*Norberto Bobbio (1909-2004), “Ensaios sobre
Gramsci e o conceito de sociedade civil”, p. 136. Editora Paz e Terra, S.
Paulo, 2002
Política e cultura, segundo uma opção democrática, constitucionalista, reformista, plural.
domingo, 27 de julho de 2025
Opinião do dia – Norberto Bobbio* (sobre incompletitude em Gramsci)
O que a mídia pensa | Editoriais / Opiniões
Trump precisa adiar tarifaço e iniciar negociação
O Globo
A lógica da ameaça não funcionará com o
Brasil. Além de terras-raras, há outras questões de interesse mútuo
O comportamento do presidente Donald Trump nas
relações internacionais costuma ter um padrão. Primeiro, anuncia datas para a
imposição de tarifas escorchantes a um país ou bloco econômico, acompanhadas de
demandas absurdas. Num segundo momento, começa a negociar. É hora de Trump dar
início a essa segunda fase com o Brasil, congelando a ameaça da agressão
tarifária marcada para sexta-feira. A imposição do tarifaço seria prejudicial
para os dois lados. Além de perdas econômicas bilionárias, a agressão desmedida
acirraria os ânimos, retardando ainda mais o entendimento entre aliados
históricos. Na defesa de seus próprios interesses, Trump deveria baixar a
bazuca das tarifas e começar a conversar.
Como antecipou O GLOBO, Gabriel Escobar, principal representante americano no Brasil, ressaltou o interesse dos Estados Unidos por um conjunto de minerais conhecido como terras-raras, matéria-prima para os setores militar e de energia. Dono de uma das maiores reservas, o Brasil é protagonista nessa área. Ao deixar de lado demandas absurdas, como o cancelamento do julgamento de Jair Bolsonaro, e se concentrar na economia, Trump terá a chance de explicar melhor seus planos na mineração.
Lembrando Orwell - Luiz Sérgio Henriques*
O Estado de S. Paulo
Com seu ressentimento maciço, o ‘hegemon’ suicida propicia o declínio acelerado do próprio país e, mais do que isso, das liberdades liberais
Artistas são dotados de antenas sensíveis
capazes de captar em profundidade o medo e a esperança em cada circunstância.
Vendo e vivendo as muitas tensões ao redor, em que três “Estados
civilizacionais”, voltados para o futuro ou amarrados ao passado, chocam-se às
vezes sem fragor, às vezes com virulência, a memória volta a uma antiutopia
clássica da Guerra Fria. Trata-se de George Orwell e seu terrível 1984,
anunciador de um futuro totalitário em que imensas unidades políticas, a
Oceânia, a Lestásia e a Eurásia, dançariam um balé desesperado de conflitos
mútuos e alternados que o indivíduo comum não compreende e que o esmagam sem
piedade.
Os slogans recorrentes na Oceânia e nos demais superestados ainda hoje causam calafrios. “Guerra é paz, liberdade é escravidão, ignorância é força” – eram as terríveis frases então onipresentes e por que não agora também. As sociedades de controle absoluto mais do que nunca escapam do terreno da fantasia e se tornam realidades palpáveis. Deixemos de lado a Eurásia orwelliana, que podemos associar, com uma dose de arbítrio, à Rússia de Putin, agarrada a uma concepção territorial de império e à restauração da grandeza passada de czares e líderes autocratas. E examinemos o Ocidente norte-americano (a Oceânia) e o Oriente chinês (a Lestásia), usando igual dose de arbítrio para associar a topografia de 1984 ao mundo em torno de nós.
