sábado, 30 de novembro de 2013

OPINIÃO DO DIA – Roberto Freire: as ‘instituições republicanas’

Talvez as prisões dos mensaleiros petistas levem o governo, ainda que com um atraso de mais de 12 anos, a investir mais no sistema carcerário brasileiro. Ao invés de atacar as instituições republicanas, como tem feito reiteradamente com o Judiciário, ou tentar transformar seus condenados em mártires, o PT tema obrigação de trabalhar para que o cotidiano dos milhares de presos que não usufruem das mesmas regalias oferecidas a Dirceu, Genoino e Delúbio – como visitas fora do horário estipulado – seja menos desumano.

Roberto Freire, “O drama carcerário e o ‘jus esperniandi’ do PT”, Brasil Econômico, 29 de novembro de 2013.

IBGE: 9,6 milhões de jovens não estudam nem trabalham

Pesquisa do IBGE mostra que 9,6 milhões de jovens, a maioria mulheres, muitas com filhos, não estudam nem trabalham e são alvo de preocupação n os estudos sobre condições de vida da população brasileira. Cresceu o número de filhos que opta por continuar com os pais.

Maioria 70,3% da chamada “geração nem nem" é formada por mulheres.

1 em cada 5 jovens não estuda nem trabalha

A chamada "geração nem nem" atinge 9,6 milhões de brasileiros entre 15 e 29 anos; para mulheres, há a necessidade de cuidar dos filhos

Luciana Nunes Leal

Apesar da ampliação do acesso à escola e da crescente geração de emprego, uma população de 9,6 milhões de jovens, formada principalmente por mulheres, muitas delas com filhos, não estuda nem trabalha e é motivo de preocupação nos estudos sobre condições de vida da população brasileira, aponta a Síntese de Indicadores Sociais 2013 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com dados de 2012. Um em cada cinco brasileiros (19,6%) de 15 a 29 anos faz parte da "geração nem nem" (nem estuda nem trabalha).

Na população de 18 a 24 anos, os que não frequentam a escola nem estão no mercado de trabalho chegam a quase um quarto (23,4%), ou 5,2 milhões de jovens. Segundo a pesquisadora do IBGE Ana Saboia, coordenadora da Síntese, os dados não permitem apontar as razões para número tão significativo da "geração nem nem", mas, com relação às mulheres, a necessidade de cuidar dos filhos é fator determinante. Já a proporção de 15 a 29 anos que não vai à escola e não tem emprego se mantém estável, com pequena redução nos últimos dez anos: em 2002, eram 20,2% da população nesta faixa etária. Na faixa dos 18 a 24 anos, porém, houve pequeno aumento na proporção dos "nem nem", que passaram de 22,9% para 23,4%.

Estudiosa do fenômeno, a pesquisadora Joana Monteiro, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, diz que as preocupações devem ser concentradas nos 3,1 milhões de jovens (32,4%) que não estão na escola nem no mercado de trabalho e sequer completaram o ensino fundamental. "Essas pessoas tendem a ficar nessa situação por mais tempo e continuar dependendo dos pais ou do governo. Provavelmente já abandonaram a escola e não foram atraídas pela forte geração de emprego dos últimos três anos."

"O número absoluto de 9,6 milhões chama a atenção, mas há um grupo que não considero preocupante, porque está em uma situação temporária", diz Joana. "Há também mães que optaram por ficar com seus filhos. O que me preocupa são os jovens de baixa escolaridade."

Os indicadores mostram que 70,3% dos jovens que não trabalham nem estudam são mulheres, e, neste grupo, 58,4% (3,9 milhões) tinham pelo menos um filho. A participação das mulheres sem estudo e sem trabalho, porém, está diminuindo era de 723% em 2002. "Em geral, essas mulheres estão em casa para cuidar dos filhos. Na medida que se criam estruturas para as mães deixarem seus filhos com segurança, que se ampliam as creches e pré-escolas, essa proporção tende a diminuir", diz a presidente do IBGE, Wasma lia Bivar. "

"Dá muita agonia ficar sem fazer nada, porque você fica sem dinheiro. Na verdade, bate o desespero, ainda mais com filhos", diz Nícole Gomes Fernandes, de 21 anos, que tem duas filhas e cursou até a 8ª série. Quando largou a escola, passou três anos sem trabalhar e sem estudar. Entretanto, há cerca de um mês, conseguiu um emprego no escritório de uma igreja e saiu da geração "nem nem".

Por região. Hoje, o Nordeste é a região com maior proporção de jovens que não estudam nem trabalham, em todas as faixas etárias estudadas. Na faixa de 18 a 24 anos, Alagoas tem nada menos que 35,2% da população que não estuda nem trabalha.

Na Região Metropolitana do Recife, o índice é preocupante: 31,8% dos jovens de 18 a 24 anos não têm atividade produtiva. É o caso de Ana Maria Cristina da Conceição, de 22 anos, que para de estudar na 4ª série do fundamental. Já estava atrasada em relação à idade, quando engravidou, aos 15. "Fiquei com vergonha de ir para a aula "buchuda" e larguei", contou. Depois, teve mais dois filhos. Hoje, vive na comunidade Caranguejo Tabaiares, na Ilha do Leite, com ajudas eventuais do pai e da mãe.

Colaboraram Laura Maia de Castro e Ângela Lacerda

Fonte: O Estado de S. Paulo

Retratos do Brasil: Entre pobres, 29% não têm pré-escola

No retrato de um país onde a desigualdade social começa cedo, dados do IBGE mostram que, entre os 20% mais pobres da população, 29% das crianças estão fora da pré-escola. Entre os 20% mais ricos, a proporção cai para 8%. Embora os indicadores sociais e de renda melhorem, 60,5% da população ainda têm acesso restrito a um dos seguintes direitos: educação, saúde e serviços básicos no domicílio. Na análise do comportamento das famílias, cresce a "geração canguru": quase um quarto dos jovens de 25 a 34 anos ainda mora com os pais.

Desigual desde criancinha

IBGE aponta diferenças de acesso e de estrutura nas creches e pré-escolas de pobres e ricos

Antônio Gois, Carolina Benevides e Letícia Lins

RIO E RECIFE- A desigualdade na educação brasileira começa desde cedo, e não se resume apenas ao acesso à escola. O IBGE comparou a frequência à escola de crianças de 4 e 5 anos por nível de renda. No grupo que concentra os brasileiros que estão entre os 20% mais ricos da população, apenas 7,5% das crianças estão fora da escola. Já entre os 20% mais pobres, esse percentual cresce para 29%. Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais 2013 — Uma análise das condições de vida da população brasileira.

Não bastasse o acesso desigual, uma vez matriculados numa pré-escola, estabelecimento que atende a esse grupo etário, a diferença na qualidade já é sentida desde cedo. A partir de dados do Censo Escolar do MEC, o IBGE identificou que a maioria das crianças matriculadas em pré-escolas públicas estuda em estabelecimentos sem parque infantil e banheiro adequado. Enquanto na rede pública a proporção de matrícula em estabelecimentos com esses equipamentos é de, respectivamente, 47% e 44%, na rede privada essas proporções crescem para 86% e 79%, respectivamente.

Como em quase todos os indicadores sociais do país, porém, quando os dados de acesso à pré-escola são comparados ao longo do tempo, há melhorias significativas. De 2002 a 2012, o número de crianças de 4 e 5 anos fora da escola caiu de 43% para 22%, e os avanços foram maiores no grupo mais pobre. Até 2016, a matrícula nessa faixa etária será obrigatória, o que indica que ainda há um esforço a ser feito para se adequar à nova legislação.

Também há desigualdade de acesso à creche. O IBGE constatou que, em 2012, entre os 20% mais ricos da população, 37% das crianças entre 2 e 3 anos estavam fora da creche. Entre os 20% mais pobres, porém, o percentual foi de 78,1%. Mas, muitas vezes, mesmo crianças com acesso não têm estabelecimentos adequados.

ESGOTO E RISCO DE CURTO-CIRCUITO
Na creche São João, na Zona Norte de Recife, 90 crianças são atendidas. A dedicação dos servidores só desperta elogios da comunidade, mas a satisfação não é a mesma no que diz respeito às instalações e equipamentos. As crianças não têm pátio, e os brinquedos ficam no salão que serve de refeitório. No berçário, falta espaço, e 13 dos 15 bebês com menos de 1 ano dormem em colchões no chão. Falta de material de higiene também é problema. Algumas vezes, a creche fica sem sabonete e fraldas descartáveis. Além disso, pais e professores contam que basta chover muito para que seja preciso suspender as aulas por conta do esgoto, que corre a céu aberto em um canal em frente ao prédio.

— Quando chove muito, as águas se misturam, e há dias até que há necessidade de suspender o atendimento, porque não há como os funcionários e as crianças passarem em meio ao esgoto — conta Maria Marileide de Souza, de 51 anos, que tem netos matriculados na creche. Eles até choram pedindo para ficar lá. Gostam muito.

Diretora da creche, Sandra Teixeira diz, no entanto, que o pior é a instalação elétrica. Ela conta que existem muitos "gatos" no bairro, o que faz com que a rede fique sobrecarregada. Por conta disso, os curto-circuitos são constantes.

— Dois dos três ventiladores queimaram por causa disso, e aqui só não pega fogo porque o disjuntor funciona bem — diz Sandra.

