Vera Rosa / O Estado de S. Paulo.
BRASÍLIA - Pré-candidato do MDB à Presidência, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles atribuiu ontem a alta do dólar a uma dose de incerteza sobre o futuro da economia e criticou propostas de Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Jair Bolsonaro (PSL), seus prováveis adversários. “Não há dúvida de que a eleição pode começar a influenciar a economia, principalmente as propostas feitas pelos candidatos dos extremos”, disse Meirelles. “Há preocupação com mudança radical.”
Após participar da cerimônia “O Brasil voltou”, na qual o presidente Michel Temer fez uma prestação de contas sobre seus dois anos no Planalto, Meirelles fez discurso de candidato. “A Marina diz que vai acabar com o teto (de gastos). Ciro quer acabar com a reforma trabalhista e o problema do Bolsonaro é o histórico de votações dele. Tudo isso gera insegurança e preocupa o mercado”, argumentou o ex-ministro. “Hoje (ontem) falei com gestores dos maiores fundos de investimento do Brasil, e há preocupação. O histórico de votações dele (Bolsonaro) no Congresso é difícil. O mercado é cético de uma mudança radical”, disse.
Meirelles minimizou seu baixo desempenho nas pesquisas de intenção de voto – em algumas delas, aparece com menos de 1% – e o fato de parte do MDB ignorar sua intenção de concorrer ao Planalto. Disse que o importante é o potencial de crescimento e, mais uma vez, rejeitou a possibilidade de ser vice em alguma chapa. “Passada a convenção do MDB, terei, de fato, condição de fazer campanha muito forte. O MDB está no governo. Não há razão para não apresentar candidato próprio, disputar e ganhar a eleição.”
Além de não querer ser vice, o ex-ministro também já disse a amigos que não aceitará fazer dobradinha com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB). “Tenho a certeza de que no segundo turno contaremos com o apoio do PSDB.”
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