Sem poder dissuasório, Lula depende da força das instituições – Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense
A crise só escalou no gogó do presidente
Lula; nos bastidores, o governo tenta abrir as negociações com Trump, por meio
do vice-presidente Geraldo Alckmin
Comecemos por Domingos Fernandes Calabar,
conhecido como grande "traidor da pátria", em contraponto aos heróis
da Batalha de Guararapes, contra os invasores holandeses, em Pernambuco, no
século XVII: André Vidal de Negreiros (militar paraibano), João Fernandes
Vieira (militar e senhor de engenho português), Henrique Dias (negro liberto) e
Filipe Camarão (índio potiguar). Eles lideraram a resistência aos holandeses e
são os heróis do mito fundador do Exército brasileiro.
Proprietário de terras alagoano, Calabar foi julgado pela historiografia como sendo um execrável traidor, que facilitou a instalação dos holandeses nas antigas capitanias de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Em 1635, porém, na região de Porto Calvo, acabou sendo capturado e condenado à morte por traição. No dia 22 de julho de 1635, foi enforcado; seus restos mortais, esquartejados e espalhados em praça pública.
A seiva da ABL - Merval Pereira
O Globo
O conceito de Brasil é “inseparável da
diplomacia, da paz, do entendimento com os vizinhos e com o mundo”.
A noite de sexta-feira na Academia Brasileira de Letras (ABL), quando se comemorou o 128º aniversário da instituição fundada por Machado de Assis, foi um momento de trazer a história brasileira para o proscênio, num diálogo entre o decano da ABL, o ex-presidente José Sarney, e o embaixador Rubens Ricupero, que recebeu o Prêmio Machado de Assis, a mais importante láurea da literatura brasileira pelo conjunto da obra. Os dois fizeram um balanço da história do país, ligando-a à atualidade, em que o Brasil está sendo atacado pelas decisões classificadas de “brutais” por Ricupero à nossa soberania, referindo-se às sanções tarifárias impostas pelo presidente Trump.
O mapa da mina - Bernardo Mello Franco
O Globo
Às vésperas do início do tarifaço, EUA
manifestam desejo por riquezas do subsolo
Donald Trump mandou avisar: está de olho nos
minerais estratégicos do Brasil. O recado foi dado pelo encarregado de negócios
da embaixada americana, Gabriel Escobar. Ele expôs a cobiça a nove dias do 1º
de agosto, data marcada para o início do tarifaço contra produtos brasileiros.
O presidente dos Estados Unidos não é dado a
sutilezas. Em fevereiro, ameaçou suspender o apoio militar à Ucrânia e submeteu
Volodymyr Zelensky a uma humilhação pública na Casa Branca. Tudo para arrancar
um acordo de exploração de terras-raras, descritas como o petróleo do século
21. O solo ucraniano é rico em minerais críticos como urânio, titânio, lítio,
ferro e manganês. Para não serem abandonados à própria sorte, os donos da terra
se viram forçados a entregá-la ao Tio Sam.
Em outro lance que lembrou o colonialismo do século 19, Trump ameaçou tomar a Groenlândia, território autônomo da Dinamarca. O republicano alegou fins de segurança nacional, mas um de seus conselheiros econômicos admitiu que a cobiça se deve à presença de “muitos metais valiosos”. A União Europeia protestou, e o assunto foi deixado de lado até segunda ordem.
A travessia do tempo - Míriam Leitão
O Globo
A reflexão sobre os 100 anos do jornal tem
sido um esforço de pensar o mundo, o Brasil, as mudanças da sociedade e o
futuro
O jornal tinha 66 anos quando eu comecei a
trabalhar aqui em 1991. Na terça, ele completa 100 anos. Nesses 34 anos a
população brasileira aumentou em 66,6 milhões de pessoas. O centenário tem sido
para nós um mergulho. A natureza do ofício impede um olhar só para dentro. A
matéria-prima do jornal é aquilo que está fora da empresa, as notícias, os
inesperados. A reflexão sobre o jornal tem sido esse esforço de pensar o mundo,
o Brasil, as rupturas da comunicação, a sociedade brasileira em mutação, o futuro.
