Lydia Medeiros | O Globo
A reunião de DEM, PP, PRB e Solidariedade na disputa eleitoral, sob o comando de Rodrigo Maia, repete a estratégia que marcou o PMDB nas últimas décadas: ter força no Congresso para controlar o governo — seja ele qual for. Desde José Sarney (1985-1990), o PMDB não elege um presidente.
Concorreu ao cargo duas vezes, com Ulysses Guimarães (1989) e Orestes Quércia (1994). Teve péssimo desempenho nas urnas, mas sempre esteve no poder. Se ao novo bloco unir-se também o PR, do ex-deputado Valdemar Costa Neto, condenado pelo mensalão, o grupo chegará a 165 deputados. Quando tomaram posse, em 2015, somavam 129. O DEM de Maia elegeu 21 deputados.
Com a janela partidária, chegou a 44. O PP tem um ex-presidente preso por envolvimento no mensalão e na Lava-Jato, Pedro Correa; e o atual, Ciro Nogueira, é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. Elegeu 38 deputados e conseguiu aumentar a bancada para 49. Deles, 21 são investigados e quatro já são réus.
Nada disso inibe esses partidos — ou os candidatos que os procuram — de colocarem-se como aliados cobiçados. Falta combinar outra aliança importante, com o eleitor, que tem dado sinais claros de rejeição à política e aos políticos.
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