quarta-feira, 16 de março de 2016

STF aceita delação de Delcídio e Dilma pode ser investigada

• Ex-líder do governo no Senado diz que negociou indicação de ministro para o STJ para ajudar empreiteiro

• Senador cita ex-presidente Lula, vice Michel Temer e líder do PSDB, Aécio Neves

• Aloizio Mercadante aparece em gravação negociando com assessor de Delcídio

A homologação e a divulgação pelo STF da delação do senador Delcídio Amaral (PT-MS) arrastaram ainda mais o governo e Dilma Rousseff para o centro da crise e da Lava Jato. A Procuradoria-Geral da República (PGR) avalia abertura de investigação para apurar as citações à presidente no depoimentodo ex-líder do governo no Senado. O ponto que mais chama a atenção dos procuradores é a afirmação de Delcídio de que negociou com Dilma a nomeação de Marcelo Navarro para o STJ com a missão de tirar da prisão o empreiteiro Marcelo Odebrecht. Ela nega. Delcídio também cita supostas irregularidades envolvendo o ex-presidente Lula, o senador Aécio Neves (PSDBMG), o vice Michel Temer (PMDB) e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, aparece em gravação negociando com assessor de Delcídio e fala em “encontrar uma saí- da” para evitar que o senador fizesse delação. Mercadante diz que agiu de forma “pessoal”

Supremo homologa delação de Delcídio e PGR avalia investigar citação a Dilma

• Em depoimento explosivo à Procuradoria-Geral da República, ex-líder do governo no Senado aproxima a presidente ainda mais da Lava Jato, cita o petista Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG)

A homologação e divulgação pelo Supremo Tribunal Federal da delação do senador Delcídio Amaral (PT-MS) arrastou ainda mais o governo Dilma Rousseff – e a própria presidente – para o epicentro da crise política e para o âmbito da Lava Jato. A Procuradoria-Geral da República já avalia abrir uma investigação para apurar as citações à presidente no depoimento do ex-líder do governo no Senado. O ponto que mais chama atenção dos procuradores é a afirmação de Delcídio de que negociou com Dilma a nomeação do ministro Marcelo Navarro Ribeiro Dantas para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) com a missão de libertar da prisão o empreiteiro Marcelo Odebrecht. Ela nega. 

Em 400 páginas, Delcídio cita supostas irregularidades envolvendo também o ex-presidente Lula, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), o vice-presidente Michel Temer (PMDB), a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Os primeiros trechos da delação foram revelados no início deste mês pela revista IstoÉ e confirmados ontem com a divulgação oficial do documento. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, ex-chefe da Casa Civil de Dilma, aparece em uma gravação negociando com um assessor de Delcídio. Na conversa, Mercadante fala em “encontrar uma saída” para evitar que o ex-líder do governo faça delação. 

Delcídio confessou ter recebido propina no negócio da compra da refinaria de Pasadena (EUA) pela Petrobrás. Segundo ele, Lula foi um dos responsáveis pela indicação de Nestor Cerveró, ex-diretor da estatal preso pela Lava Jato. Ainda sobre o ex-presidente Lula, o senador afirmou que o pecuarista José Carlos Bumlai ficou incumbido de reformar o sítio de Atibaia (SP) frequentado pelo petista, mas o trabalho acabou sendo assumido pela empreiteira OAS. Com a homologação da delação, a Procuradoria vai analisar os desdobramentos das afirmações de Delcídio e ele deverá receber os benefícios previstos em lei por ter se tornado colaborador da investigação. Ao Estado, ele previu muita “confusão” para o futuro

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