Intelectuais importantes
como Maria Alice Resende de Carvalho, Renato Lessa, Beatriz Domingues, Cícero
Araújo, André Magnelli, Marco Aurélio Nogueira, Raul Magalhães e Luiz Sérgio
Henriques participaram dos debates. Há um forte consenso de que SINFONIA
BARROCA e sua semente escrita 25 anos atrás, “TRADIÇÃO E ARTIFÍCIO: Iberismo e
barroco na formação americana” tratam-se de clássicos da literatura social
brasileira para a compreensão de nosso processo de formação social, política e
econômica ao lado das obras referenciais de Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto
Freire, Oliveira Viana, Raimundo Faoro, Caio Prado Junior, Celso Furtado,
Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Werneck Vianna.
Rubem Barboza
mergulha na análise das raízes da formação brasileira buscando os traços de uma
experiência original e dinâmica, longe dos modelos de análise deterministas e
da busca insana de uma porta para a modernização espelhada nos caminhos
trilhados pelo mundo ocidental. O que para muitos clássicos é um problema - o
mal de origem ligado ao nosso passado colonial e à herança ibérica a ser jogado
fora em nome de um projeto de modernização - é vista por Rubens Barboza Filho
como rico manancial que abre enormes possibilidades para o futuro a partir releitura
da diversidade cultural; da exuberante dinâmica econômica endógena brasileira
só recentemente valorizada e não só do eixo agroexportador; e, das construções sociais criativas de uma história
nacional singular e original.
SINFONIA BARROCA
realiza profunda análise sobre como o povo inventa um Brasil a partir da
ausência de um poder central sobre vasto território, de língua e religião
comuns, do vácuo deixado pela falta de elites, do esquecimento do povo e da
ausência de relações e estruturas sociais idênticas ao feudalismo e capitalismo
ocidentais.
A complexidade e
originalidade de nosso processo histórico são vistas como nosso maior ativo e
ponto de partida e não como um entrave a ser superado e descartado. A sociedade
de formas e conteúdo únicos nasce da sinfonia tecida pelas influências das
comunidades indígenas, dos povos africanos, dos ibéricos e de diversas matrizes
culturais trazidas pelos imigrantes vindos de diversos cantos do mundo. A
língua portuguesa mestiça nascida no Brasil ocupa espaço central na análise.
SINFONIA BARROCA
identifica o esgotamento da capacidade explicativa das leituras clássicas e os
dilemas herdados de nossa aventura histórica que precisam ser ressignificados e
pensados de forma inovadora para que superemos certa pobreza do debate atual e
construamos saídas originais que não sejam simples transplantações de
experiências da modernidade ocidental.
Para quem quer repensar o Brasil em moldes criativos e descortinar novos horizontes e construir novas utopias, SINFONIA BARROCA é leitura obrigatória.
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