Liberação de gasto expõe incúria fiscal do governo
O Globo
Decisão de descongelar R$ 20,7 bilhões ignora
trajetória alarmante do endividamento público
A decisão do governo de liberar o gasto de R$
20,7 bilhões que estavam congelados é uma chance perdida — mais uma — de buscar
o equilíbrio das contas
públicas. Com a medida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comprova não
dar a devida atenção à gravidade da situação fiscal.
De normal, o endividamento brasileiro nada tem. Mantido o rumo atual, a dívida bruta deverá crescer 10 pontos percentuais no atual mandato e chegar, pelos cálculos oficiais, a 82% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2026, bem acima da média dos países emergentes (65%). Preocupado em se reeleger, o presidente prioriza o curto prazo, com mais dinheiro sendo usado para manter a economia aquecida. Mas não é tão difícil entender por que tal situação é insustentável e desastrosa. Uma hora a conta do endividamento descontrolado chega, com investimentos inibidos e queda na criação de postos de trabalho de qualidade.