Em 1925, o país estava em ebulição. Segundo o embaixador Rubens Ricupero aquele foi um ano em que todas as contradições do país estavam à mostra porque era o início da “agonia e crepúsculo da República Velha”. Havia crise política e econômica. O jornal chega ao seu primeiro século na semana mais decisiva do pior conflito na relação bicentenária do Brasil com os Estados Unidos. A estranha contagem regressiva imposta pelo presidente Donald Trump faz a semana começar tensa.
‘Aqui ninguém põe a mão!’ – Eliane Cantanhêde
O Estado de S. Paulo
Com minerais críticos e desmatamento, Trump mexe com Defesa e Segurança Nacional
Sem diálogo, sem canais e com perspectivas
ruins, as tentativas do Brasil para resistir ao início do tarifaço de Donald
Trump, em 1.º de agosto, entram na reta final resvalando para um terreno
literalmente sensível, que divide opiniões, inclusive, entre Itamaraty e Forças
Armadas: a exploração de minerais críticos, ou das chamadas terras raras.
O Brasil é o segundo país nessas riquezas minerais, só atrás da China, mas praticamente nunca explorou seu subsolo e suas potencialidades. E agora? Isso pode entrar na negociação com Trump, que já vinha usando o poder dos EUA e sua expertise em chantagem para botar a mão nas terras raras da Ucrânia e da Groenlândia e acaba de incluir o Brasil na mira.
O Brasil e as ambições de Trump - Rolf Kuntz
O Estado de S. Paulo
Nada justifica a tentativa trumpista de
interferir na Justiça ou em qualquer outra instituição do Brasil
Se a intenção é mostrar vassalagem a Trump, o melhor deve ser, mesmo, o uso do idioma inglês. Foi bem escolhida, portanto, a língua usada na faixa exibida por dois deputados, na Câmara Federal, em manifestação do Partido Liberal (PL), na terçafeira. Mesmo sem reunião formal, impedida pelo presidente da Casa, Hugo Motta, ficou claro o apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, também membro do partido. A faixa mostrava um slogan do trumpismo: Make America Great Again (Faça a América Grande de Novo), também conhecido pela sigla Maga. Tudo muito adequado.
O que Trump tem contra o Pix? – Celso Ming
O Estado de S. Paulo
Eis que, de repente, o governo Trump acusa o
Pix de ser mais um foco de concorrência desleal com os Estados Unidos. Mas, por
quê? Por que o Pix, inovação financeira tão bem-sucedida, promovida pelo Banco
Central do Brasil, ficou tão perigoso para eles?
O Pix tem quase cinco anos, mas, a cada mês, já perfaz bilhões de transações, que movimentam outros trilhões em dinheiro, sem cobrança de taxas para pessoas físicas. É o que incomoda gigantes mundiais, principalmente as administradoras de cartão de débito, como as norteamericanas Mastercard e Visa, e as big techs, que operam sistemas de pagamentos privados.
A doença infantil da teocracia - Muniz Sodré
Folha de S. Paulo
Parlamento não é igreja; trocar a linguagem
laica pela religiosa é confundir o debate político com moral
Retornando ao Congresso para debater o
projeto que, em suas palavras, "quebra a coluna da proteção ambiental no
país", a ministra Marina Silva voltou
a sofrer ataques, como
há um mês. "A senhora como ministra é uma vergonha", ouviu de um
deputado. Da outra vez, ela se retirou dignamente do recinto. Desta, respondeu
quatro vezes com trechos bíblicos. Assegurou que, no futuro, Deus julgaria
quem estava correto.
Na mesma semana, o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (PSD) foi acolhido em uma Assembleia de Deus por um bispo-vereador como "pré-candidato a governador". Seu bilhete de entrada era a construção do Parque Terra Prometida, com temática bíblica, na zona oeste da cidade. O parque contará com representações relevantes para o imaginário evangélico, como o caminho do Monte Sinai, onde Moisés recebe os Dez Mandamentos.
