quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Opinião do dia: Eduardo Campos

Não desistam do Brasil.

Eduardo Campos, em entrevista ao Jornal Nacional, 12 de agosto de 2014

Eduardo Campos (1965-2014) - Tragédia muda eleição

• Queda de avião em que viajavam o candidato à presidência pelo PSB e mais seis pessoas causa comoção; aliados e adversários lamentam o desaparecimento de um nome que era apontado como esperança de renovação política

Tatiana Farah – O Globo

SÃO PAULO -O tempo estava fechado na Baixada Santista. Com sua equipe, o candidato Eduardo Campos (PSB) rumava para mais um compromisso de campanha na região. O piloto do Cessna Citation 560 XL tentou pousar na base aérea do Guarujá por volta das 9h50m. Não conseguiu. Arremeteu o avião, que acabou se chocando com casas no bairro do Boqueirão, em Santos. Morreram Campos e as outras seis pessoas que estavam no avião. Assim se desenhou, ontem, uma história de horror que abalou o país e pode mudar os rumos da eleição, com o PSB tendo de decidir seu futuro em poucos dias. O acidente deixou destroços do jato em 13 casas do bairro e seis pessoas feridas, entre elas um bebê de 3 meses.

Eduardo Campos tinha 49 anos e o sonho de ser presidente. Em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto (9%, segundo o Ibope da semana passada), estava animado: sua equipe ficou satisfeita com o resultado da entrevista do candidato no "Jornal Nacional" na noite de anteontem. A candidata a vice-presidente, Marina Silva, estava no Rio, mas não embarcou no avião. Viajou a São Paulo em voo de carreira para gravar o programa de TV que começa na semana que vem. A mulher de Eduardo, Renata, estava no Rio com o filho Miguel, de 7 meses, para acompanhar o marido, mas não foi à Baixada Santista. Voltou a Recife com o bebê.

Ontem, já em Santos, Marina não escondia o choque:

- Durante estes dez meses de convivência, aprendi a respeitá-lo, admirá-lo e a confiar nas suas atitudes e nos seus ideais de vida - disse Marina, que continuou: - Eduardo estava empenhado com esses ideais até os últimos segundos de sua vida, e a imagem que eu quero guardar dele foi a da nossa despedida de ontem: cheio de alegria, cheio de sonhos, cheio de compromissos.

Em uma campanha eleitoral de ânimos acirrados e declarações extremadas, e cujo desfecho se torna mais incerto, a morte de Eduardo Campos ontem uniu brasileiros. Os candidatos fecharam seus comitês e suspenderam as agendas de campanha. A presidente Dilma Rousseff, que concorre à reeleição, decretou luto de três dias. Agora, o PSB tem dez dias para decidir quem concorrerá às eleições no lugar de Campos. Nas eleições passadas, Marina teve 20 milhões de votos no primeiro turno, mas a decisão ficou entre José Serra (PSDB) e Dilma (PT).

- O Brasil perde uma jovem liderança, com um futuro extremamente promissor pela frente. Um homem que poderia galgar os mais altos postos do país. Sem sombra de dúvidas, é uma perda. Para além das nossas divergências, nós mantivemos sempre uma forte relação de respeito mútuo - lamentou Dilma.

Em São Paulo, o candidato do PSDB, Aécio Neves, lastimou a morte de Campos, de quem era amigo há 20 anos.

- Estou muito consternado. É um baque que demora um pouco para se recuperar - disse Aécio, antes de embarcar para o Rio de Janeiro, onde passaria a noite com a sua família.

O ex-presidente Lula, cujo Ministério Campos integrou, disse ter ficado entristecido por perder um "amigo e companheiro". Para Fernando Henrique, ainda que não vencesse as eleições, Campos "seria um líder para a renovação política que tanto necessitamos". Ex-ministros e dirigentes políticos de todo o país também se mostraram consternados.

Eduardo Campos morreu no nono aniversário de morte de seu avô, o ex-governador Miguel Arraes, a quem homenageou com o nome do mais novo de seus cinco filhos, nascido sete meses atrás. Ex-governador, ex-deputado e ex-ministro, Campos era herdeiro político de Arraes, uma das lideranças políticas perseguidas e exiladas pelo regime militar.