A Secretaria de Educação de Recife " confirmou que muitas creches na capital de Pernambuco não possuem par-quinhos nem banheiros adequados, inclusive para pessoas com deficiência. Informou ainda que quase todas as unidades da rede necessitam de requalificação do espaço físico, com acessibilidade e ampliação.

ESCOLARIDADE MÉDIA DE 7,6 ANOS
Considerando a população adulta com mais de 25 anos, os dados mostram que o brasileiro não atingiu sequer a média de oito anos de estudo, isto é, não completou o ensino fundamental. Em 2012, a escolaridade média era de 7,6 anos. Dez anos antes, era de 6,1. Nesse caso, também houve redução da desigualdade. Entre os que estão entre os 20% mais pobres, o avanço foi de 3,3 anos médios de estudo para 5,2. Entre os mais ricos, o avanço foi de 9,7 anos de estudo para 10,7. Mesmo nesse grupo, em média, o brasileiro não chega a completar 11 anos de estudo, ou seja, não chega a concluir o ensino médio.

Fonte: O Globo

PT agora briga com médicos

O presidente do PT, Rui Falcão, disse que houve manipulação do laudo médico, segundo o qual o deputado Genoino não precisa cumprir sua pena em casa.

PT afirma que laudo sobre Genoino foi manipulado

Rui Falcão diz que autoridades estão colocando vida de petista em risco

-São Paulo- O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse ontem que foi manipulado o laudo médico afirmando que o deputado José Genoino não pode ser considerado impossibilitado de trabalhar em definitivo. O documento, assinado por cardiologistas da Universidade de Brasília (UnB) e entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), afirma que a cardi-opatia do ex-presidente do PT "não se caracteriza como grave" e que não há necessidade de tratamento domiciliar permanente.

Falcão partiu para o ataque, durante encontro com intelectuais da Fundação Perseu Abramo, em São Paulo:

— E agora, não contentes com esse tipo de condenação política, humilham os companheiros na forma do cumprimento da pena. Colocam em risco, e serão responsabilizados por isso, a vida do companheiro Genoino, que padece de uma cardiopatia grave, e manipulam, inclusive, laudos para mantê-lo na prisão em condições que ele não pode suportar.

O presidente do PT declarou que Genoino, um dos presos do mensalão, deve ter direito não só à prisão domiciliar, como à aposentadoria. Segundo ele, "ninguém na prisão tem a mesma situação que tem em casa"

— Todos os cuidados que os laudos apontam que ele deve merecer nenhuma prisão pode garantir afirmou Falcão.

De acordo com o petista, o estado de saúde de Genoino inspira cuidados, como alimentação especial e acompanhamento cçgular da pressão sanguínea.

— Por todas as razões médicas e humanitárias, ele deveria ter direito não só à prisão domiciliar como à aposentadoria — disse Falcão.

O deputado licenciado está cumprindo prisão domiciliar temporária após passar mal na prisão e ser levado para o hospital. Segundo o laudo, Genoino não é portador de doença cardiovascular grave e, portanto, pode cumprir pena normalmente na penitenciária.

Licença mantida por 90 dias
Médicos da Câmara divulgaram outro laudo, feito para o pedido de aposentadoria por invalidez de Genoino, que também atesta que o deputado não é portador de cardiopatia grave e nega a aposentadoria imediata.

Os médicos da Câmara decidiram manter a licença dele por motivo de saúde por mais 90 dias. Ao fim desse período, o ex-presidente do PT será reavaliado para que a Câmara possa decidir sobre a aposentadoria.

Já sobre a determinação da Justiça do Distrito Federal para que os condenados do mensalão recebam o mesmo tratamento dado aos demais presos no presídio da Papuda, Falcão disse que "não comenta decisão da Justiça" Procurados em Brasília, os médicos que assinam os laudos não foram encontrados.

Fonte: O Globo

CUT oferece a Delúbio cargo de assessor sindical

Com salário de R$ 4,5 mil, oferta deve ser analisada pela Justiça só em 2014

Lino Rodrigues

SÃO PAULO- A Central Única dos Trabalhadores (CUT) ofereceu ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, condenado e preso por corrupção ativa, o cargo de assessor sindical da direção nacional da entidade, em Brasília, com salário de R$ 4.500. A oferta foi protocolada na quinta-feira, pelos advogados de Delúbio, na Vara de Execuções Penais da capital federal, e só deve ser analisada no próximo ano.

Em carta aos defensores do ex-tesoureiro, os advogados Arnaldo Malheiros, Celso Vilardi e Flavia Rahal e o presidente da CUT, Vagner Freitas, justificam a oferta de trabalho, detalham o tipo de serviço que será desenvolvido e o salário mensal.

"O referido emprego será exercido em nossa sede de Brasília, de 9h às 18h, com remuneração mensal de R$ 4.500" diz a carta, salientando que a oferta se justifica pela experiência de Delúbio em temas como educação, qualificação profissional, emprego, relações do trabalho, relações sindicais e organizações sindicais.

A CUT ressalta no documento que "estudos, diagnósticos e projetos que serão desenvolvidos por Delúbio serão acompanhados, permanentemente, por dois diretores da central em Brasília e um coordenador administrativo, responsável por seu acompanhamento e desempenho" Para Freitas, o julgamento foi de exceção. G objetivo, disse, foi criminalizar movimentos sociais, em especial os avanços dos últimos 12 anos:

— Os companheiros José Ge-noino, José Dirceu e Delúbio foram submetidos a julgamento político, e nós não vamos abandoná-los.

Fonte: O Globo

Denúncia derruba dois assessores de Mantega na Fazenda

Suspeitos de receber propinas, chefe de gabinete e assessor técnico do ministro deixaram os cargos; PF investiga caso

Laís Alegretti

BRASÍLIA - Suspeitos de receber propina de uma empresa que presta serviços ao governo, dois assessores do ministro da Fazenda, Guido Mantega, deixarão seus cargos. O chefe de gabinete de Mantega, Marcelo Fiche, e o chefe da assessoria técnica e administrativa do gabinete, Humberto Alencar, informaram nesta sexta-feira, 29, que não retornarão às suas funções.

Eles foram acusados de receber R$ 60 mil em espécie da empresa que presta serviços de assessoria de imprensa ao ministério, a Partnersnet Comunicação Empresarial. A denúncia foi feita pela revista Época.

Após a denúncia, ambos pediram férias. Tanto eles quanto a empresa negam as acusações. Fiche divulgou nota nesta sexta para dizer que foi ele quem pediu a Mantega para sair do cargo.

"Dessa forma, contribuo para que as investigações ora em curso sejam feitas com toda tranquilidade e com a maior celeridade possível para que a verdade seja restaurada e as mentiras que foram publicadas sobre a minha pessoa sejam rapidamente derrubadas", afirmou no texto.

"Não sei a que interesses servem tais ataques, mas posso dizer com toda tranquilidade que fizemos um processo licitatório com todo zelo e respeito pela coisa pública."

Fiche acrescenta que a licitação foi feita pela modalidade que leva em conta o menor preço, em vez de considerar técnica e preço e, por isso, gerou grande economia para os cofres públicos.

Investigação. Diante das acusações, a Polícia Federal abriu investigação contra Fiche e Alencar. O inquérito foi instaurado a pedido do próprio ministro Mantega, que enviou ofício ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, solicitando apuração do caso. Mantega acionou, ainda, a Corregedoria do Ministério da Fazenda para elucidação da história.

O advogado contratado pela Partners, Antonio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, disse que as investigações mostrariam que a empresa e os técnicos do ministério são vítimas de um complô, cujo objetivo, provavelmente, seria derrubar o ministro Mantega.

Ele afirmou ainda que disponibilizaria à Polícia Federal documentos que comprovam que a empresa não repassou qualquer quantia aos dois assessores que deixaram o Ministério da Fazenda.

Na semana passada, Mantega escolheu os servidores Ernani César e Silva Cabral e Pedro Augusto Junger Cestari para substituírem Marcelo Fiche e Humberto Alencar durante o afastamento.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Historiador vê PT no poder como 'década das chances perdidas'

Em livro, Marco Antonio Villa avalia era petista no Planalto como tempo de improvisação, atraso e ocupação de poder

Gabriel Manzano

O décimo aniversário do PT no poder, que o partido festejou junto com seus 30 anos de vida, começou nos sindicatos, passou por palanques e acabou nas livrarias. Década Perdida - Dez anos de PT no Poder, que o historiador Marco Antonio Villa lança na segunda-feira, é uma dessas "comemorações", mas fora do programa oficial. Como já avisa o título, trata-se de uma crítica pesada aos oito anos de Luiz Inácio Lula da Silva no Planalto, mais os dois primeiros de sua sucessora, Dilma Rousseff.

Adversário antigo do petismo e das esquerdas em geral, Villa não se dedica a um balanço consolidado de grandes temas - saúde, educação, economia, programas sociais. Preferiu criar uma linha do tempo e ir contando, ano por ano, uma história que, ao final das 280 páginas, reprova praticamente tudo no governo . Do Fome Zero ao Trem Bala, das virtudes éticas às alianças com as velhas elites, da "improvisação na economia" ao "desmanche da indústria", ele chega, enfim, à constatação-título: "Foi uma década perdida para o País. Perdemos um momento único na história recente do capitalismo".

