Operação da PF evidencia desleixo na gestão do INSS
O Globo
Investigação apurará tamanho da fraude em
descontos que somaram R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024
Foi oportuna a operação deflagrada nesta
quarta-feira pela Polícia
Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU)
para investigar descontos indevidos a aposentados e pensionistas do INSS,
feitos por sindicatos e entidades associativas. Um dos alvos foi o presidente
do instituto, Alessandro Stefanutto, afastado do cargo por determinação da
Justiça — o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou demiti-lo depois que o
escândalo veio à tona. Foram afastados também o procurador-geral do INSS,
Virgílio Antônio de Oliveira Filho, e outros servidores. Segundo as
investigações, entre 2019 e 2024 os descontos chegaram a R$ 6,3 bilhões, mas
não se sabe ainda o total dos indevidos.
A operação, batizada de Sem Desconto, cumpriu mais de 200 mandados de busca e apreensão, inclusive no gabinete de Stefanutto e em sua casa, além de seis mandados de prisão temporária em pelo menos 13 estados e no Distrito Federal. Houve buscas também na Diretoria de Benefícios do INSS. A Justiça determinou o sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão. Os acusados de desvios responderão pelos crimes de corrupção ativa, passiva, violação de sigilo funcional, falsificação de documento, organização criminosa e lavagem de dinheiro.