Gastos fora da meta estimulam crise fiscal
O Globo
Crescimento da dívida pública é
insustentável. Em breve, conta terá de ser paga por todos os brasileiros
Enquanto desfruta recuperação em seus índices de popularidade depois da reação ao tarifaço americano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua a estimular com o maior descaso uma crise fiscal da maior gravidade no futuro. No atual mandato, a dívida pública deverá crescer 10 pontos percentuais e chegar a 82% do Produto Interno Bruto (PIB) — ante média de 65% nos países emergentes. O governo insiste em dizer que cumpre as metas fiscais. Esquece, porém, que só tem conseguido atingi-las graças a artimanhas. A cada dificuldade, exclui gastos novos do cálculo (o padrão se repete com o socorro pelo tarifaço). A despesa não é computada, mas continua alimentando a dívida. Nas finanças públicas, narrativas fantasiosas não têm o condão de mudar a realidade.