O significado do Dia da Vitória
O tirânico
e sanguinário Terceiro Reich liderado pelo maior
inimigo da humanidade de todos os tempos, Adolf Hitler (1889-1945), tinha como
mórbido, sinistro, macabro, louco e supremo objetivo conquistar territórios,
impor seu domínio sobre todas as nações, oprimir e escravizar alguns povos e
liquidar outros – dentre os quais os judeus e os comunistas. Vale lembrar que o
mundo perdeu mais de 70 milhões de pessoas, entre as quais 27 milhões de
soviéticos (entre civis e militares), além dos monstruosos
danos materiais e da destruição irreparável de maravilhosas obras de arte
construídas pela inteligência humana ao longo da história. "A ambição desmedida devora a própria
alma de quem a cultiva", disse Shakespeare em Macbeth.
Já
derrotada, destroçada, desmoralizada e em ruínas a Alemanha nazifascista, no
dia 7 o alto comando alemão no QG dos Aliados na cidade de Reims na França assinou
o termo de rendição preliminar. Em seguida, no histórico dia 8 de maio, os
representantes de todos os vitoriosos exércitos aliados chegaram a Berlim e,
enfim, os alemães na presença do Alto Comando das Forças Aliadas e do Alto
Comando das Forças Armadas Soviéticas assinaram a ata final de rendição, que
entrou em vigor a partir da meia-noite do dia 8 de maio.
Pelo
Comando Supremo do Exército Vermelho Soviético, o Marechal da União Soviética
Georgy Konstantin Zhukov (1896-1974); pelo Alto Comando
Britânico, o Marechal-Chefe da Força Aérea Real Arthur William Tedder (1890-1967); pelas Forças Armadas
dos Estados Unidos da América, o General e Chefe
da Força Aérea Estratégica dos EUA Carl Andrew Spaatz (1891-1974),
e pelas Forças Armadas Francesas, o Comandante-em-Chefe
do Exército Francês. Jean de Lattre de Tassigny (1889-1952).
Pelas
Forças Armadas alemãs derrotadas, estavam o Marechal de Campo e Supremo Comandante da Wehrmacht Wilhelm Bodewin Johann
Gustav Keitel (1882-1946), pela Marinha de Guerra o Almirante-general Hans-Georg Friedrich Ludwig Robert von Friedeburg (1895-1945) e pela Força Aérea representando a Luftwaffe o General Hans Jurgen
Stumpff (1889-1968) – nazifascistas que assinaram o termo de rendição que assim
proclamava:
"Nós,
abaixo-assinados, que negociamos em nome do Alto Comando alemão, declaramos a
capitulação incondicional ante o Alto Comando do Exército Vermelho e ao mesmo
tempo ante o Alto Comando das forças expedicionárias aliadas de todas as nossas
Forças Armadas na terra, na água e no ar, assim como de todas as demais que no
momento estão sob ordens alemãs. Assinado em 8 de maio de 1945 em Berlim.
Em nome do Alto Comando alemão: Keitel, Friedeburg, Stumpf...".
O Instrumento da Rendição Alemã foi
o documento que marcou, oficialmente, o fim da Segunda Guerra Mundial
na Europa. Foi assinado às 22h43m CET do dia 8 de maio de 1945, e a rendição foi levada a efeito às 23h01m CET do mesmo
dia. O dia 8 de maio de 1945 ficou assim conhecido como o Dia da Vitória na Europa, enquanto que, para os soviéticos, o Dia da Vitória é celebrado em 9 de maio,
pois o documento foi assinado após a meia-noite, segundo o horário de Moscou. O
Dia da Vitória não foi apenas o fim
da guerra, mas o desmoronar e a aniquilação de um projeto universal da morte
capitaneado por Hitler. E no dia 9 de maio de 1945, Dia da Vitória para os
soviéticos, Zhukov discursou.
O 8 de maio é a síntese de um torturante
processo histórico, repleto de gigantescos e incontáveis sofrimentos humanos
antes nunca vistos e, ao mesmo tempo, de heroicas ações de resistência e
ofensivas para pôr fim à barbárie nazista e fazer tremular a bandeira da paz e
da liberdade no mundo. A Segunda Guerra Mundial teve início oficialmente em 1°
de setembro de 1939 com a invasão alemã à Polônia. Em 3 de setembro Inglaterra
e França declararam guerra à Alemanha, que, em seguida, entre 1939 e 1941,
ocupou a Dinamarca, Noruega, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, França, Iugoslávia e
Grécia.
No fim de julho de 1940, em uma
reunião feita em Berghof pelos altos comandantes militares
germano-nazifascistas, definiu-se o período da agressão à União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas (URSS): primavera de 1941. Foi em 18 de dezembro de 1940
que Hitler aprovou o plano de guerra chamado “Operação Barbarossa” e fixou
a data da invasão para 15 de maio de 1941. Ele temia o inverno russo –
lembrou-se de Napoleão Bonaparte (1769-1821). Em sua loucura, planejava que a
União Soviética estaria aniquilada em até oito semanas. Consultou os
comandantes militares que, por razões logísticas, disseram que o deslocamento
das tropas alemãs para a União Soviética só estaria completo em 19 de junho, e
que, pela noite de 21 de junho, os primeiros aviões de ataque voariam sobre as
áreas a serem inicialmente invadidas.
Em
preparação para a guerra contra a União Soviética, o Alto Comando Alemão
aumentou suas Forças Armadas, cuja força total em junho de 1941 chegava a 8.500.000
homens. Para executar o “Plano
Barbarossa”, nome-código para a invasão da União Soviética, a Alemanha
destinou 152 divisões, incluindo 19 divisões de tanques, 14 brigadas
motorizadas e 2 brigadas independentes, totalizando 3.300.000 soldados. Além
disso, havia 1,2 milhão de homens nas unidades aéreas e 1,2 milhão e outros 100.000
homens na marinha de guerra. Essas forças representavam 77% da força total dos
exércitos operacionais alemães. Os países satélites contribuíram para a guerra
contra a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) com 29 divisões (16
finlandesas e 13 romenas) e 16 brigadas (3 finlandesas, 9 romenas e 4 húngaras),
totalizando 900.000 soldados e oficiais. No total, 181 divisões e 18 brigadas
estavam concentradas nas fronteiras com a União Soviética. As tropas da
Alemanha nazista e seus aliados no Leste, isto é, no front oriental, totalizavam 5.500.000 homens, dos quais 4.600.000
eram alemães. Seu armamento incluía 47.260 canhões e morteiros, dos quais cerca
de 2.800 eram alemães e 4.950 aviões de combate.