detonar a economia mundial só por diversão” de Trump 2.0, que trouxe as tarifas de importação médias dos Estados Unidos de volta a níveis que não se viam há mais de um século, com a possibilidade de que haja mais por diante se as “tarifas recíprocas” forem impostas de novo.

Cabe ao Fundo Monetário Internacional (FMI) compreender qual é o sentido desse choque desnecessário e o que ele pode significar para a economia mundial. Em seu último relatório Perspectivas da Economia Mundial (WEO, na sigla em inglês), o FMI fez o melhor que pôde para decifrar isso. Mas isso não quer dizer que ele tenha entendido. Ninguém entende. Além das fragilidades deixadas por turbulências anteriores e da ignorância habitual sobre como nossa complexa economia mundial funciona, todos nos defrontamos com a enorme dificuldade de que não temos ideia do que Trump fará a seguir ou de como outros reagirão.

Brasil e Chile: desafios para a integração de infraestrutura - Pedro Silva Barros*

Correio Braziliense

O estabelecimento de uma rede interoceânica de infraestrutura e logística é a forma de garantir escala para conexões diretas entre o Pacífico sul-americano e os principais portos do leste asiático

Neste 22 de abril, comemora-se 189 anos das relações bilaterais entre o Brasil e o Chile. Embora não tenham fronteiras terrestres compartilhadas, os dois países cultivam histórica amizade e são fundamentais tanto para a estabilidade política regional como para a integração econômica da América do Sul, especialmente em infraestrutura. 

Atualmente, convergem na defesa da democracia, dos direitos humanos e no combate aos extremismos. Agendas importantes, mas insuficientes em um cenário de polarização multinível.

Um papa conservador e progressista - Vinicius Torres Freire

Folha de S. Paulo

Discussão midiática do catolicismo é cada vez mais banal, ultramundana e ignorante

João Paulo 2º, papa de 1978 a 2005, militou pelo fim do comunismo. Contribuiu por vias indiretas, de efeito prático mínimo, para a derrocada soviética. Era anticomunista por todos os motivos óbvios, inclusive por ser polonês. Acabou por fazer parte da frente liderada por Ronald Reagan, que estressou até a morte o coração econômico-militar da União Soviética.

Francisco era das lideranças políticas mais sensatas e habilidosas do planeta, uma raridade. Procurou reformar o Vaticano, suas finanças e corrupções, refazer o colégio de cardeais ou dar um destino sério, mas ainda muito discreto, ao caso da pedofilia, tudo isso sem causar terremoto que o incapacitasse politicamente. Para quem enxerga o catolicismo pelo monóculo da política ou de guerras culturais, parecia alguém que procurava reformar ideias católicas sobre costumes.

Francisco não era bem isso ou muito longe de ser apenas isso; a igreja está dividida, com muitos insatisfeitos com o mundanismo, como o dito progressista. Mas seu fim repercute na mídia por meio de comentários sobre direitos LGBTQIA+ ou de opiniões de evangélicos, sem se levar em conta o que o papa tentava modificar e preservar da doutrina e da prática católicas. Talvez essa pobreza intelectual e, para quem é crente, espiritual, se explique pela decadência do prestígio do catolicismo, pelo desconhecimento do que seja essa religião e a ignorância geral, que tudo vê e tudo mói pela política ou ideologia vulgar, seja no caso de religião ou do que sobrou de ideias e artes.

Ouça um bom conselho – Dora Kramer

Folha de S. Paulo

Dirceu e Santana aconselham Lula a diversificar suas pautas se quiser chegar competitivo a 2026

Governos são o que são na percepção do público, a despeito da versão que oferecem de si. Percebidos como bons ou maus, na avaliação final pesam os resultados. Daí que propaganda tem valor, mas não segura em alta a popularidade de presidentes.

O ministro da Comunicação Social, Sidônio Palmeiradiscorda. Em recente entrevista ao jornal O Globo, manifestou a certeza de que, comunicando melhor, "tudo se ajeita".

