O Globo
Salvo pela cavalaria americana (e sua taxação de 50%), Lula é reeleito em 2026. Por mínima margem de votos, conquista o quarto mandado, quebrando o próprio recorde de presidente mais idoso (80 anos, com energia de 70 e tesão de 68). O centro democrático (esquerda ponderada, liberais e direita racional) não tinha mesmo como votar no candidato da oposição, Eduardo Bolsonaro. Lula regula as redes, aumenta a contribuição sindical, impõe sigilo de 200 anos aos gastos do governo, investe no slogan “Milionários contra paupérrimos” e consegue no STF reeleições infinitas. Apoia a China na retomada de Taiwan e condena Israel pela guerra ao narcotráfico.
Em 2030, aos 84 anos (saúde de 82), Lula é
novamente eleito, por exígua maioria — graças à esquerda decente, aos liberais
e à direita digna, que o preferiam a Michelle Bolsonaro. Nomeia a primeira-dama
para o STF, aumenta o Imposto de Renda, controla a imprensa. Se alinha à Coreia do Norte na
invasão da Coreia
do Sul e critica Israel pela guerra ao tabagismo. Cuba e Nicarágua entram
para o Brics.
O setor mais produtivo do país é o dos sindicatos.
Chega 2034. Liberais, esquerda sensata e
direita ética se recusam a respaldar Flávio Bolsonaro e, aos 88 anos, na flor
da idade, Lula se reelege, por ínfima diferença. Fica do lado da Rússia (agora
de novo URSS) no bombardeio das antigas repúblicas soviéticas e denuncia Israel
pela luta contra a especulação imobiliária. Recria a CPMF.
Como o STF ampliou a duração do mandato para
seis anos, a próxima eleição é em 2040. Tendo Carluxo como opositor (e nele a
direita lúcida, os liberais e a esquerda responsável não votariam), Lula é
eleito de novo, por margem minúscula. Aos 94 — com agilidade mental de 93 e
meio —, aumenta os impostos para quem é alfabetizado, é a favor da anexação
da Mongólia pela
China e protesta contra os ataques israelenses aos alimentos ultraprocessados.
Brasileiros fogem para a Venezuela, em busca de melhores condições de vida.
Aos 100 anos, Lula toma posse pela oitava vez
em 2046. A oposição insistira na candidatura de Laurinha Bolsonaro, a quem a
esquerda moderada, a direita íntegra e os liberais não tinham como apoiar. No
auge do vigor físico e intelectual, Lula defende a ocupação soviética da Europa
e vai à ONU contra a guerra à pedofilia, conduzida por Israel. Duplica a carga
tributária. Afeganistão e
Coreia (agora só tem uma) entram para o Brics.
Com o mandato esticado de novo pelo STF, Lula
se reelege aos 108 anos em 2054 — por margem infinitesimal. Liberais, direita
equilibrada e esquerda razoável mandaram às favas os escrúpulos, mas não
votariam em Jair Renan nem a pau. Sob os aplausos do Itamaraty, a Coreia invade
o Japão, a China ocupa a África, a URSS toma a América do Norte e o Caribe.
IRA, Farc, PCC e Alerj entram para o Brics. Pessoas em situação de rua passam a
ter de recolher imposto. O PIB da Bolívia ultrapassa
o do Brasil.
Em 2062, Lula (116 anos, fora da vista do
público há pelo menos duas décadas) talvez seja eleito de novo — mantendo o
apoio à incorporação da Lua à URSS e as críticas a Israel pelo combate à caspa.
Pode ser que a esquerda esclarecida, os liberais e a direita pensante resolvam
ter um candidato. Até porque o Haiti começou a deportar imigrantes brasileiros
ilegais — e a candidata da oposição é a Val do Açaí.
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