quinta-feira, 10 de abril de 2025

O que a mídia pensa | Editoriais / Opiniões

Caos promovido por Trump atrai recessão e inflação

Folha de S. Paulo

Guerra comercial entre EUA e China se acirra; há risco de alta de preços aos consumidores e paralisação de investimentos

A maior tentativa de mudança na ordem comercial e geopolítica após a Segunda Guerra Mundial ainda está longe de um desfecho, mas já causa impactos tectônicos no mercado financeiro, produzindo riscos de aumento da inflação e de recessão global.

Há uma semana, o presidente dos Estados UnidosDonald Trump, anunciou uma tarifa mínima de 10% sobre todas as importações e instituiu cobranças adicionais, que chamou de recíprocas, a uma série de países.

A força da língua - Merval Pereira

O Globo

A língua portuguesa é oficial em 33 organizações internacionais — e precisa ser acolhida pela ONU

Depois de inexplicavelmente perderem tempo, os governos de Portugal e Brasil decidiram unir esforços na busca de reconhecimento, pela Organização das Nações Unidas (ONU), do português como língua oficial, assim como já são o mandarim, o espanhol, o inglês, o francês, o árabe e o russo. As navegações e descobertas portuguesas do século XV fizeram do português o primeiro idioma globalizado, mas o poder da língua portuguesa, falada por 280 milhões de pessoas no mundo, como ativo político continua mal explorado.

A escolha do Rio, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), como Capital Mundial do Livro neste ano é um largo passo nessa direção. É a primeira cidade de língua portuguesa homenageada. Para ressaltar a internacionalização da lusofonia, as comemorações começaram com uma solenidade na Academia das Ciências de Lisboa, em conjunto com a Academia Brasileira de Letras, com a presença de representantes dos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), do embaixador do Brasil na CPLP, Juliano Féres, e do secretário municipal de Cultura do Rio, Lucas Padilha.

A fraternidade de Lula - Malu Gaspar

O Globo

Nos quatro dias que passou entre o Japão e o Vietnã, no final de março, o presidente assinou dez acordos bilaterais e 80 instrumentos de cooperação, celebrou a venda de 15 aviões da Embraer para uma companhia japonesa e fez lobby pelo fim de restrições ao etanol e à carne brasileira nos mercados asiáticos. Como em toda viagem internacional, porém, os resultados parecem um tanto vagos e incertos. Os efeitos mais concretos da excursão que levou 84 pessoas para o outro lado do mundo, incluindo oito parlamentares, apareceram mesmo no front doméstico.

Depois do tour, o senador Jaques Wagner (PT-BA) contou que Lula se apaixonou por Davi Alcolumbre, e auxiliares disseram que ele e o presidente da Câmara, Hugo Motta, estavam muito entrosados. Na entrevista que deu ainda no Japão, Lula fez questão de afirmar que foi uma viagem “de muita fraternidade”, e que ela inauguraria “o melhor momento da relação do Congresso com o Executivo”.

Trump recua e finge escalar - Míriam Leitão

O Globo

Donald Trump recuou por pressão do mercado, depois de ter escalado a guerra

A reviravolta de ontem mostra que a maior economia do mundo está desgovernada. O presidente Donald Trump tenta sair do buraco em que entrou, ao disparar rajadas tarifárias contra o mundo inteiro, e procura se concentrar em um “inimigo”, no caso, a China. O problema é que a China e os Estados Unidos somados representam mais de 40% do PIB mundial, o suficiente para produzir um estrago de dimensões sísmicas. Um país que amanhece estabelecendo tarifas e, de tarde, suspende por 90 dias, está perdido no tiroteio que ele mesmo iniciou. O mercado comemorou com altas vibrantes nos pregões, mas a incerteza permanece mesmo com essa capitulação de Trump às pressões do mercado e dos seus bilionários de estimação.

Para se ter uma ideia da tragédia que pode acontecer, se tudo isso for mantido: a economia americana era 6% do PIB global em 1930, quando, por força da emenda Smoot-Hawley, o país elevou as tarifas. O efeito foi aprofundar e estender a Grande Depressão. Além de o PIB americano ser hoje extremamente maior do que naquela época, o comércio global se intensificou nas últimas décadas depois de todo o projeto de integrar as cadeias produtivas, produzindo onde é mais barato e mais lógico produzir.