Não é o que pensam antigos conselheiros de Luiz Inácio da Silva (PT), como João Santana, marqueteiro de viradas vitoriosas, e José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil e ainda influente no PT. Ambos, há poucas semanas, analisaram a cena em publicações na imprensa.

O dilema da direita pós Bolsonaro - Wilson Gomes

Folha de S. Paulo

Sem romper com os radicais, direita dificulta sua própria normalização republicana

Agora que Bolsonaro está eleitoralmente moribundo, mas ainda é dono do maior patrimônio eleitoral disponível à direita, o campo conservador enfrenta um dilema que é, ao mesmo tempo, moral e pragmático. A sucessão no bolsonarismo se tornou um problema de identidade, viabilidade e sobrevivência. E os caminhos que se abrem diante da direita republicana são, todos, espinhosos.

O dilema pode ser descrito assim: a direita republicana precisa dos votos da extrema direita para se eleger, mas precisa manter distância da extrema direita para se legitimar. Tarcísio de Freitas é o exemplo mais eloquente dessa encruzilhada. Preferido dos donos do dinheiro em São Paulo e herdeiro de Bolsonaro diante da base, equilibra-se entre o desejo de parecer confiável para o sistema e o medo de ser abandonado pelo rebanho que ainda venera o mito. Quer a legitimidade, mas não pode ser lido como um ingrato e interesseiro que abandona o líder agonizante.

Erro paradigmático - Hélio Schwartsman

Folha de S. Paulo

Trump se volta contra o comércio que tornou a humanidade mais rica e mais pacífica

O comércio entre nações contra o qual Donald Trump agora se insurge —o que, paradoxalmente, coloca esse líder de extrema direita em linha com setores da esquerda— foi uma das melhores coisas que aconteceu à humanidade. O comércio contribuiu de forma não trivial para nos deixar mais prósperos e também menos belicosos.

O primeiro efeito é obtido por uma espécie de "socialização" de vantagens comparativas. Por caprichos da geografia e da história, países diferem na eficiência com que produzem coisas.

Um triste interregno na Igreja de portas abertas - Felipe Vidal

Fui convidado a escrever sobre o falecimento de Francisco poucas horas depois do ocorrido. Acredito que isso tenha se dado pelo fato de ter o Estado do Vaticano como principal objeto de meus estudos, mas poderia não ser, devido a admiração existente e justificada vinda de um indivíduo sem nenhuma crença. O fato é que o mais recente Papa esteve longe, propositalmente, de exercer uma liderança somente religiosa e tampouco apenas sobre católicos pelo mundo. Seu pontificado encontrou intensa consonância com grupos historicamente rejeitados pela Igreja. Dentre suas muitas transgressões, alertou, logo em sua primeira entrevista, sobre a importância de olharmos com atenção ao inconformismo dos jovens. O argentino definiu o sonho utópico como algo bonito e necessário em tempos difíceis.

Por unanimidade, 1ª Turma do STF torna réus seis envolvidos na trama golpista de 2022

Ana Pompeu e Cézar Feitosa / Folha de S. Paulo

Núcleo que teve acusação avaliada inclui ex-auxiliares de Bolsonaro e ex-chefe da PRF

A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) tornou réus, por unanimidade, mais seis envolvidos na trama golpista de 2022. Assim, até o momento, 13 acusados vão responder a processo penal na corte.

O colegiado analisou nesta terça-feira (22) a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o núcleo 2 da suposta tentativa de golpe de Estado que manteria o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder a partir de 2023.

Os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin acompanharam integralmente o voto do relator, Alexandre de Moraes, que aceitou a denúncia contra os integrantes do núcleo 2 da denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República).

Bolsonaro e outros 7 foram tornados réus há um mês, por liderar a trama.

Diferentemente do que ocorreu naquela ocasião, quando o julgamento tomou dois dias, desta vez houve pouco debate entre os ministros sobre os termos das acusações. Após Moraes concluir seu voto à tarde, a sessão durou poucos minutos, com os demais magistrados endossando o posicionamento da relatoria.

Poesia | Receita de Mulher - De e na voz de Vinicius de Moraes

 

Música | Casuarina e Frejat - Já fui uma brasa