O olhar do autor se dirige mais para atitudes, estilos, o modus operandi. E o que ele vê, no dia a dia da era petista, é a improvisação como método, o desperdício como rotina, muita propaganda, personalismo do chefe e permanente confusão entre Estado, governo e partido.

Já no começo ele ironiza a decisão de Lula de suspender o gasto de US$ 700 milhões com a compra de caças franceses, para usar o dinheiro no Fome Zero. Era um dinheiro que não existia, diz ele: aqueles milhões seriam linhas de crédito fornecidas pelos fabricantes do avião. A alfinetada dá o tom do que virá: as portas se abrindo aos velhos caciques antes tão criticados, as entranhas do mensalão, PT enfraquecido e ascensão do lulismo, a "marolinha' da crise de 2008 que custou ao Tesouro R$ 282 bilhões, o discurso otimista na economia enquanto o País vivia "o mais longo ciclo de baixo crescimento desde o real".

Por trás de tudo, apenas um projeto de poder, diz o historiador: Lula "infantilizou a política e privatizou o Estado". Eliminou o debate de ideias, mesmo no PT, ao reduzir tudo a disputas pessoais. E ganhava todas, porque o País "vivia, naquele momento, enfeitiçado pelo seu carisma". Mas como explicar, entre tantos erros, os altos índices de aprovação popular? Villa os atribui à "eficiente propaganda governamental, ao desinteresse popular pela política e à inexistência de uma eficaz ação oposicionista".

Quanto a esta, Villa não perde a chance de alfinetá-la, achando-a temerosa, acomodada e, em grande parte, culpada, também, por este Brasil-2013. Que ele define como "uma sociedade invertebrada, amorfa, sem capacidade de reação".

Fonte: O Estado de S. Paulo

Encontros suspeitos de Cardozo

Ministro da Justiça se reuniu, na época em que era deputado federal, pelo menos duas vezes, com Lobistas acusados de subornar tucanos. Ele não lembra

Paulo de Tarso Lyra e Luiz Carlos Azedo

0 ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, teve pelo menos dois encontros comArthurTeixeiráe Sérgio Teixeira (morto em 2011) na época em que era deputado federá. A informação foi dada pelo advogado de defesa de Arthur, Eduardo Pizarro Camelôs. Arthur é proprietário da Procint consultoria e Sérgio era dono da Constech. As duas empresas são suspeitas de pagar propina a parlamentares do PSDB e a secretários do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, em troca de vantagens nos contratos firmados com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos e com o Metrô de São Paulo.

De acordo com Eduardo Pizarro, Sérgio foi procurado, há mais de 10 anos, por um amigo pessoal que teria lhe dito que o recém-eleito deputado José Eduardo Cardozo "gostaria de conhecer melhor os setores de energia e transporte metroferroviário, os quais oderiam ser objeto de sua atuação no exercício de seu mandato".

A sugestão foi aceita e foram realizados, segundo o advogado de Arthur, dois encontros em Brasília, quando "Arthur e Sérgio demonstraram ao deputado como a indústria nacional poderia ser fortalecida por ação governamental em ambos os setores" Segundo o defensor de Arthur, nos dois encontros não foram debatidos nenhum projeto específico nem qualquer questão que pudesse ser classificada como ilícita "Aliás, assim sempre foram os contatos mantidos por Arthur e Sérgio com outras autoridades públicas com as quais tiveram relacionamento em razão de suas regulares atividades profissionais."

O nome da Procint aparece no dossiê apócrifo entregue a Car-dozo em junho deste ano pelo deputado estadual Simão Pedro (PT-SP), atual secretário de serviços da prefeitura de São Paulo. Na denúncia, encaminhada pelo ministro à Polícia Federal, a Procint é apontada como a responsável pelo pagamento de supostas propinas a parlamentares tucanos, como o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), e secretários estaduais como José Aníbal (Energia) e Edson Aparecido (Casa Civil). Arthur Teixeira nega as acusações.

Sem memória
Procurado pelo Correio, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que não se lembra dos supostos encontros com Arthur e Sérgio, no início de seu mandato. Acha, inclusive, que eles não ocorreram, já que "o setor de transportes e energia não faziam parte de seu rol de atuação parlamentar". Entretanto, ele admite que, ao longo do período como deputado, reuniu-se e conversou com diversas pessoas e que pode, eventualmente, ter contactado alguém para auxiliar em pareceres jurídicos no período em que era dá Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.

O ministro acrescenta, no entanto, que o fato de ter ou não se encontrado com os empresários não altera em nada as investigações conduzidas pela Polícia Federal. "Eu mandei investigar as denúncias. Está claro que essas informações partem de alguém que está querendo desviar as investigações do trilho", prosseguiu. "Eles queriam que eu rasgasse as denúncias, mas as enviei à Polícia Federal e quem tiver culpa no processo será punido", assegurou. No Planalto, o ministro da Justiça segue prestigiado. "Isso é uma cortina de fumaça que o advogado quer jogar sobre o processo", afirmaram interlocutores palacianos.

Fonte: Correio Braziliense

Aécio diz que Cardozo está 'um pouco nervoso'

Tucano volta a provocar ministro por atuação em investigações de cartel de trens em SP

Bruno Benevides e Diógenes Campanha

SÃO PAULO - O senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB e provável candidato do partido à Presidência da República, criticou ontem a atuação do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) nas investigações sobre o cartel de trens em São Paulo.

"Eu estou achando meu amigo ministro um pouco nervoso. Era mais fácil ir ao Congresso se explicar" disse Aécio em evento do setor imobiliário na capital paulista.

Anteontem, Cardozo disse que irá processar quem o acusou de fazer uso político das investigações e que explicará o caso no Senado e na Câmara na próxima semana.

Para Aécio, o ministro perdeu a capacidade de liderar a apuração do cartel. Sobre sua saída do cargo, o tucano disse que isso é algo que cabe à presidente Dilma Rousseff.

O senador criticou ainda o presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Vinicius Carvalho, que omitiu ter sido chefe de gabinete do deputado estadual licenciado Simão Pedro (PT-SP), responsável por ter levado a Cardozo documentos que acusavam integrantes do PSDB de terem recebido propina nas licitações de trens e metrô.

O senador chamou de "falsificação" a versão em português de um dos documentos.

O presidente do PT, Rui Falcão, defendeu Cardozo e Simão Pedro das acusações.

"O ministro da Justiça, após receber uma denúncia de um deputado do PT de São Paulo, cumpre seu dever constitucional e encaminha à Polícia Federal. Agora transformam isso em alvo de disputa política, acusando o ministro de manipular informação, acusando o deputado, que nem fala inglês, de fazer uma tradução adulterada", afirmou.

Ele voltou a se referir ao cartel como "trensalão" e disse que Cardozo tem direito de processar adversários "se foi alvo de calúnia, injúria ou difamação".

Fonte: Folha de S. Paulo

Dilma chama Lula para destravar aliança nos Estados

João Domingos , Tânia Monteiro , Eduardo Bresciani

BRASÍLIA - Para tentar reduzir os danos eleitorais que o racha entre o PT e os partidos aliados poderá causar à campanha pela reeleição, a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do PT, Rui Falcão, e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, reúnem-se hoje com as cúpulas do PMDB e do PP na Granja do Torto, em Brasília.

A ideia é avançar nas negociações dos palanques estaduais com os maiores partidos da base, uma semana depois de Dilma ter assegurado o "independente" PSD na coalizão de sua reeleição. Unidos, PT, PMDB, PP e PSD garantem quase metade do tempo do horário eleitoral gratuito de rádio e televisão.

A reunião de hoje tenta sanar os problemas identificados em 11 Estados em que PT e PMDB têm palanques, por ora, separados. Do lado peemedebista, participarão do encontro o presidente do partido e vice-presidente da República, Michel Temer, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), e o presidente interino da agremiação, senador Valdir Raupp (RO). "Quando há tempo não há pressa", afirmou Raupp, que aposta na redução de danos no encontro de hoje. Mesmo que a situação não se resolva em boa parte dos Estados, ele disse que não há nenhuma possibilidade de o PMDB romper a aliança com o PT. "Não temos outro projeto e romper sem ter uma candidatura não vale a pena", disse ele.

Entretanto, setores insatisfeitos pressionam a cúpula do partido a resolver suas situações sob pena de liderarem uma rebelião interna que poderia atrapalhar a consolidação da aliança. Essa mobilização ocorre principalmente no Rio de Janeiro e no Ceará. Justamente os Estados dos líderes da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (CE), que não participarão do encontro de hoje.

No Rio, o partido já considera até mesmo uma aliança com o PSDB se o PT lançar mesmo o senador Lindbergh Farias a governador - anteontem, Lula interveio para adiar o desembarque dos petistas do governo Sérgio Cabral. No Ceará, o PT tem seu futuro aliado ao governador Cid Gomes (PROS). Mas Eunício quer se candidatar ao cargo com o apoio petista. Na Bahia, o caso é dado como perdido. O vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Geddel Vieira Lima (PMDB), será candidato contra o candidato do governador Jaques Wagner (PT).