Trump revira o túmulo de Mao - Maria Cristina Fernandes

Valor Econômico

Recuo de Trump desnorteia o mundo e não permite que os EUA recuperem a confiança

Mao: “As pessoas estão comendo o suficiente?” “Estão comendo tanto que agora fazem dieta”

Mao: “Ainda são capitalistas?”

“Agora estão fazendo negócios com o resto do mundo”

Mao: “Produzimos mais aço que a Inglaterra?”

“Tangshan sozinha produz mais que a América”

Mao: “Superamos o imperalismo social (ex-União Soviética)?

“Eles mesmos se dissolveram”

Mao: “Acabamos com o imperialismo?”

“Somos imperialistas agora”

Mao: “E a minha revolução cultural?”

“Está na América agora”.

O diálogo, reproduzido em redes sociais chinesas anos atrás sobre as perguntas que Mao Tsé-Tung faria hoje se ressuscitasse, voltou a circular em alusão às mudanças que Donald Trump impõe aos EUA.

A da tarde desta quarta-feira, quando recuou do tarifaço global com uma taxa linear de 10% e esticou a corda ainda mais com a China, foi apenas a última. A mensagem que se seguiu, em que fez propaganda das ações de sua própria empresa de comunicação, foi a cereja de uma distopia capaz de sacolejar Mao no seu túmulo.

A próxima etapa do plano de Trump - Assis Moreira

Valor Econômico

Presidente dos EUA age como um comerciante que vende direitos de acesso, comenta professor da escola de negócios suíça IMD

O choque imposto por Donald Trump na semana passada elevou a tarifa de importação média dos EUA de 2,5% para 22,5%, a maior em mais de cem anos. “Isso é uma revolução econômica, e vamos ganhar”, tuitou ele.

Para o secretário do Tesouro, Scott Bessent, o tarifaço é apenas o começo da reordenação da ordem econômica que Trump quer estabelecer. Em mais de uma ocasião, Bessent repetiu que “o sistema de comércio internacional consiste numa rede de relacionamentos militares, econômicos e políticos. Não se pode considerar um único aspecto isoladamente. É assim que o presidente Trump vê o mundo, com interconexões que podem ser reordenadas para promover o interesse do povo americano”.

E agora, José? - Jorge Arbache

Valor Econômico

Caberá ao governo e às elites entenderem o momento histórico e as oportunidades que têm diante de si e agir com foco, ousadia, ambição e determinação

“A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José?”

Este trecho de poesia do genial Carlos Drummond de Andrade expressa angústia, vazio existencial e sensação de não haver saída. Este talvez seja o sentimento daqueles que apostaram tudo na globalização e com ela cresceram, expandiram e até se tornaram protagonistas, mas que agora olham para o futuro com preocupação. Exemplos de frustração com o fim da globalização não faltam - pense na República de Cingapura e na empresa Apple, aos quais retornaremos à frente.

De fato, o “Liberation Day” enterrou de vez a globalização. O sistema de comércio e investimentos baseados em regras e instituições multilaterais está dando lugar a sistemas arbitrários, intervencionistas, protecionistas, discriminatórios e que ferem princípios de jurisdição internacional. O rechaço da Organização Mundial de Comércio (OMC) é apenas a imagem mais visível desse tormento.

A jogada de Trump - William Waack

O Estado de S. Paulo

Donald Trump colocou seu país, e o mundo, diante de um dilema conhecido por jogadores de xadrez. É quando o oponente executa uma jogada que parece ser muito burra, prejudicial a si mesmo, a ponto de suscitar incredulidade.

Mas será que a jogada é mesmo burra, um erro grotesco? Será que não existe um plano ardiloso por detrás de uma mexida nas peças aparentemente tão estúpida?