No avião, estavam os pilotos Marcos Martins e Geraldo Magela da Cunha, os assessores Pedro Valadares e Carlos Augusto Leal Filho, o Percol, o fotógrafo Alexandre Severo e o cinegrafista Marcelo Lyra. A Aeronáutica enviou dez investigadores ao local do acidente, e a investigação deverá levar meses para ser concluída. A caixa preta da aeronave foi resgatada pelo Corpo de Bombeiros e entregue ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea. (Colaborou Thiago Herdy)

Adversários de Campos vislumbram ajustes na campanha à presidência

• Provável entrada de Marina Silva à frente da chapa do PSB preocupa dilmistas e aecistas para pleito de outubro

Débora Bergamasco e Ricardo Galhardo - O Estado de S. Paulo

Integrantes das campanhas de Aécio Neves (PSDB) e de Dilma Rousseff (PT) avaliam que a provável entrada da candidata a vice de Eduardo Campos, Marina Silva, na disputa presidencial exigirá um ajuste nas campanhas.

Já é certo que a estratégia do tucano sofrerá uma guinada. Desde que Aécio se consolidou em segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos, ele vinha se concentrando em “olhar para cima e nunca para trás”, escolhendo sempre duelar com Dilma, líder nas pesquisas, e encarando o PSB de Campos, em terceiro na corrida, como “carta fora do baralho”.

Mas se Marina assumir a cabeça de chapa, tucanos acreditam que não só será impossível continuar ignorando a corrida dos pessebistas, como avaliam que a ex-ministra tem chances de desbancar Aécio do 2.º turno. Arriscam que ela partiria de um patamar de 15 ou 16 pontos nas sondagens, bem à frente do ex-governador de Pernambuco. O número poderia ainda sofrer uma distorção para cima, avaliam, por conta da superexposição de Marina no noticiário nos próximos dias.

Por ser mais conhecida nacionalmente que Campos e por já ter sido testada na eleição de 2010, quando conquistou cerca de 20 milhões de votos com menos de um minuto de TV, aecistas apostam que Marina poderá retirar não só parte dos eleitores do tucano, mas também parcela do eleitorado de Dilma. Este cenário favoreceria a realização do 2.º turno -ideal para todos os adversários da petista, já que é dela a maior rejeição entre os postulantes. Entretanto, a força de Marina pode ser suficiente também para tirar Aécio do segundo round eleitoral.

Por isso, para tomar as próximas decisões, o PSDB fica a reboque dos movimentos do PSB.
Por enquanto, os primeiros programas de Aécio para o horário eleitoral, que começa na terça-feira, não serão alterados. O motivo é que os filmes iniciais apenas apresentam Aécio como neto do ex-presidente Tancredo Neves, pai de família, marido exemplar, deputado constituinte e governador de Minas Gerais por dois mandatos. Portanto, a nova configuração política em nada afetará a narração da biografia do mineiro na TV.

Potencial. Segundo um integrante da coordenação da campanha de Dilma, o momento é de “dar tempo ao tempo e guardar luto”. Em conversas reservadas, no entanto, avaliam que a tragédia envolvendo o candidato do PSB tem potencial para causar uma reviravolta na disputa eleitoral. Os petistas dão como certo que Marina sucederá Campos como candidata mas ponderam que ainda é cedo para avaliar qual seria o impacto no eleitorado.

Por um lado, apoiadores de Dilma acreditam que Marina, caso confirme a candidatura, terá um período de superexposição na mídia e pode se aproveitar por ser mais conhecida do que Campos e pela comoção nacional em torno da morte do ex-governador de Pernambuco. Por outro, há petistas avaliando que a ausência de Campos pode desencadear disputas internas, fragilizar Marina dentro da aliança PSB/Rede e expor as contradições entre os dois segmentos que compõem o centro da candidatura em assuntos delicados como meio ambiente e agronegócio, principalmente, em Estados onde o PSB se aliou ao PSDB, como é o caso de São Paulo.

