Pré-candidato e ministro jantaram juntos no fim de semana; tucano também tenta coligação com PPS, PTB e PV
Felipe Frazão, Vera Rosa | O Estado de S. Paulo.
/ BRASÍLIA - Diante da cobrança de tucanos pela criação de fatos políticos, o pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, decidiu acelerar as articulações para obter o apoio explícito de pelo menos quatro partidos à sua campanha. O primeiro passo foi dado no domingo, quando Alckmin jantou, em São Paulo, na casa do ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab, presidente licenciado do PSD.
O presidenciável estava acompanhado de Marconi Perillo, escolhido na quinta-feira como coordenador político de sua equipe, e do ex-prefeito João Doria, pré-candidato do PSDB ao governo paulista. Alckmin ouviu de Kassab que, se depender dele, a aliança está garantida e que “esse sentimento é o mais amplo no partido”..
Além do PSD, o tucano tenta fechar aliança com PPS, PTB e PV. Embora tenha compromisso com Alckmin, o PPS apresenta sinais de divisão e setores da sigla defendem uma composição com Marina Silva (Rede).
Na prática, o PSDB já começa a se movimentar para evitar traições. A ideia de Perillo é que ao menos os partidos com os quais há negociações mais adiantadas façam um gesto público em favor de Alckmin, para mostrar que ele não está isolado na campanha.
Em conversas reservadas, tucanos afirmam acreditar na união com o DEM do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), mas a chance de acordo com o MDB é considerada próxima de zero. No Palácio do Planalto, interlocutores do presidente Michel Temer também dizem não haver possibilidade de aliança com o PSDB.
Pontes. Embora façam reparos na pré-campanha de Henrique Meirelles (MDB), sob o argumento de que falta a ele se despir do figurino de ministro da Fazenda – cargo que ocupou até abril – e passar para a sociedade a “imagem de candidato”, auxiliares de Temer observam que Alckmin “queimou todas as pontes” com o Planalto. Citam como exemplo de agravamento do mal-estar a entrevista publicada pelo Estado, no domingo passado, na qual o tucano afirmou que o governo Temer “padece de uma questão de legitimidade”.
Apesar de Kassab ter assegurado a parceria com o PSDB, ele ainda precisa convencer Guilherme Afif Domingos (PSD) a não disputar o Planalto. Ex-ministro da Micro e Pequena Empresa no governo Dilma Rousseff (PT) e presidente licenciado do Sebrae, Afif carece de apoio na própria legenda, mas é amigo de Kassab.
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