Como se sabe agora, no caso do tarifaço do “dia da libertação” de Trump, trata-se apenas de burrice mesmo. Economistas e especialistas ainda passarão um bom tempo debatendo aspectos de política comercial internacional, seus desequilíbrios e como o sistema poderia ser reformado.

Tarifaço do Dia do Delírio - José Serra

O Estado de S. Paulo

Cabe avaliar o mal que podem fazer para a humanidade aqueles que vivem das bravatas, os que têm o poder nas mãos e não fazem ideia do que isso significa

Donald Trump ameaçou e cumpriu, mesmo contra todos os analistas que não acreditavam que a irracionalidade tivesse se instalado na Casa Branca. As tarifas do “Dia da Libertação” perpetraram o maior choque comercial da História. Segundo o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, “embora a incerteza continue elevada, está cada vez mais claro que os aumentos tarifários serão significativamente maiores do que o previsto”.

Trata-se da maior tarifa média americana desde os anos 30. Perante os 3% atuais, as estimativas sobre a tarifa média, no pós-tarifaço, vão de 16,5% a 22%, segundo analistas e instituições financeiras. A única certeza é de que seu efeito será grande, o que já produz uma enorme fila de países à procura das autoridades comerciais americanas para negociar os termos do prejuízo.

A falta de critério técnico para a fixação das novas tarifas já virou chacota internacional e deve ser motivo de vergonha para as instituições americanas. Mas não cabe, aqui, enfileirar as cretinices da baunilha de Madagáscar ou da ilha de pinguins tributados. Cabe avaliar o mal que podem fazer para a humanidade aqueles que vivem das bravatas, os que têm o poder nas mãos e não fazem ideia do que isso significa.

A agenda inescapável - Felipe Salto

O Estado de S. Paulo

Em 2027 País precisará de um programa de ajuste fiscal baseado na contenção do aumento da despesa, no corte das renúncias tributárias e na redução do grau de rigidez orçamentária

O compromisso do atual governo com a responsabilidade fiscal segue duas premissas: recuperação de receitas e cumprimento do chamado novo arcabouço fiscal. Essa estratégia, entretanto, é insuficiente para restabelecer as condições de sustentabilidade.

Para 2027, vença as eleições quem vencer, será preciso promover um programa de ajuste fiscal baseado na contenção do crescimento da despesa, no corte das renúncias tributárias e na redução do grau de rigidez orçamentária. Isto é, será necessário reverter as regras de indexação e de vinculação.

O resultado primário necessário para estabilizar a dívida pública como proporção do PIB, de acordo com nossas estimativas na Warren Investimentos, é de 2% do PIB. Isso se considerarmos a taxa real de juros neutra, de 5%, e um crescimento econômico real ao redor de 2,5%, para uma dívida de cerca de 80% do PIB.

Tarifaço entre EUA e China inicia a guerra comercial do século – Luiz Carlos Azedo

Correio Braziliense

Kissinger previu que a China e os Estados Unidos — uma potência continental e uma potência marítima — travariam uma longa disputa pelo controle do comércio mundial

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escalou ainda mais a disputa comercial com a China e recuou em relação aos demais países, numa manobra com objetivo de isolar o presidente chinês, Xi Jinping, e forçar o gigante asiático a aceitar as exigências protecionistas norte-americanas.

A China resolveu adotar uma política de reciprocidade e taxou em 84% os produtos norte-americanos; em resposta, Trump resolveu pausar seu tarifaço por 90 dias, cobrando apenas 10% de impostos sobre os produtos de todos os países, menos da China, que aumentou para 125%, devido às retaliações anunciadas por Pequim.

Os EUA haviam imposto uma taxa de 104% aos produtos chineses, que entraria em vigor nesta quarta. Em resposta, o Ministério das Finanças da China anunciou que subiria tarifas para 84% sobre os produtos americanos. "Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais, estou, por meio deste, aumentando a tarifa cobrada da China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato", escreveu Trump na Truth Social, sua própria rede.