Segundo integrantes da campanha dilmista, o programa de estreia no horário eleitoral gratuito deve ter uma homenagem a Campos. O formato ainda não foi definido. Uma ideia é que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem Campos foi ministro e aliado, grave um depoimento em tom pessoal

Acidente mata Eduardo Campos; rivais preveem Marina candidata

- Folha de S. Paulo

No momento de maior projeção política de sua carreira, o candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, morreu em um acidente de avião. O jato em que estava caiu numa área residencial de Santos, litoral paulista, nesta quarta-feira (13).

Também morreram quatro assessores que o acompanhavam e os dois pilotos da aeronave.

Governador de Pernambuco por dois mandatos, ministro da Ciência e Tecnologia no governo Lula, presidente do PSB e ex-deputado federal, Campos havia completado 49 anos três dias antes.

De perfil conciliador, com formação de esquerda, Eduardo Henrique Accioly Campos era próximo dos movimentos sociais, mas investia em alianças com setores conservadores. Considerado um dos principais expoentes da nova geração de políticos brasileiros, estava em terceiro lugar na disputa pela Presidência, com 8% das intenções de voto no Datafolha.

Campos morreu num 13 de agosto, o mesmo dia da morte de seu avô, o também ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes (1916-2005), personagem que o projetou na política no fim dos anos 80. Ele será enterrado no Recife, junto de Arraes.

As causas do acidente são apuradas pela Aeronáutica. O jato Cessna 560 XL voava do aeroporto Santos Dumont, no Rio, para a Base Aérea de Santos, em Guarujá, região onde Campos faria campanha.

A aeronave iria pousar por volta das 10h, mas arremeteu quando já era vista por quem a esperava. Há relatos de que estava em chamas no momento da queda. Ao menos seis pessoas que estavam próximas ao local atingido pelo jato ficaram feridas.

A presidente Dilma Rousseff, colega de Campos no ministério de Lula e adversária dele na atual disputa eleitoral, decretou luto oficial de três dias e suspendeu suas agendas de chefe de Estado e de candidata à reeleição. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) também cancelou suas atividades eleitorais.

Inscrita como vice na chapa de Campos, a ex-ministra Marina Silva embarcaria na mesma aeronave do candidato, mas mudou de ideia e decidiu pegar um avião de carreira com assessores.

A morte de Campos embaralha o cenário sucessório. Os adversários na disputa apostam que Marina irá assumir seu lugar como candidata do PSB. Conforme a legislação, o partido tem dez dias para anunciar a eventual substituição.

Filho de Ana Arraes, ministra do TCU (Tribunal de Contas da União) e ex-deputada federal, e do escritor Maximiano Campos (1941-1998), Eduardo Campos deixa a mulher, a economista Renata Campos, e cinco filhos: Maria Eduarda, João Henrique, Pedro Henrique, José Henrique e Miguel, que nasceu no começo deste ano.

Cientistas políticos se dividem sobre segundo turno

• No entanto, concordam que Marina é alternativa para o PSB, que não tem outro nome como o de Campos

Carolina Benevides e Renata Leal – O Globo

A morte de Eduardo Campos, candidato do PSB à Presidência, divide cientistas políticos e historiadores ouvidos pelo GLOBO sobre a corrida eleitoral deste ano. Há quem aposte que a eleição será levada para o segundo turno se Marina Silva, até então vice de Campos, for confirmada como a candidata dos socialistas. Com ela, o quadro político, que já conta com Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) nos primeiros lugares da pesquisa, sofreria "mudança significativa". A presença da ex-senadora como cabeça de chapa, no entanto, poderia, para outros especialistas, fazer com que a eleição fosse decidida mesmo em 5 de outubro.

Todos concordam, porém, que o PSB não tem em seus quadros um nome nacional como o de Campos, o que faz com que Marina se torne a alternativa. Dizem ainda que o partido terá dificuldade para encontrar um nome para ser o vice, e que a candidatura de Marina, que se filiou por não conseguir fundar a Rede, seria "de certa maneira uma derrota para o PSB".

Marly da Silva Motta
"Vejo alguns cenários: a Marina pode ser candidata à Presidência. Pode ser ainda que o partido decida lançar um nome próprio. Os socialistas têm bons nomes, como Beto Albuquerque (deputado federal), Márcio França (vice na chapa de Geraldo Alckmin) e Renato Casagrande (governador do ES), mas não vejo nenhum com estatura para o cenário nacional.

O partido não tem também nomes nacionais para ser o vice. Por outro lado, deixar que o vice seja também da Rede (grupo de Marina) seria decretar a falência do PSB. Por conta disso, podem até cogitar apostar na Renata (Campos), mulher de Campos, para ser vice de Marina. Ela tem tradição na militância. Mas, numa eleição presidencial, duvido que assumir o legado do marido cause impacto no eleitorado. Além dessas opções, o partido pode ainda decidir retirar a candidatura, o que faria a eleição ser plebiscitária. Essa possibilidade é a mais distante.

Em relação ao eleitorado, acredito que o de Pernambuco migre para Dilma, assim como o do Nordeste. O das outras regiões, em menor grau, acho que migra para o Aécio. Isso porque os perfis regional e ideológico de Campos são mais voltados para a esquerda. Para o Pastor Everaldo, não vejo migração. Com esse quadro, ganha força a eleição sendo decidida no primeiro turno. Mas, nesse primeiro momento, vai ter muita gente desamparada."

David FLeischer
"Marina se tornar candidata à Presidência é de certa maneira uma derrota para o PSB, mas tem outra saída? Se o partido a confirmar, a eleição tende a ir para o segundo turno. Marina é mais conhecida que Campos. Disputou a Presidência em 2010 e foi ministra do Lula. Já nas próximas pesquisas talvez tenha mais intenção de votos do que ele. No entanto, se a eleição for para o segundo turno, com Dilma e Aécio, pode ser que ela repita 2010 e não apoie ninguém. Nesse cenário, acredito que o Aécio tente conquistar o apoio dela, que não simpatiza com Dilma, com quem teve embates quando eram ministras.

Se Marina for a candidata, ela vai trazer o meio ambiente para a pauta, e Dilma e Aécio terão que incluir o tema e a sustentabilidade nas suas campanhas. Além disso, pode ser que o número de indecisos caia um pouco com essa candidatura, ainda que por enquanto a gente não saiba qual será a rejeição de Marina.

Por outro lado, a morte de Campos pode fazer com que o eleitor dele migre para Aécio e para Dilma. E a chegada de Marina pode fazer com que alguns "dilmistas" e "aecistas" migrem para ela. Como Marina é da Assembleia de Deus, assim como o Pastor Everaldo, pode ser ainda que ele perca alguns votos.

No mais, Marina pode impactar as candidaturas estaduais. Ela provoca emoções fortes. Sendo cabeça de chapa, pode não aceitar determinadas alianças."

Daniel Aarão Reis
"Se a candidata for a Marina, o quadro político sofre mudança significativa. Campos, quando com ela, registrou um crescimento. Se o partido a escolher, terá chances interessantes. Inclusive porque a tragédia pode ser compensada através do voto, pode suscitar numa transformação. Marina apareceria como a candidata que viria lutar pelos ideias de Campos. (Sobre) os votos em branco e nulos, que chegam a um terço do eleitorado, essas pessoas têm mais chances de optar por ela do que teriam de optar por Eduardo. Ele representava uma terceira via, mas ela preenche melhor esse espaço.

Não vejo nos quadros do partido ninguém que tenha a estatura que Campos tinha. Acho que pode acontecer uma coligação, mas o mais provável é que a Marina assuma a candidatura, por mais que isso signifique algum risco. Ela tem uma personalidade muito própria, e o PSB pode perder um certo controle."

Sérgio Abranches
"A decisão de quem será o candidato tem que ser tomada em dez dias, segundo a lei, mas a campanha na TV e no rádio começa antes. O PSB terá que decidir se mantém o acordo, com Marina de vice. Mas o partido não tem liderança com a mesma expressão do Campos. Então, se ela se torna a candidata, pode ficar no mesmo patamar de Aécio, o que configuraria levar a eleição para o segundo turno.

