terça-feira, 19 de junho de 2018

Alckmin pede calma a empresários

Por Fernando Taquari, Cristiane Agostine e Ricardo Mendonça | Valor Econômico

SÃO PAULO - Com o pior desempenho do PSDB em pesquisas eleitorais em quase 30 anos, o ex-governador e presidenciável Geraldo Alckmin pediu ontem a uma plateia de empresários para que não se "impressionem" com as sondagens. O tucano disse que suas chances de chegar ao segundo turno são "enormes". "Não se impressionem com pesquisa eleitoral fora de hora", disse Alckmin ao participar de evento promovido pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), na capital paulista.

Ao fazer o apelo, o tucano lembrou da recente eleição suplementar no Tocantins, cujos levantamentos anteriores ao primeiro turno apontavam para uma disputa no segundo turno entre a senadora Kátia Abreu (PDT) e o ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB). Ambos foram derrotados na primeira fase da eleição.

Alckmin planeja lançar um movimento suprapartidário em apoio à sua pré-candidatura no início do próximo mês. O articulador político da campanha, ex-governador de Goiás Marconi Perillo, disse que o PSDB deve anunciar nesse evento os primeiros acordos partidários e que as conversas "estão avançadas" com PPS, PV, PTB e PSD.

Perillo afirmou que o movimento "amplo, suprapartidário, com adesão de segmentos da sociedade civil" será para apoiar especificamente Alckmin e é diferente da criação da "frente progressista" defendida pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para unir as pré-candidaturas de centro.

Ao falar sobre a crise na pré-campanha, Perillo disse que "ainda não chegou a hora" de Alckmin crescer. "Há uma apatia muito grande em relação à política. As coisas começam a esquentar em agosto e com o início do programa de televisão", afirmou.

Apesar das declarações de Alckmin e Perillo, não há nenhum acordo formalizado. O PPS, por exemplo, negocia também com a presidenciável Marina Silva (Rede). Outros antigos aliados do PSDB, o DEM e PP, mantêm conversas com o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes.

Marina cogitou indicar o deputado federal Roberto Freire (PPS-SP) como vice. Especulações sobre a eventual aliança cresceram depois que o senador Randolfe Rodrigues (AP), uma das principais lideranças do Rede no Congresso, disse que Freire tem um perfil político ideal para ser o vice de Marina. A presidenciável, no entanto, desconversou. "Obviamente que todas pessoas que Randolfe citou são de maior credibilidade na sociedade. Mas não tive conversa com nenhum deles especificamente", declarou no evento, em São Paulo.

Ontem, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, afirmou que o apoio do PSD a Alckmin "está bem encaminhado". O dirigente do PSD promoveu jantar com Alckmin, Perillo, o candidato tucano ao governo paulista, João Doria e parlamentares das duas siglas. O PSD, contudo, tem um pré-candidato a presidente, Guilherme Afif Domingos. (Colaboraram Marcelo Ribeiro e Raphael Di Cunto, de Brasília)

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