É o fim da era do dólar? - Benito Salomão*

Correio Braziliense

A nova política tarifária do governo dos Estados Unidos tem causado grande pânico sobre os mercados no mundo todo e produzido uma enorme volatilidade em preços financeiros 

Na última semana, a conjuntura de curto prazo piorou nitidamente. A nova política tarifária do governo dos Estados Unidos tem causado grande pânico sobre os mercados no mundo todo e produzido uma enorme volatilidade em preços financeiros. Desde o fim do regime de Bretton Woods, em que foi sepultado o padrão dólar-ouro e estabelecido o regime de câmbio flutuante, a moeda americana galgou o posto de padrão monetário internacional, o que gerou assimetrias nas relações monetárias entre países.

A teoria monetária de Keynes (1936), pautada na hipótese da preferência pela liquidez, trata a moeda como um ativo demandado por agentes econômicos pelas razões: i) transacional, a moeda é demandada para liquidar transações econômicas quaisquer; ii) precaucional, isto é, num contexto de incertezas, a moeda deve ser demanda para além das necessidades transacionais, a fim amortecer os impactos de choques adversos e; iii) especulativa, que trata a moeda como um ativo que concorre com outros ativos líquidos e ilíquidos como parte dos portfólios de agentes. Neste mundo, a moeda deve ter funções adicionais para além de um mero meio de troca, deve ser também uma unidade de conta e uma reserva de valor.

Cristovam na Academia - José Roberto Arruda*

Correio Braziliense

Nessa trajetória, o ponto mais alto da sua contribuição foi a criação do Bolsa Escola. Essa experiência, incipiente em Campinas e em Belo Horizonte, ganhou, com a ousadia de Cristovam, em Brasília, a visibilidade nacional

O professor Cristovam Buarque semeia educação. Candidato à Academia Brasileira de Letras, Cristovam fez de sua vida uma missão: salvar o Brasil pela educação. Todos sabemos que o ex-reitor da Universidade de Brasília (UnB), governador de Brasília, senador da República e ministro da Educação tem uma obra literária vasta e profunda. Publicou algumas dezenas de livros e trabalhos, todos com um pensamento crítico sobre a formação da sociedade brasileira. A grande maioria voltada para a sua obsessão: a educação. Na vida pública, acrescentou muito ao pensamento político do Brasil.

Nessa trajetória, o ponto mais alto da sua contribuição foi a criação do Bolsa Escola. Essa experiência, incipiente em Campinas e em Belo Horizonte, ganhou, com a ousadia de Cristovam, em Brasília, a visibilidade nacional. E seu projeto foi o berço dos programas que se sucederam de renda mínima, inclusive do próprio Bolsa Família.

Dinheiro grosso chia, Trump pisca - Vinicius Torres Freire

Folha de S. Paulo

Prestígio do presidente dos EUA está no vermelho; bajulação dos Bolsonaro continua

A China acredita que pode aguentar o ataque comercial de Donald Trump por mais tempo do que os americanos. Pelo menos até que Trump e Partido Republicano percam as eleições de meio de mandato de 2026, pelos danos econômicos que teriam causado.

O povo dos EUA já não aguenta muito. O prestígio de Trump está no vermelho desde meados de março, segundo a média das pesquisas do Boletim de Nate Silver. Começou com 51,6% de aprovação e 40% de desaprovação, em 21 de janeiro; em 9 de abril, 46,1% a 50,4%.

No Brasil, Trump tem 22% de imagem positiva e 43% de negativa, segundo pesquisa Quaest de fins de março, antes do tarifaço. Entre os brasileiros que votaram em Bolsonaro no segundo turno de 2022, 44% de imagem positiva e 20% de negativa.

Lula acerta, com ressalvas, em segurança - Thiago Amparo

Folha de S. Paulo

Em outros governos do PT, tema foi silenciado, piorado ou militarizado

Muito se diz sobre a inabilidade da esquerda em segurança pública. As políticas linha-dura da direita tampouco são eficazes. Afrouxar o controle sobre a polícia como quer a direita beneficia policiais corruptos, minoria das forças de segurança; priorizar policiamento ostensivo em vez de inteligência deixa casos sem solução e o crime organizado intacto, enquanto crianças morrem em operações para o asfalto ver.

