O Estado de S. Paulo
Robert Prevost fez promessa de prosseguir com o compromisso da Igreja com a justiça social e a causa dos trabalhadores
Robert Prevost surpreendeu ao escolher o nome
de Leão XIV, o papa da Encíclica Rerum Novarum, promessa de prosseguir com
o compromisso da Igreja com a justiça social e a causa dos trabalhadores, mas
também com o cuidado pela Casa Comum da Laudato si e com a fraterna convivência
entre todos os povos e religiões da Fratelli Tutti do papa Francisco.
Sua trajetória junta a pátria onde nasceu, os Estados Unidos, terra de imigrantes como ele próprio, e o Peru, sua pátria de escolha, onde por 22 anos foi missionário agostiniano e, em seguida, bispo de Chiclayo, na costa norte do país.
Traz consigo a presença forte dos povos
originários; da insurreição indígena de Tupac Amaru e de sua mulher Micaela; do
testemunho de Rosa de Lima, a primeira santa das Américas, de São Martinho de
Porres, filho ilegítimo de um espanhol e de uma escrava africana liberta e do
teólogo Gustavo Gutiérrez, pai da teologia latino-americana da libertação.
Apresentou-se ao povo reunido na Praça São
Pedro, com a saudação do Ressuscitado aos discípulos com portas e janelas
trancadas: “A paz esteja convosco”.
Ao mundo mergulhado em guerras e divisões,
ele fez um premente apelo à paz, que é fruto da justiça, à construção de pontes
e não de muros, ao diálogo para superar os conflitos e ao compromisso de
manter-se na trilha aberta pelo papa Francisco.
*Pe. José Oscar Beozzo, Teólogo e historiador
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