No PP, o problema está em três Estados que pretendem se aliar à oposição. Minas e Rio pretendem apoiar a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB). Rio Grande do Sul não deseja apoiar o PT. "Vamos ver se é possível resolver isso", disse o presidente nacional da sigla, senador Ciro Nogueira (PI), que se encontrará com os petistas também hoje, depois da reunião de Dilma e Lula com os peemedebistas. Também participarão do encontro os correligionários Aguinaldo Ribeiro, ministro das Cidades, e o líder na Câmara, Eduardo da Fonte (PE).
Congresso. Além dos palanques estaduais, a relação PT-PMDB enfrenta desgaste crescente no Congresso que acaba por influenciar a relação fora dali. O PT critica nos bastidores a "pressa" de Henrique Eduardo Alves em abrir um processo de cassação contra o deputado José Genoino (PT-SP), condenado no processo do mensalão e preso desde o dia 15.

Por sua vez, o PMDB ataca a estratégia do PT e do governo de impedir a aprovação da proposta de emenda constitucional (PEC) do Orçamento Impositivo, que obriga a União a pagar as emendas parlamentares individuais. A PEC é considerada fundamental para garantir recursos aos parlamentares peemedebistas abastecerem suas bases no ano eleitoral e, dessa forma, tentar voltar a ser a maior bancada da Câmara, posto perdido para o PT nas eleições de 2010.

Sob o comando do governo, os petistas tentam se aproveitar de uma situação criada pelo líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), para impedir a aprovação da proposta neste ano. Um requerimento de Caiado aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça retirou da proposta a parte inserida no Senado que cria um piso de 15% da receita líquida para investimento da União na área da saúde.

Essa inclusão pelos senadores foi acertada com o governo até mesmo para Dilma apresentar na campanha eleitoral um aumento dos recursos para uma das áreas cuja avaliação é considerada negativa por boa parte da população, segundo pesquisas. Sem a destinação para a saúde, o governo perdeu a disposição de apoiar a PEC. O PMDB ameaça agora não aprovar o Orçamento de 2014 se o PT não apoiar a PEC.

Os dois partidos têm ainda posições divergentes em relação ao Marco Civil da Internet e à criação de um piso nacional para os agentes comunitários de saúde. O presidente da Câmara quer aproveitar a reunião para fazer o debate sobre os problemas no Congresso. Para ele, ao se digladiarem os dois partidos acabam por enfraquecer o governo.

Microalianças. O acúmulo de problemas tem feito com que os dois partidos passem a buscar composições dentro da Casa para vencer o "aliado-rival". O PT espera contar com o PP e o PR, que tem Pedro Henry (MT) e Valdemar Costa Neto (SP) entre os condenados do mensalão, para impedir a abertura imediata de processo contra Genoino devido a seu estado de saúde. Alves, por sua vez, tem a oposição a seu lado e acredita que a Casa não deve embarcar na "luta política do PT".

Colaborou Ricardo Della Coletta

Fonte: O Estado de S. Paulo

Aécio provoca PT e Cardozo

Tucano afirma que PT é "useiro e vezeiro" de documentos para acusar adversários e que o ministro "está nervoso"

SÃO PAULO - O presidente do PSDB e pré-candidato à Presidência em 2014, Aécio Neves, afirmou ontem que o PT "é useiro e vezeiro de documentos para acusar adversários quando chega campanha". O tucano fez referência às suspeitas de falsificação em documentos enviados pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, à Polícia Federal (PF) nas investigações do cartel no Metrô e na CPTM em São Paulo. O PSDB acusa os petistas de teriam manipulado documentação sobre a investigação do esquema para comprometer políticos do partido.

Aécio lembrou os casos dos "aloprados", referência ao escândalo de uso de dossiês por petistas na campanha de 2006 para atingir a candidatura de José Serra (PSDB) ao governo paulista e da quebra de sigilo de Serra durante a campanha eleitoral de 2010. "Lamento a posição do ministro. Não pode permitir que as instituições do Estado estejam a serviço de projeto político. É preocupante a falsificação e vazamento seletivo que colocam nomes de pessoas que tem trajetória política no PSDB", afirmou Aécio, ao chegar para uma palestra no Sindicato da Construção Civil, em São Paulo.

"O ministro (Cardozo) está um pouco nervoso com essa questão. Ele não precisa esperar convite para ir ao Congresso se explicar e seria muito mais fácil porque um documento que diz que entregou à PF, dois delegados disseram que eram essa falsificação", provocou o tucano.

FALSIFICAÇÃO
Os dirigentes do PSDB acusam o PT de ter adulterado o relatório original do ex-executivo da Siemens Everton Rheinheimer, que apontava o pagamento de propinas aos governos tucanos de São Paulo de Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin. Os tucanos distribuíram cópias do documento, em inglês e em português, que mostram que a tradução não corresponde ao original.

Segundo os tucanos, o relatório original entregue pelo ex-executivo à empresa não traz qualquer citação ao PSDB ou nomes de parlamentares tucanos. De acordo com o PSDB, a citação ao partido foi forjada, dando origem a um documento falso entregue na versão traduzida para o português que consta no processo aberto pela Polícia Federal.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

Campos minimiza divergências com Marina

Julio Cesar Lima, Pedro Vensceslau

CURITIBA - Um dia depois de divergir publicamente de Marina Silva pela primeira vez, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB-PE), disse ontem que a falta de consenso sobre a formação de palanques estaduais com a Rede já era uma situação esperada. "Nós fizemos a aliança em 5 de outubro. Há um projeto em que priorizamos o País, mas já sabíamos que iríamos conviver com algumas situações assim", disse o governador depois de participar de um evento com ruralistas em Curitiba.

Durante um ato conjunto do PSB e da Rede anteontem na capital paulista, Marina defendeu diante de Campos o lançamento de uma candidatura própria do PSB em São Paulo.

O governador, que negociava o apoio do seu partido à reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB) antes da entrada da ex-ministra ia legenda, desconversou e disse que a prioridade devia ser o projeto nacional. Questionado novamente sobre a situação no Estado, Campos não quis opinar. O PSB paulista deseja ter a vaga de vice na chapa do PSDB.

Choque. A desavença sobre o quadro político paulista causou o primeiro choque entre dirigentes do partido e "marineiros". Um dos principais operadores políticos da Rede, o deputado federal Walter Feldman (PSB-SP) disse ao Estado que uma eventual aliança da sigla com o PSDB em São Paulo seria uma "poligamia explícita". "Apoiar o Geraldo seria uma poligamia explícita, já que o PSDB terá um candidato presidencial (Aécio Neves) e o PSB outro. Nós entraríamos na campanha com duas posições acumuladas."

Ainda de acordo com Feldman, que era do PSDB até 5 de outubro, a perspectiva de candidatura própria no Estado "é muito promissora".

O secretário-geral do PSB paulista, Wilson Pedro da Silva, rebate o deputado e afirma que o caminho do partido está "90% fechado com o Alckmin". "Somos nós que temos votos no congresso do PSB; que tomaremos essa decisão. E complicado um grupo chegar agora e dizer que não será assim", disse.

Reservadamente, dirigentes da Rede dizem que diante da imposição de uma eventual aliança do PSB com o PSDB em São Paulo, o grupo pode até fazer campanha para um candidato de outro partido. No Paraná, o cenário é parecido, pois a tendência do PSB é de apoiar a reeleição do tucano Beto Richa, mas os aliados de Marina tentam lançar um nome próprio.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Eduardo Campos encaminha aliança com PPS no RS

Governador de Pernambuco mostrou otimismo ao dizer que poderá se tornar a "primeira via" em 2014

Carlos Rollsing

Candidato à Presidência da República em 2014, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), está cumprindo agenda nesta quinta-feira em Porto Alegre. Ele chegou à Capital no meio da tarde e rumou diretamente à sede do PPS, sigla com a qual Campos costura uma aliança.

No encontro, acompanhado por diversas lideranças do PSB, Campos fez o convite de parceria ao presidente estadual do PPS, Paulo Odone.

Após a conversa, Campos conversou com jornalistas. Defendeu a necessidade de renovação na política, fez críticas ao governo federal e demonstrou otimismo.

— Alguns nos chamam de terceira via, mas talvez lá em outubro do próximo ano, quando as urnas se abrirem, essa seja a primeira via — afirmou.

Campos ainda comentou o momento de tensão entre PT e PSDB, que vivem dias de embates e trocas de acusações por conta das prisões do mensalão e denúncias de cartel no sistema de trem e metrô de São Paulo.

— Esse debate mostra que está esgotada a polarização (entre PT e PSDB) e reforça um sentimento que é mostrado nas pesquisas de opinião pública desde janeiro: 70% da população entende que essa polarização está superada e que é preciso um novo caminho — afirmou.

Sobre o futuro, fez críticas ao desempenho da economia do Brasil.

— A inflação a todo momento incomoda o assalariado de baixa renda, sobretudo nos alimentos. Estamos sempre pensando na próxima semana. Os grandes blocos econômicos e nações estão pensando na próxima década. O Brasil precisa criar um ambiente econômico que dê segurança aos investidores, reduzir o endividamento das famílias. Desde 2011, o Brasil acresce abaixo da média dos seus vizinhos da América Latina — disse Campos.

Ainda nesta quinta-feira, o pernambucano cumpriu agenda em um café da Rua Padre Chagas, concedeu entrevista coletiva e foi palestrante em jantar do Lide Sul (Grupo de Líderes Empresariais).

Na entrevista coletiva, em uma sala do Hotel Sheraton, Campos afirmou que o país "demorou a iniciar uma política de concessões" de serviços públicos. Em consequência disso, disse ele, o Brasil enfrenta gargalos de infraestrutura. Para o pernambucano, o desafio é fazer as concessões com base em "bons contratos" para o interesse público.

Ao comentar a reunião com o líder do PSB, Paulo Odone afirmou que o PPS fará um congresso estadual no sábado para discutir a eleição à presidência.

— Certamente, neste congresso, vamos ter um indicativo. Eu acho hoje que a grande maioria tende a preferir o engajamento junto com o PSB e a Rede, com a candidatura do Eduardo — antecipou Odone.

Sobre a posição do PPS na disputa pelo Palácio Piratini, Odone citou as hipóteses de apoio a Ana Amélia Lemos (PP), José Ivo Sartori (PMDB) e Vieira da Cunha (PDT), mas explicou que o momento é apenas de conversações.

— O certo é que não estaremos com o PT — disse.

Fonte: Zero Hora (RS)

A luta pelo mandato - Merval Pereira

A classe política está agitada com a decisão da Procuradoria Geral da República de exercitar o direito de questionar os mandatos de parlamentares que trocaram de legenda sem cumprir, a seu ver, recomendações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para não perder o mandato na troca de partido, o parlamentar tem que atender a dois critérios objetivos ou a dois subjetivos, considerados razões para a desfiliação partidária por "justa causa"

A criação de novo partido e a incorporação ou fusão do partido são razões objetivas. As questões subjetivas se referem a "mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário" ou "grave discriminação pessoal". O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, é contra a infidelidade partidária até mesmo para a fundação de um novo partido e, por isso, está apoiando no Supremo Tribunal Federal uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) do PPS nesse sentido.

Num julgamento de quinta-feira do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi reafirmada por unanimidade a legalidade da resolução que permite a troca de partido para a criação de um novo. O PDT pedia de volta o mandato do deputado estadual Wagner Montes, que migrou para o PSD.

No julgamento, ocorreu um fato curioso: o novo presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello, alegou que não havia óbice, até o julgamento da Adin do PPS pelo STF, a que o TSE reafirmasse e deixasse consignada a constitucionalidade dã resolução. A ministra Rosa Weber, embora advertindo que ao votar estaria antecipando o seu voto na Adin do PPS, acompanhou o voto, que foi aprovado por unanimidade, indicando qual é a tendência do STF.

Ao negar o recurso, o ministro Henrique Neves disse que há no processo uma declaração assinada pelo próprio líder da bancada do PDT na Assembleia Legislativa, Luís Antônio Martins, que teria dito que Wagner Montes desde o início "informou ter participado do processo de criação do referido partido"

Outro caso que se enquadra na resolução do TSE, por outros motivos, é o do deputado federal Alfredo Sirkis, que deixou o Partido Verde para entrar no PSR. Fundador do PV no ato do Teatro Clara Nunes, no Rio, em janeiro de 1986, Sirkis sempre esteve filiado ao partido, tendo sido inclusive seu presidente nacional de 1991 a 1999. Foi candidato à Presidência, em 1998, pelo PV e teve quatro mandatos de vereador, sendo duas vezes sècretario municipal pelo partido.

Era presidente estadual do partido no Rio e vice-presidente nacional quando Marina Silva, a seu convite, ingressou no PV e teve quase 20 milhões de votos na disputa presidencial de 2010. Travou-se então uma luta interna que foi abortada pela saída de Marina do PV com um grupo de dirigentes.

Sirkis ficou em minoria no partido e foi desligado de sua direção nacional. É Sirkis quem conta: "Permaneci no PV como parlamentar e organicamente um soldado dissidente. Ao iniciar-se a organização da Rede, apesar de não ter claro ainda se iria ingressar definitivamente nesse partido uma vez registrado e de discordar de várias coisas (timing, nome, heterogeneidade, entre outras), fui um dos três parlamentares que lhe prestaram seu nome. No Rio, minha equipe destacou-se no trabalho de coleta de assinaturas."

Quando o TSE decidiu por não dar o registro partidário para a Rede, Sirkis decidiu preferencialmente permanecer no PV mas foi informado pelo líder Zequinha Sarney de que a Executiva Nacional havia deliberado recusar-lhe a legenda para disputar as próximas eleições. "Nessa situação, atendi ao convite do governador Eduardo Campos e me filiei ao PSB para ter a possibilidade de prosseguir na vida política institucional brasileira" explica Sirkis, que se considera "um exemplo quase caricato de fidelidade partidária" tendo sempre permanecido no partido que fundou há quase 28 anos, "num país onde há muitos políticos que já mudaram inúmeras vezes"

Para o deputado, "essa tentativa de cassar o mandato é um despautério, pois é evidente que houve clara perseguição política — odienta, obsessiva — contra um dos ativistas mais fiéis que o partido e a causa verde já tiveram neste país".

Os pontos-chave
1. A classe política está agitada com a decisão de Janot de exercitar o direito de questionar os mandatos de parlamentares que trocaram de legenda sem cumprir, a seu ver, as recomendações do TSE
2. Num julgamento de quinta-feira, foi reafirmado por unanimidade a legalidade da resolução que permite a troca de partido para a criação de um novo.
3. Outro caso que se enquadra na resolução do TSE é o de Sirkis, que deixou o PV para entrar no PSB. Nesse caso, por "grave discriminação pessoal"

Fonte: O Globo

Os infiéis na política - Fernando Rodrigues

Entre suas várias anomalias, o sistema político no Brasil costuma remeter para a Justiça casos de deputados e senadores infiéis aos seus partidos. É um traço marcante do subdesenvolvimento democrático do país.

Numa democracia consolidada, um juiz não seria chamado para punir um deputado que troca de legenda. Aqui, está na lei. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acaba de decidir enviar à Justiça uma dezena de ações pedindo a cassação de congressistas infiéis.

Sem querer parafrasear o PT, que tem culpado o "sistema" pelos seus erros, o que ocorre nesse caso de políticos infiéis é uma mistura de regras disfuncionais com excesso de imbricação entre dinheiro público e partidos.

É nula a chance de esse cenário se alterar no curto prazo. Mas um episódio assim --a possível cassação de muitos mandatos por infidelidade-- convida a refletir sobre qual rumo poderá, quem sabe, ser tomado pelo país no futuro.

A lógica atual é simples. Nenhum político se elege sozinho. Precisa do partido, que dá dinheiro e tempo de rádio e de TV. Logo, nada mais natural do que cobrar fidelidade de quem vence a eleição e está exercendo um mandato.

Tudo bem. A ideia é fortalecer os partidos políticos. Só que esse modelo existe há décadas. Ao contrário de siglas sólidas, a maioria é cada vez mais frágil. Algo está muito errado. O DNA do problema é a extrema facilidade com que se monta uma nova agremiação para receber dinheiro público e acesso a outros benefícios. Reforma ampla nunca virá. Uma medida mais simples seria a cláusula de desempenho: só partidos com pelo menos 3% dos votos teriam amplo acesso a dinheiro público e ao rádio e à TV. Mas nem isso parece ter chance de prosperar no Congresso.

Assim, resignemo-nos. A Justiça permanecerá ainda muito tempo cassando deputados infiéis.

Fonte: Folha de S. Paulo

Sobre hotéis e privilégios - Leonardo Cavalcanti

Amigos e inimigos de José Dirceu têm uma certeza: o homem é capaz de exercer qualquer atividade. De líder estudantil a militante deportado, passando por comerciante de calças Bang, deputado federal, presidente de partido e ministro, o petista já mudou de nome e ipsto. Aos 66 anos e preso no Complexo Penitenciário da Papuda, ele agora quer ser gerente de hotel. Para quem um dia pensou em ser presidente do Brasil e tentou se caçifar a todo custo, o cargo no Saint Peter poderia até parecer modesto. Mas não nas atuais circunstâncias, não com o salário oferecido. Ele poderia ter criado outro papel.

E aqui amigos e inimigos de Dirceu também concordam: o acerto com o dono do estabelecimento foi um erro primário, algo constrangedor para os próprios petistas, impossível de não ter conotação negativa. Salvo uma estratégia às avessas da defesa em ter o pedido de trabalho negado e, assim, vitimizar o ex-chefe da Casa Civil, tudo pareceu primário demais para ser levado a sério. O episódio ganha proporções maiores quando se sabe, por exemplo, que a vaga para Dirceu não existia formalmente e que o salário ofertado é pelo menos duas vezes maior do que a média do mercado de hotelaria.

No serviço público, o salário de Dirceu como gerente de hotel se compararia ao de delegados federais, auditores, procuradores ou diplomatas e ultrapassaria de longe o do mostra a mais recente pesquisa de emprego do IBGE nas seis maiores regiões metropolitanas do país. Tais números aqui servem apenas para ilustrar um valor e um cargo que, até que se prove em contrário, o próprio Dirceu escolheu da cadeia, condenado. Também mostram o quanto é difícil para alguém defender a futura ocupação do petista, caso ele consiga convencer a Justiça a aceitar o pedido.

Escândalo
Petistas mais graduados e o próprio Palácio do Planalto temem as marolas da prisão dos mensaleiros. Por mais que tentam se apoiar na tese que o escândalo—desde o início das denúncias, passando pelo julgamento, as prisões e as regalias dos condenados—deverá ter pouco efeito nas eleições do próximo ano. Eles se apoiam nos números das urnas em três campanhas: reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (2006) e as vitórias de DilmaRousseff (2010) e Fernando Haddad (2012). Mas isso não quer dizer que o mensalão não impõe riscos para os petistas, principalmente quando o caso de corrupção está na pauta.

Poucos escândalos têm tantos elementos capazes de se manter acesos. Se não bastasse o próprio episódio envolvendo o partido governista, os desdobramentos são tão ou mais midiáticos. E o caso, por exemplo, da saúde do deputado federal José Genoino, capaz de mobilizar todos os tipos de torcidas partidárias para, no fim, restar um laudo dos médicos da Universidade de Brasília (UnB) apontando, na prática, que o petista pode voltar para a prisão. Antes disso, as redes sociais foram o palco da guerra entre petistas e antipetistas. A furia no estado mais bruto, sem concessões.

O pedido de trabalho de Dirceu, por sua vez, revela os bastidores do lobby e das garantias aos poderosos. Se tivesse inventado um papel mais discreto, algo mais parecido com as atividades dos presidiários brasileiros, que trabalham a partir de convênios entre o governo e as empresas privadas, a atividade de Dirceu poderia passar despercebida. Um trabalho de conservação ou carpintaria, ou mesmo um curso em uma faculdade. 0 problema foi ter tentado ser gerente de hotel, com salário de R$ 20 mil. O homem que poderia fazer qualquer coisa da vida preferiu optar por constranger até os aliados.

Outra coisa
O fim do voto secreto no Congresso até poderia até ser uma bela vitória da transparência, da pressão popular sobre um parlamento pouco preocupado com o cidadão. Mas os senadores conseguiram aprovar um texto pela metade, que deverá sofrer questionamentos jurídicos. Ficamos sem a comemoração, à espera de que os políticos percebam o óbvio: só o eleitor tem direito ao sigilo do voto.

Fonte: Correio Braziliense

Aleluia: expansão de 1,5%, apesar do mau-olhado - Rolf Kuntz

Maravilha: a economia brasileira pode ter crescido 1,5% em 2012, um esplêndido resultado, muito melhor que a expansão de 0,9% até agora registrada oficialmente. Além disso, as contas públicas estão em ótimas condições, embora algumas pessoas trabalhem, segundo o secretário do Tesouro, Arno Augustin, "para transformar fundamentos fortes e tranquilos em situações de tensão". 

Maravilha, de novo! Estamos a um passo de ouvir algum ministro ou secretário atribuir mau-olhado aos críticos da política econômica. Por que não? Quando tiverem, afinal, de reconhecer um fiasco, poderão acusar algum crítico ou opositor de ter enterrado um sapo no subsolo do Ministério da Fazenda. Isso será quase tão sofisticado quanto continuar atribuindo a inflação brasileira a choques de preços - um efeito aparentemente despercebido em muitos outros países em desenvolvimento. Mas, descontados os sapos e. o olho maligno, vai tudo bem, segundo o governo, a começar pela evolução do produto interno bruto, o Superpib.

A presidente Dilma Rousseff adiantou a "revisão" para 1,5% em entrevista ao jornal espanhol El País. Revisões são normais, disse ela, e ocorrem também nas contas dos Estados Unidos. É verdade, mas parece ter havido uma confusão. Segundo a informação original, posta em circulação alguns dias antes dessa entrevista, a nova taxa de crescimento deverá resultar de uma alteração no cálculo, com a introdução de uma nova estimativa do setor de serviços. Não seria propriamente a correção de um erro estatístico, mas um aperfeiçoamento do sistema de dados. Mas isso deverá envolver uma reconstrução da série e é cedo para dizer, sem mais informações, como ficará o conjunto.

Os dados mais importantes, por enquanto, são outros: um crescimento de 1,5% em 2012 continuará sendo menos que pífio, inferior ao de grandes países em crise, como Estados Unidos (2,8%) e Japão (2%), e muito menor que a média dos emergentes e em desenvolvimento (4,9%). Atribuir esse desempenho à crise internacional é apenas uma forma de jogar sobre os outros a responsabilidade pelas próprias falhas, um discurso pouco melhor que o do mau-olhado e do sapo.

Do lado da indústria, principal fonte de empregos decentes e, no passado, foco mais importante de modernização tecnológica, as perspectivas continuam ruins. O desempenho da economia vem "de frustração em frustração", disse na quinta-feira o diretor de pesquisas e estudos econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini. Em outubro, o indicador de nivel de atividade (INA) da indústria paulista foi 0,4% menor que em setembro, descontadas os fatores sazonais, e 0,2% inferior ao de um ano antes. Além disso, o aumento do INA de agosto para setembro foi revisto de 1,3% para 0,2%. O avanço acumulado em 12 meses ficou em 2,2%. Mesmo a expansão de 2,5% estimada para o ano ficará longe de compensar - meramente zerada queda de 4,1% em 2012.

Do lado da oferta, o PIB brasileiro continuará puxado pela agropecuária e pelo setor de serviços. Do lado da demanda, o governo tem apostado na expansão do investimento. Se isso for confirmado, será um mero efeito estatístico, já que o total investido diminuiu no ano passado. Na melhor hipótese, o investimento medido pela formação bruta de capital fixo (recursos aplicados em máquinas, equipamentos, infraestrutura e outras instalações) ficará de novo na vizinhança de 19% do PIB. De fato, os componentes mais dinâmicos da demanda continuarão sendo o consumo privado, apesar de algum arrefecimento, e os gastos de governo, basicamente de custeio.

Não se sustenta uma grande economia em desenvolvimento com uma indústria estagnada e um volume ridículo de investimentos. Do lado privado, a disposição para investir depende principalmente da confiança na política e da expectativa de crescimento. As empresas já investiram com muito mais dinamismo em épocas de juros básicos mais altos, até porque as taxas cobradas pelo principal financiador, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sempre foram subsidiadas. Os subsídios continuam, mas a política do BNDES perdeu o rumo e também isso tem travado o crescimento.

Leilões bem-sucedidos no setor de infraestrutura poderão resultar em mais investimentos. Mas o êxito desses leilões tem sido turbinado pela promessa de subsídios por intermédio do BNDES ou da participação de estatais, como indicou o professor Sérgio Lazzarini, do Insper, em excelente artigo no Estado de quinta-feira. O governo poderia usar de outra forma esses bilhões. Por que atrair capital privado com subsídios, se os negócios são lucrativos? Essa foi a grande pergunta deixada pelo artigo.

Esse exemplo de mau planejamento e mau uso de recursos combina com o resultado das contas públicas. O superávit primário do governo central em outubro, R$ 5,4 bilhões, foi o mais baixo para o mês desde 2004.0 acumulado em dez meses, R$ 33,4 bilhões, chegou a apenas 45,7% da a meta de R$ 73 bilhões, já inferior à inicial. Segundo o secretário do Tesouro, o governo central conseguirá nos dois meses finais os R$ 39,6 bilhões necessários para fechar a conta. Se conseguir, será graças a receitas extraordinárias, como as prestações do Refis, o programa de refinanciamento de impostos.

O setor público total só acumulou R$ 51,2 bilhões de superávit primário no ano, 46,1% do prometido para 2013. Em outubro, a contribuição de Estados, municípios e estatais foi de apenas R$ 932 milhões. Mas isso deixou de ser problema para o governo central, agora oficialmente comprometido só com o próprio resultado. Nem esse está garantido. Falta um capítulo sobre mau-olhado nos manuais de finanças públicas.

O governo só alcançou 45,5% do superávit fiscal do ano, mas promete virar o jogo no finalzinho.

Fonte: O Estado de S. Paulo

O Zé Eduardo e o Rui estão com a razão – Alberto Goldman

O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, declara que, na verdade, o tal documento que seria a tradução para o português do que teria sido enviado pelo ex executivo da Siemens à matriz, com denúncias sobre cartéis, mas sem citar nomes, não é uma tradução. É, segundo ele, um documento “novo”, que acusa o PSDB e diversas lideranças políticas e foi erradamente relacionado na denúncia do deputado petista Simão Pedro como uma tradução do original em inglês. O presidente do PT, Rui Falcão, candidamente, corrobora. Eles ainda complementam que o Simão Pedro não tem suficientes conhecimentos de inglês para fazer a tradução. Como se ele não pudesse ter solicitado a alguém para fazê-la.

Mas acho que o José Eduardo e o Rui estão com a razão. O documento em português não é uma tradução. Ele é nada mais do que um documento – um dossiê – fabricado, produzido, montado, forjado, inventado pelos petistas, Simão Pedro à frente, com a colaboração do ex executivo da Siemens, que havia sido demitido e que estava à busca de um emprego. Repete frases da denúncia primitiva, mas tem personalidade própria. Tem o DNA do PT e do ex diretor. Ou a digital deles.

Até então era criação do PT paulista. Agora é produto referendado e recomendado por José Eduardo e avalizado por Dilma Roussef.

Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB

Impostos invisíveis - Cristovam Buarque

No Brasil, os contribuintes só começam a trabalhar para si a partir do dia 30 de maio de cada ano. Do 1º de janeiro até esse dia, trabalham para pagar impostos. Isso seria menos grave se, em troca desse trabalho para o Fisco, o contribuinte recebesse de volta os serviços públicos de que carece, na quantidade e qualidade devidas.

Não é isso que ocorre. Além dos 150 dias de impostos visíveis, o contribuinte passa cerca de 26 dias adicionais por ano para pagar, sob a forma de "impostos invisíveis" a escola dos filhos, a saúde da família e a segurança de seu dia a dia. São os "impostos invisíveis" relacionados com os gastos em que a classe média incorre todo ano: cerca de R$ 60 bilhões (1,3% do PIB) com educação privada, R$ 40 bilhões (0,87% do PIB) com segurança privada e pelo menos R$ 180 bilhões (4% do PIB) com planos privados de saúde.

Este gasto é maior se considerarmos os custos causados pela ineficiência social e econômica que recai sobre o cidadão brasileiro. O sistema deficiente da educação provoca elevados gastos sobre o funcionamento da sociedade, prejudicando a vida dos contribuintes. A falta de segurança depreda patrimônio, prejudica a saúde e mata pessoas.

Mas os contribuintes preferem pedir redução dos tributos visíveis pagos explicitamente aos governos (federal, estadual e municipal) do que eliminar os "impostos invisíveis" com os quais compram no mercado os serviços que deveriam ser providos pelo setor público. Um sistema educacional e um de saúde de qualidade para todos aliviariam os contribuintes de classes média e alta; uma sociedade pacífica, graças a um sistema social mais equilibrado e eficiente representarià uma elevação na qualidade de vida.

A vocação pelo privado, o gosto pelo imediato e a preferência pelo distanciamento em relação ao povo fazem o contribuinte brasileiro aceitar os "impostos invisíveis" Com isso, a elite compra o direito de não misturar os serviços privados que usa com os serviços públicos do povo.

A tolerância e a condescendência em pagar "impostos privados invisíveis" em vez de pagar "impostos sociais eficientes" decorrem de características que i dominam o inconsciente coletivo da elite nacional. A vigência de uma ética pela qual se valoriza o privado mais do que o público; a segregação social que leva a parcela rica e de classe média a não querer se misturar em escolas iguais, hospitais iguais nem fazer a distribuição de renda que tornaria o Brasil um país pacífico fazem parte da mente do Brasil e de sua preferência pelo imediatismo. O contribuinte prefere pagar o "imposto invisível" para ter o retorno imediato, para si e sua família, do que pagar hoje e esperar um retorno posterior para toda a população.

Até porque, além de imediatista, o contribuinte tem razão de ser desconfiado com o uso de seu dinheiro por parte dos governos. Prefere pagar privadamente altos "impostos invisíveis" do que exigir os resultados públicos dos impostos visíveis.

Cristovam Buarque é senador (PDT-DF)

Fonte: O Globo

Política – Claudio Humberto

• Justiça custa R$ 30 bi e resolve 27% dos casos
O Judiciário brasileiro custa quase R$ 30 bilhões por ano somente em salários, segundo dados do Boletim de Pessoal do governo federal. Trabalham na Justiça mais de 121 mil servidores, mas apenas 27% dos tribunais brasileiros conseguiu fechar mais casos do que foram recebidos em 2012. Nos Estados Unidos, o Judiciário emprega um quarto dos profissionais (33 mil) e custa R$ 12 bilhões por ano.

• Agilidade
Ao contrario do Brasil, 100% dos tribunais norte-americanos julgaram mais processos que o total recebido, no ano passado.

• E querem mais
Existem propostas tramitando no Senado americano prevendo redução de 10% no staff de juízes, compartilhando secretárias e assistentes.

• Ótimo começo
No Brasil há iniciativas como a digitalização de processos, no Superior Tribunal de Justiça, que reduziram em anos o tempo de tramitação.

• Ninguém merece
Os juízes brasileiros sofrem com a sobrecarga. No Supremo Tribunal Federal, cada ministro julga, em média, 11 mil processos ao ano.

• Brasil é o 4º que mais mata jornalistas no mundo
O Brasil é o quarto colocado entre os países onde mais morreram jornalistas em 2013, segundo dados da ONG suíça Press Emblem. Foram assassinados seis jornalistas até outubro deste ano em terras brasileiras, índice idêntico ao Egito, que se encontra em guerra civil há quase três anos. Apenas a Somália, com oito mortes, a Síria, com dez e o Paquistão, com 13, tiveram mais jornalistas assassinados em 2013.

• Periculosidade
Segundo a Press Emblem, 103 jornalistas já foram mortos em 2013. Em 2012 o número foi 141; 107 em 2011; 110 em 2010 e 122 em 2009.

• Proteção
Nos Estados Unidos, por exemplo, há registrada a morte de apenas um jornalista este ano.

• Brasil em paz
Desde 2008 foram assassinados 28 jornalistas no Brasil. Só perdemos para um punhado de países em guerra como o Iraque e a Síria.

• Tentativa inútil
Como dois laudos médicos não confirmaram a encenação do deputado presidiário José Genoino, o presidente do PT, Rui Falcão, cumpre a patética tarefa de tentar desqualificar duas juntas médicas de respeitados especialistas. Todos com PhD, nenhum obtido em Cuba.

• Resort Papuda
Mensaleiros ainda são tratados com privilégios, na Papuda, apesar da proibição da Justiça. Transformados em camareiros, agentes afirmam, em off, que cumprem ordens do governo petista do Distrito Federal.

• Risco de intervenção
O senador Waldemir Moka (MS) foi designado pela Executiva Nacional do PMDB para fazer última tentativa de acordo entre a senadora Kátia Abreu e deputado Júnior Coimbra pelo comando da sigla em Tocantins.

• Dissidente de araque
Aspirante a disputar o governo gaúcho, o deputado Vieira da Cunha se reuniu com dono do PDT, Carlos Lupi, e seu puxa-saco, ministro Manoel Dias (Trabalho). Lupi ameaça apoiar Eduardo Campos (PSB) para chantagear a presidenta Dilma a manter Dias em seu cargo.

• Contra a ‘burrocracia’
De volta ao Congresso, o ex-secretário Paulo Bornhausen (PSB-SC) coleta assinaturas para tentar obrigar os deputados a propor, a cada projeto novo apresentado, a extinção de duas leis obsoletas.

• PMDB on fire
Além das brigas entre o PT e PMDB nos Estados, está na pauta do encontro entre a presidenta Dilma, o ex-presidente Lula e o vice Michel Temer (PMDB), este sábado (30), a reforma ministerial de 2014.

• Gera efeito cascata
Líder do PRB, deputado George Hilton (MG) ameaçou retirar assinatura do pacto fiscal de Dilma, caso a base aliada decida abrir a janela e mandar votar o projeto criando o piso dos agentes comunitários.

• Pimenta não é refresco
Após acompanhar o STF colocando mensaleiros atrás das grades, a cúpula do PSDB não esconde a preocupação com o julgamento do mensalão mineiro, que envolve o ex-governador Eduardo Azeredo.

• Viajante genuíno
O mensaleiro José Genoino exerceu mandato por 9 meses em 2013 e viajou muito. Gastou quase R$ 24 mil em viagens até para o Nordeste.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

Brasília-DF - Denise Rothenburg

Cabral na espera
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, só deixará o cargo se for candidato a algum mandato eletivo e apenas em abril, dentro da data prevista pela legislação eleitoral. Assim, Cabral terá até o primeiro trimestre de 2014 para tentar recuperar os índices de popularidade e, dessa forma, entregar a Luiz Fernando Pezão um governo melhor avaliado. Além disso, há a clara sensação entre os peemedebistas de que, se Cabral deixar o governo, Pezão vira alvo no minuto seguinte.

Mesmo a candidatura de Cabral ao Senado está em aberto. Se não for candidato, fará como Lula fez em 2010, quando viajou o país incensando a candidatura da presidente DilmaRousseff. Aliás, se levar ao pé da letra, ninguém quer abrir mão de um cargo antes da hora prevista pela lei eleitoral. Nem mesmo os ministros com a propalada reforma ministerial de janeiro. Se brincar, Dilma volta de seu descanso de fim de ano e a reforma fica depois do carnaval.

No forno
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) reuniu 32 assinaturas para pedir a CPI do Transporte Público. Mal a boa nova começou a circular pelos corredores, ele foi procurado por alguns interessados em retirar o apoio à investigação. Ficará justamente para o ano eleitoral, assim como as investigações do Conselho de Administração e Defesa Econômica (Cade) sobre a Siemens.

Saída regimental
A direção da Câmara tentará ressuscitar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do orçamento impositivo, fatiada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A ideia é aprovar as duas fatias e, aí, basta o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves, apensar uma PEC a outra. Assim, as duas seguem juntas para a formação de uma comissão especial e o futuro relator do texto elabora um projeto substitutivo "colando" as duas metades — a que institui a liberação automática das emendas e a destinação de 50% dessas emendas à Saúde. Falta combinar com a CCJ.

Saída política
Para evitar problemas quanto ao mérito, o PMDB não descarta dar a relatoria do orçamento impositivo ao próprio líder ou ao deputado Danilo Forte (PMDB-CE), defensor da fórmula. Ninguém quer arriscar deixar o DEM, do deputado Ronaldo Caiado (GO), criar novos problemas para o projeto.