O que fazer da guerra de Trump e dos Bolsonaro contra o Brasil - Vinicius Torres Freire
Folha de S. Paulo
País pode fazer pouco além de evitar ainda
mais dano e de repensar já seu lugar no mundo
Donald Trump vai
levar algum butim em sua guerra
contra o Brasil. É um negocista bandoleiro, que gosta de combater, incutir
medo e dominar. Quer se impor, apoiando a conspiração dos Bolsonaro ou
subjugando os países das Américas. De resto, tem apoio de empresas e de outros
interesses que promovem a causa deles de modo direto ou embarcam de modo
oportunista na ofensiva de Trump, não importa o dano de longo prazo para os
EUA.
Do ponto de vista dele, Trump começa a ter vitórias para cantar. Vide o que fez com a Indonésia. Cerca de 99% dos impostos de importação sobre produtos americanos irão a zero; as exportações indonésias serão tributadas em 19%. O país vai aceitar regulações de produtos e comércio americanas, acabar com a restrição de exportação de minerais críticos e isentar empresas americanas de regras de conteúdo local. A lista de imposições vai longe.
O parco poder da bravata - Dora Kramer
Folha de S. Paulo
A realidade adversa e contundente: o poderio
dos EUA não se compara à capacidade do Brasil de retaliar
Depois de breves momentos de relativa
contenção e alguma calmaria, o presidente Luiz Inácio da Silva
(PT) voltou a adotar o tom de enfrentamento com Donald Trump.
Usou a figuração do jogo de truco para indicar que dobraria a pedida de mão, caso o norte-americano resolva impor sanções ainda mais gravosas que a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Lula falou como se houvesse paridade de forças entre os dois países.
Milícia bolsonarista lutará pelos EUA - Celso Rocha de Barros
Folha de S. Paulo
A culpa pelos danos causados ao Brasil será
inteira de Bolsonaro e aliados, mas eles não estão no controle
Esta é a última coluna antes do dia 1º de
agosto, quando Donald Trump,
se não tiver sofrido impeachment por acusação de pedofilia, taxará
os produtos brasileiros em 50%. A culpa pelos danos causados ao Brasil será
inteira dos bolsonaristas. Mas eles não estão no controle: são apenas os
cúmplices e o álibi de uma guerra que Trump trava contra o Brasil para cometer
seus próprios crimes e dar seus próprios golpes.
Trump impôs tarifas mais altas sobre o Brasil do que sobre os outros países porque só aqui ele conta com um exército de quintas-colunas —os bolsonaristas— que lutarão ao lado dos Estados Unidos para saquear o Brasil.
Que não se repita - Hélio Schwartsman
Folha de S. Paulo
Livro rememora eventos do governo Bolsonaro,
recuperando a dimensão do ataque à civilidade que aqueles anos representaram
"Que Não se Repita", do meu
amigo Eugênio
Bucci, é um livro que dá o que pensar. Ou melhor, que dá o que rememorar.
A memória é um troço traiçoeiro. Confiamos
demais nela e por isso nem vemos certas armadilhas que ela nos prepara. A
leitura de "Que Não se Repita" nos poupa de pelo menos uma dessas
arapucas mnemônicas.
Jair Bolsonaro deixou a Presidência há menos de três anos. Ninguém minimamente informado esqueceu a tentativa de golpe, pela qual o capitão reformado está sendo julgado, nem os 700 mil mortos que sua gestão delinquente da pandemia ajudou a produzir —crime que as instituições preferiram "deixar passar".
A bola está com Trump - Samuel Pessôa
Folha de S. Paulo
Se o Lula não retaliar os EUA, choque
tarifário do presidente americano terá o efeito de reduzir a inflação no Brasil
A melhor resposta de Lula ao choque
tarifário que Trump impôs ao Brasil é evitar uma retaliação ampla. Se
o Brasil não elevar as tarifas dos bens que importamos dos Estados
Unidos o choque tarifário de Trump sobre nós será desinflacionario.
Parte dos produtos que exportamos para os EUA
será direcionada ao mercado doméstico, contribuindo, portanto, para reduzir
a inflação.
Adicionalmente, o choque permite que Lula proponha políticas de apoio aos setores mais atingidos. Em razão da emergência, as políticas seriam financiadas por meio de crédito extraordinário extrateto.
O futuro da “revolução silenciosa” - Paulo César Nascimento*
“Que diabo de nome é esse?”, escreveu Engels a Marx quando líderes da esquerda alemã fundaram, em 1869, durante um congresso sindical na cidade alemã de Eisenach, um novo Partido que denominaram de ‘socialdemocrata’. O interessante na escolha do nome está em que ele congrega dois conceitos que até aquele então quase nunca apareciam juntos no discurso da esquerda europeia. O primeiro deles – o social – constituía o campo de ação propriamente dito dos ativistas que seguiam Marx e Engels. Já a democracia era uma espécie de terra incógnita para o movimento de esquerda, um sistema de governo pouco explorado pelos seus teóricos e avaliado primordialmente como um instrumento que a burguesia usava para legitimar seu domínio sobre os trabalhadores.
Mas com o advento do sufrágio universal, a esquerda passou a participar do processo eleitoral e teve assim oportunidade de divulgar seu programa para um público mais amplo. O nome socialdemocrata então se firmou. A nova agremiação política cresceu tanto eleitoralmente que de pouco mais de 100.000 votos obtidos em 1871, passou a quase 4.500.000 no início da Primeira Guerra Mundial, tornando-se o maior partido da Alemanha. Tal êxito eleitoral, que se repetiu em vários países europeus, acabou por convencer até os mais céticos que seria possível chegar ao socialismo através de eleições.
A coação que atravessa política e Justiça – Juliana Diniz*
O Povo (CE)
Devemos nos perguntar: a liberdade de
expressão pode ser de tal modo irrestrita que nos obrigue a assistir à prática
de crimes de lesa-pátria ao vivo, inertes? Lembro que a responsabilidade de
afastar o risco não é só do STF
Na semana em que o Supremo Tribunal Federal
determinou medidas cautelares contra Jair Bolsonaro por possível
prática de coação no curso do processo e obstrução de justiça, algumas
perguntas se impuseram para muitos: afinal, o STF e Alexandre de Moraes estão
indo longe demais?
Acredito que a avaliação da decisão do tribunal depende da compreensão de como esse processo envolve o controle judicial das disfunções da política, um controle que se dá, também, através da responsabilização de ocupantes de cargos políticos que descumpram a lei. A função das medidas cautelares é mitigar um risco, o de que o processo se torne inefetivo, e esses riscos, no caso, transcendem o processo e atingem todo o país.
A natureza ambivalente do Humano - Paulo Henrique Martins*
O Povo (CE)
A indiferença deste anarcocapitalismo com a
pobreza se materializa pela proliferação de mentiras na política. Ela coloca em
evidência um assunto fundamental: a ambivalência da natureza moral do Humano.
Ele tem vocação para o bem? Ou para o mal?
A marca central do capitalismo ocidental é o
crescimento da desigualdade social em paralelo à concentração de riquezas,
gerando forte injustiça social. Joe Biden dedicou
seu último discurso como presidente para alertar sobre o surgimento desta
oligarquia antidemocrática dos muito ricos. Este alerta se evidencia com as
práticas autoritárias de Donald
Trump.
A indiferença deste anarcocapitalismo com a pobreza se materializa pela proliferação de mentiras na política. Ela coloca em evidência um assunto fundamental: a ambivalência da natureza moral do Humano. Ele tem vocação para o bem? Ou para o mal? A resposta invoca duas tendências diferentes de filosofia ocidental e que influíram no processo de institucionalização dos sistemas sociais modernos: uma idealista, outra, materialista.