quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Ricardo Noblat: Tropa sem ordem unida

- Blog do Noblat | Veja

Tão cedo haverá reforma da Previdência

O capitão é ele, como já disse mais de uma vez, a mais recente quando desautorizou publicamente um monte de coisas absurdas que seu candidato a vice, o general Hamilton Mourão, andou dizendo, e ontem voltou a repetir.

Mas como a tropa carece de comando, Jair Bolsonaro se verá obrigado a intervir outra vez para dizer quem tem razão no caso da reforma da Previdência – se o economista Paulo “Posto Ipiranga” Guedes ou se o deputado Onyx Lorenzoni (DEM).

Cotado para a chefia da Casa Civil em um eventual governo Bolsonaro, Lorenzoni disse que a reforma da Previdência não faz parte do programa do seu chefe, e que não ajudará o atual governo a aprová-la este ano. Guedes já disse o contrário e tem pressa.

Ao falar sobre a reforma, mas sem se referir à divergência entre Guedes e Lorenzoni, Bolsonaro, ontem, pareceu mais alinhado com o deputado: “Não adianta uma proposta que aos olhos apenas de economistas é maravilhosa, mas que não passa no parlamento”.

Como ficarão os deputados e senadores que haviam se comprometido com o governo Temer a votar o arremedo de reforma da Previdência até o fim deste ano? Deixar a reforma para o ano que vem significa retomar as negociações a partir do zero.

Bolsonaro evitou detalhar como seria sua reforma, quando nada porque Guedes não estava ao seu lado para orientá-lo sobre o que dizer. Ele considera uma “porcaria” a reforma de Temer, segundo contou Lorenzoni. O futuro promete muita diversão.

João Doria, derrota à vista
Quem planta, colhe

O ex-prefeito João Doria, candidato do PSDB ao governo de São Paulo, colheu, ontem, três derrotas: a) não conseguiu que a direção do seu partido declarasse apoio a Jair Bolsonaro (PSL); b) soube que Paulo Skaf (PMDB) anunciará, hoje, seu apoio a Márcio França (PSB), candidato à reeleição; c) queixou-se de Geraldo Alckmin e foi chamado por ele de traidor.

Chamado de traidor, naturalmente, ao jeito educado e indireto de Alckmin. O PT está quase pronto para anunciar em breve seu apoio a França. Doria começa a colher o que plantou.

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