Se a esquerda é pouco propositiva em segurança (fato), a direita é simplista. Com acertos e erros, Lula faz bem ao se engajar no tema, ao contrário de outros governos petistas, quando foi perigosamente silenciado (Dilma), tragicamente piorado (Rui Costa na Bahia) ou militarizado (Lula 1).

Volta da ultradireita é tragédia contratada - Maria Hermínia Tavares

Folha de S. Paulo

Trump do segundo mandato é muito mais radical do que o do primeiro

Notável pensador alemão do século 19 fraseou que, na história, a tragédia só se repetia como farsa. No caso dos governos populistas de extrema direita dá-se o oposto: seu primeiro mandato é farsa; o segundo, tragédia.

Donald Trump é prova acabada disso. Desde que voltou à Casa Branca tem produzido destruição inigualável. Na mesma semana em que a imposição de tarifas arbitrárias a uma lista enorme de países virou de ponta-cabeça o sistema de comércio mundial, agentes do Doge (sigla em inglês para Departamento de Eficiência Governamental), comandado por Elon Musk, invadiram o Woodrow Wilson Center.

Seu diretor foi forçado a renunciar e no seu lugar foi instalada uma jovem líder da torcida organizada de Trump; chefias e altos executivos foram demitidos; seus funcionários federais colocados em disponibilidade; o reputado programa internacional de pesquisadores visitantes, desativado.

Trump recua diante de retaliação da China - Marcos Augusto Gonçalves

Folha de S. Paulo

Presidente dos EUA vê potência asiática se apresentar como polo da guerra tarifária e tenta angariar apoio para enfrentá-la

Em sua insana guerra tarifáriaDonald Trump conseguiu a façanha de colocar o mundo contra os EUA. A cada dia colheu mais tempestade. Convicto de que o poderio econômico e militar de seu país permitiria usar a intimidação comercial como uma espécie de arsenal nuclear tático, o presidente americano bombardeou o pacto liberal e multilateral do Ocidente, perdeu suas alianças tradicionais na Europa e na Ásia e vê-se agora diante de uma escalada contra a China que, ao que tudo indica, não estava em seus planos iniciais.

Trump destruiu o mundo do pós-Guerra e não colocou nada no lugar. Os sinais são de que o lunático populista e seu estafe delirante sabiam que o tarifaço poderia ser uma arma utilizada em favor dos EUA, mas não exatamente quais seriam seus efeitos reais e não exatamente como lidariam com situações inesperadas.

Projeto China 2025: A batalha pela hegemonia tecnológica mundial - Cláudio Carraly*

Em um cenário global onde a tecnologia se consolida como o principal vetor de poder geopolítico, a China delineou uma trajetória ambiciosa para liderar as indústrias do futuro. O plano Made in China 2025 – MIC 2025, lançado em 2015 pelo Conselho de Estado chinês, emerge como um projeto estratégico fundamental para transformar o país em uma superpotência de alta tecnologia até o ano de 2025. Um dos pilares centrais deste plano é a drástica redução da dependência de importações em setores tecnológicos críticos, com a meta de alcançar uma autossuficiência de 70% até 2049, conforme aponta um relatório do Center for Strategic and International Studies – CSIS.

Esta análise, fundamentada em dados de instituições renomadas como a Organization for Economic Cooperation and Development e em entrevistas com especialistas como Scott Kennedy do CSIS e Paul Triolo do Albright Stonebridge Group, examina o estado atual das tecnologias prioritárias elencadas e definidas pelo MIC 2025, além dos consideráveis obstáculos que se interpõem no caminho da China e as perspectivas em um contexto de crescentes tensões globais.

A questão central que persiste é: o MIC 2025 representa um verdadeiro trampolim para a liderança tecnológica global, ou se configura como um plano vulnerável às sanções internacionais e às próprias limitações internas do gigante asiático? A resposta a esta indagação complexa reside na análise aprofundada de seis setores-chave, que não apenas moldarão o futuro tecnológico da China, mas também poderão redefinir a ordem econômica mundial em curso:

Poesia | João Cabral de Melo Neto - Psicologia da Composição

 

Música | Zizi Possi e Roberto Menescal - O Barquinho(Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli)