Tucano volta a provocar ministro por atuação em investigações de cartel de trens em SP
Bruno Benevides e Diógenes Campanha
SÃO PAULO - O senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB e provável candidato do partido à Presidência da República, criticou ontem a atuação do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) nas investigações sobre o cartel de trens em São Paulo.
"Eu estou achando meu amigo ministro um pouco nervoso. Era mais fácil ir ao Congresso se explicar" disse Aécio em evento do setor imobiliário na capital paulista.
Anteontem, Cardozo disse que irá processar quem o acusou de fazer uso político das investigações e que explicará o caso no Senado e na Câmara na próxima semana.
Para Aécio, o ministro perdeu a capacidade de liderar a apuração do cartel. Sobre sua saída do cargo, o tucano disse que isso é algo que cabe à presidente Dilma Rousseff.
O senador criticou ainda o presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Vinicius Carvalho, que omitiu ter sido chefe de gabinete do deputado estadual licenciado Simão Pedro (PT-SP), responsável por ter levado a Cardozo documentos que acusavam integrantes do PSDB de terem recebido propina nas licitações de trens e metrô.
O senador chamou de "falsificação" a versão em português de um dos documentos.
O presidente do PT, Rui Falcão, defendeu Cardozo e Simão Pedro das acusações.
"O ministro da Justiça, após receber uma denúncia de um deputado do PT de São Paulo, cumpre seu dever constitucional e encaminha à Polícia Federal. Agora transformam isso em alvo de disputa política, acusando o ministro de manipular informação, acusando o deputado, que nem fala inglês, de fazer uma tradução adulterada", afirmou.
Ele voltou a se referir ao cartel como "trensalão" e disse que Cardozo tem direito de processar adversários "se foi alvo de calúnia, injúria ou difamação".
Fonte: Folha de S. Paulo
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