Suspeitos de receber propinas, chefe de gabinete e assessor técnico do ministro deixaram os cargos; PF investiga caso
Laís Alegretti
BRASÍLIA - Suspeitos de receber propina de uma empresa que presta serviços ao governo, dois assessores do ministro da Fazenda, Guido Mantega, deixarão seus cargos. O chefe de gabinete de Mantega, Marcelo Fiche, e o chefe da assessoria técnica e administrativa do gabinete, Humberto Alencar, informaram nesta sexta-feira, 29, que não retornarão às suas funções.
Eles foram acusados de receber R$ 60 mil em espécie da empresa que presta serviços de assessoria de imprensa ao ministério, a Partnersnet Comunicação Empresarial. A denúncia foi feita pela revista Época.
Após a denúncia, ambos pediram férias. Tanto eles quanto a empresa negam as acusações. Fiche divulgou nota nesta sexta para dizer que foi ele quem pediu a Mantega para sair do cargo.
"Dessa forma, contribuo para que as investigações ora em curso sejam feitas com toda tranquilidade e com a maior celeridade possível para que a verdade seja restaurada e as mentiras que foram publicadas sobre a minha pessoa sejam rapidamente derrubadas", afirmou no texto.
"Não sei a que interesses servem tais ataques, mas posso dizer com toda tranquilidade que fizemos um processo licitatório com todo zelo e respeito pela coisa pública."
Fiche acrescenta que a licitação foi feita pela modalidade que leva em conta o menor preço, em vez de considerar técnica e preço e, por isso, gerou grande economia para os cofres públicos.
Investigação. Diante das acusações, a Polícia Federal abriu investigação contra Fiche e Alencar. O inquérito foi instaurado a pedido do próprio ministro Mantega, que enviou ofício ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, solicitando apuração do caso. Mantega acionou, ainda, a Corregedoria do Ministério da Fazenda para elucidação da história.
O advogado contratado pela Partners, Antonio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, disse que as investigações mostrariam que a empresa e os técnicos do ministério são vítimas de um complô, cujo objetivo, provavelmente, seria derrubar o ministro Mantega.
Ele afirmou ainda que disponibilizaria à Polícia Federal documentos que comprovam que a empresa não repassou qualquer quantia aos dois assessores que deixaram o Ministério da Fazenda.
Na semana passada, Mantega escolheu os servidores Ernani César e Silva Cabral e Pedro Augusto Junger Cestari para substituírem Marcelo Fiche e Humberto Alencar durante o afastamento.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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