COP30 exige esforço maior no combate a emissões de gases
O Globo
Apenas 19 de 197 países que integram convenção da ONU apresentaram novas metas previstas pelo acordo
No ano em que o Brasil sediará a COP30,
conferência da ONU sobre o clima, em Belém, o mundo enfrenta dificuldades
crescentes para cumprir o que foi acertado na COP21, dez anos antes, em Paris.
Aprovado por consenso e assinado formalmente em abril do ano seguinte nas
Nações Unidas, em Nova York, o Acordo de Paris estabelece que os países tomarão
medidas para que, neste século, a temperatura global não suba além de 2°C, ou
desejavelmente 1,5°C, ante os níveis da era pré-industrial. O ano passado já
foi 1,5°C mais quente, e ainda faltam sete décadas e meia para acabar o século.
Um ano isolado não define tendência, mas 2024 já é resultado da incapacidade de os países cumprirem o prometido em Paris. Cada um deles define de modo voluntário as próprias metas para corte de emissões de gases de efeito estufa, conhecidas pela sigla em inglês NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas). Apesar de todo o esforço diplomático, nos últimos cinco anos as emissões aumentaram o equivalente a 1 bilhão de toneladas de CO₂ (dióxido de carbono) — de 52,8 bilhões para 53,8 bilhões por ano. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) calcula que, assim, o planeta chegará a 2100 com temperatura 3,1°C acima dos níveis da fase pré-Revolução Industrial. Se o mundo já enfrenta eventos climáticos extremos mais intensos e frequentes, daqui para a frente poderá ser pior.