Quatro por quatro
A reunião de hoje entre PT e PMDB para discutir os palanques não contará com as presenças dos líderes partidários. Isso porque o Ceará, do líder peemedebista no Senado, Eunício Oliveira, e o Rio de Janeiro, do líder da Câmara, Eduardo Cunha, são as praças mais complicadas. Lá estarão Renan CaUieiros e Henrique Alves, que vivem às turras nessa temporada pré-eleitoral.

CURTIDAS
Correção/ A coluna informou ontem que quem amimou emprego de gerente para José Dirceu foi o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. Na verdade, foi o dono do hotel Saint Peter, Paulo de Abreu. Kakay jogou o abacaxi da concessão daTVExcelsior no colo de importante advogado de Brasília.

No embalo da abertura.../ E lá vem a proposta que os comandantes do Senado tanto temem. O senador Álvaro Dias (foto) apresentou um projeto de resolução para que o voto seja aberto no caso de eleição da Mesa Diretora da Casa.

Vizinhos I/ Em prédio de senador tem tudo. Menos segredos. Na noite em que o senador Rodrigo Rollemberg (que não reside em um funcional) e a senadora lidice da Mata selaram a filiação da ministra Eliana Calmon ao PSB da Bahia, eles se depararam justamente com o senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE), hoje adversário dos socialistas.

Vizinhos II/ O senador pernambucano não teve dúvidas a respeito do acordo fechado entre Lidice e Eliana com o aval do líder socialista no Senado. Em tempo: outros senadores que chegavam de jantares na cidade perceberam que a ministra foi embora dirigindo o próprio carro. Exemplo que muitos» aliás» deveriam seguir em todas as instâncias e esferas de poder.

Fonte: Correio Braziliense

Panorama Político - Ilimar Franco

Estas aposentadorias!
A aposentadoria do deputado José Genoino, condenado no mensalão, ao ser questionada pela opinião pública, criou um problema para o presidente do STF, Joaquim Barbosa. Ele também preside o Conselho Nacional de Justiça, que tem afastado desembargadores que cometeram irregularidades. Acontece que o CNJ jamais se opôs à praxe corporativa dos Tribunais de aposentar os punidos.

A polarização, segundo os tucanos
Para os tucanos, convencidos de que, "com o tempo, o charme de Marina Silva vai diminuir" ao analisarem as mudanças dos mapas eleitorais de 2010, dizem que haverá segundo turno e com a presença de Aécio Neves. Lembram que a presidente Dilma ganhou com folga em Minas, Rio, Pernambuco, Bahia, Ceará e Amazonas. Mas que agora será bem diferente. Minas vai votar em massa em Aécio. Pernambuco em Eduardo Campos. Os tucanos avaliam que estão mais fortes na Bahia, graças ao prefeito de Salvador, ACM Neto; no Amazonas, com o apoio do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio; e no Ceará, com o favoritismo de Tasso Jereissati para o Senado.

"O mais provável é um confronto PT x PSDB. Os tucanos governam São Paulo, Minas, Paraná e Pará. O PSDB tem discurso de oposição, o PSB passou dez anos no governo" Aloizio Mercadante Ministro da Educação, sobre a sucessão presidencial

Uns são mais iguais
Passou despercebido. Um agente penitenciário relata que antes de receber a banqueira Kátia Rabello e Simóne Vasconcelos, condenadas no mensalão, foram construídas duas celas para abrigá-las na prisão feminina da Papuda (DF).

O jeitinho
As empresas de telefonia móvel são campeãs de reclamações dos consumidores. Os sinais dos celulares pioram a cada dia. Por isso, uma dessas empresas, a TIM, instalou uma antena especial com o objetivo de melhorar o sinal no prédio da Anatei. Ela fica no teto de um veículo permanentemente estacionado ao lado do prédio da agência.

Acordo em Pernambuco
Teresa Leitão, candidata a presidente do PT apoiada pelo ex-prefeito João da Gosta, e Bruno Ribeiro, candidato do senador Humberto Costa, fizeram um acordo. Em vez de disputar o segundo turno, cada um ficará no cargo dois anos.

Guerra federativa
Um estudo da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) aborda a defasagem dos custos, diante dos repasses, de programas federais tocados pelos municípios. Alguns casos citados de defasagém: Programa de Erradicação do Trabalho Infantil em 28%, Programa de Alimentação Escolar em 23% e Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar em 20%.

Uma depois da outra
A ex-secretária da Receita Lina Vieira, que deixou o governo Lula por se desentender com a então ministra Dilma Rousseff, perdeu mais uma. O candidato dela para presidir o Sindifisco perdeu a eleição para o auditor Cláudio Damasceno.

Abertura de mercado
O embaixador do Japão, Akira Miwa, antecipou para o vice Michel Temer que no próximo dia 4, na recepção pelos 80 anos do imperador Akihito, será servida carne suína catarinense. O produto recebeu autorização para consumo no Japão. o governador Cid Gomes (PROS-CE) disse ao ministro Paulo Bernardo (Comunicações) que não vai antecipar a escolha de seu candidato à sucessão.

Fonte: O Globo

Painel - Vera Magalhães

Conta de chegada
O cálculo que resultou no reajuste de 4% para a gasolina e 8% para o diesel, anunciado ontem, foi feito pelo Ministério da Fazenda e apresentado em encontro entre Guido Mantega e Graça Foster na quarta-feira, em Brasília. Na quinta, a presidente da Petrobras concordou com os percentuais, inferiores aos que a empresa pretendia e que não incorporam o gatilho proposto por ela. Não está descartado, no entanto, um novo reajuste, em valor menor, no primeiro semestre de 2014.

Até a borda Na matemática do governo, chegou-se à conclusão que conceder reajuste de 5% para a gasolina (o mercado queria 6%) faria com que estourasse a meta de inflação de 5,8% para 2013.

Varejo Fernando Pimentel (Desenvolvimento) dará duas palestras sobre oportunidades de negócios no Brasil para executivos em Nova York na terça-feira. Dilma quer buscar investidores estrangeiros diante do mau humor de empresários brasileiros.

Quem manda As manobras da Câmara que irritaram o governo têm como pano de fundo a insatisfação do comando da Casa e de líderes da base com o acúmulo de projetos em regime de urgência mandados pelo Executivo.

Cabresto Parlamentares dizem que o Palácio do Planalto tenta "controlar a pauta do Congresso". Nesse cenário, a alteração feita na tramitação do Orçamento impositivo é vista como um recado dos deputados ao governo.

Rompimento Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Renan Calheiros (PMDB-AL) discutiram aos gritos no Congresso na quinta-feira, depois que o presidente da Câmara indicou que prorrogaria o prazo para apresentação de emendas ao Orçamento.

Travou O Planalto já admite que pode não conseguir a aprovação do Marco Civil da Internet este ano. O governo não contava com tanta dificuldade em obter acordo.

Aqui não 1 Representantes do Ministério da Justiça e da Justiça Federal, de um lado, e do Ministério Público Federal e da Associação Nacional dos Procuradores da República, de outro, divergiram sobre a redação final do relatório da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro.

Aqui não 2 O segundo grupo pretendia incluir uma menção ao julgamento do mensalão como exemplo de combate à corrupção, mas foi rebatido pelos representantes do governo. O texto acabou sem a referência.

Sabadão Além de receber caciques do PMDB e do PP hoje, Dilma e Lula se reunirão também com a cúpula do PDT, partido que, embora esteja no primeiro escalão, ainda flerta com a candidatura de Eduardo Campos.

DDD Jaques Wagner (BA) colocou o candidato do PT à sua sucessão, Rui Costa, para falar no telefone com a presidente e o antecessor logo após sua escolha, ontem.

Axé O resultado fortalece o governador --que bancou seu secretário da Casa Civil contra o senador Walter Pinheiro e o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli-- para pilotar a campanha de Dilma no Nordeste.

Tempo... Em reunião de secretariado, Geraldo Alckmin (PSDB) pediu para que os auxiliares "readequem as agendas" e corram para montar cronograma de entregas e inaugurações no primeiro semestre do ano eleitoral.

... é dinheiro Além do calendário, Alckmin demonstrou preocupação com as receitas do governo, que não terão o incremento do programa de parcelamento do ICMS, que rendeu R$ 5 bilhões extras neste ano.

TIROTEIO
"O pacote de bondades de Alckmin a policiais é, na verdade, um saco de maldades para esconder o reajuste insignificante à categoria."
DO DEPUTADO MAJOR OLÍMPIO (PDT-SP), sobre ampliação do vale-alimentação e criação de cargos na Polícia Militar, aprovados após correção salarial de 7%.

CONTRAPONTO
Egolatria

Com o tempo apertado para discursar em sessão na Câmara, o deputado Francisco Escórcio (PMDB-MA) apelou para tática insólita para conseguir com o presidente Mauro Benevides (PMDB-CE) segundos a mais de fala.

-- Venho aqui saudar esta pérola que está na presidência desta Casa. Todos o aplaudem por sua inteligência, pela maneira harmoniosa como trata todos os colegas. Receba o abraço carinhoso do Chiquinho Escórcio. Agora eu quero um minuto para mim --requisitou.

Benevides não resistiu.

-- V. Exa. tem a prorrogação.

Fonte: Folha de S. Paulo