Agora, se for candidata, ela terá que se acomodar nas alianças feitas com o PSB. O Campos aceitava mais do que ela o que chamam de velha política. Ela tem mais restrições. Só que o dono legal da chapa é o PSB. A Rede não é partido ainda."

Christiane Jalles
"É imensa a dificuldade de se fazer qualquer previsão. Como o PSB vai se articular internamente para apoiar Marina ou qualquer outro nome? O Campos vinha construindo a candidatura há tempos. O partido tem grandes lideranças regionais e estaduais, mas há outro nome para substitui-lo? O PSB pode até ter dificuldade em escolher a Marina, mas ela é conhecida nacionalmente e acaba sendo uma alternativa.

(Uma das questões é que) o PSB era o cabeça de chapa e pode não ser mais. Ainda que ela esteja no partido, sabemos que tem outras pretensões. É mais difícil que Marina se torne uma grande liderança no PSB."

Roberto Romano
"Será difícil encontrar um candidato para o partido e para a coligação que o apoiava. E essa morte vai fazer o Brasil voltar ao estágio anterior, no qual de um lado estavam os tucanos e do outro, os petistas. A presença de Campos quebrava esse circuito.

Não sei se o PSB vai apresentar Marina. Se isso acontecer, ela tende a recolher votos. Em relação ao eleitorado, uma parcela considerável fica com ela. Mas uma parte mais conservadora deve seguir para o Aécio. Poucas seriam as chances de os eleitores de esquerda ou mais conservadores votarem na Dilma."

Antonio C. Mazzeo
"Se o PSB mantiver a lógica, Marina é a candidata. Se for assim, o partido pode dar um salto, já que ela tem mais penetração nacional e pode ter um aporte maior nas intenções de voto. No entanto, Marina pode disputar votos com Aécio, e os indecisos podem olhar para outros candidatos mais à esquerda. A candidatura dela poderia, então, diminuir a chance de um segundo turno.

Mas se não é Marina a candidata, quem é?"

Luiz J. Werneck Vianna
"O Campos representava, ao menos no Nordeste, uma atração sobre o voto, porque, do jeito que as coisas estão indo, os votos em branco e nulos serão muito fortes. Sem ele, as coisas no Nordeste ficam mais complicadas.

Quem conseguia se comunicar bem com a Marina era o Campos. É uma ferida muito funda no PSB. Além do mais, ele era o presidente do partido. Não sei como eles vão se erguer desse baque. Vão procurar, mas não há soluções claras à vista.

Vai haver migração para dentro e para fora. Muitos virão para a Marina (se ela for a candidata) e outros sairão por causa dela."

Marcelo Simas 
"O PSB sabe que essa aliança com Marina tem certo grau de artificialismo, não é uma aliança histórica. Ela foi para o PSB por conta da dificuldade de fundar a Rede. Depois das eleições, imaginamos que iria fundar seu partido, já que tem proposta programática muito definida. (Nesse quadro) é difícil prever se o PSB vai anunciar a candidatura dela à Presidência. Mas, dentro do partido, eu não vejo um candidato para esta eleição".

Políticos lamentam morte trágica de Eduardo Campos

• Candidato do PSB estava em avião que caiu em Santos

Chico de Gois, Isabel Braga, Luiza Damé, Cristiane Jungblut, Tatiana Farah, Bruno Góes, Raphael Kapa e Washington Luiz – O Globo

BRASÍLIA, SÃO PAULO e RIO - Políticos de vários partidos manifestam-se sobre a morte trágica do ex-governador de Pernambuco e candidato a presidente Eduardo Campos (PSB). Todos se mostram chocados com a tragédia e lamentaram a perda.

Em nota assinada pelo vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, a morte Campos foi lamentada:

“No dia em que são passados nove anos do falecimento de Miguel Arraes, o Partido Socialista Brasileiro cumpre o doloroso dever de comunicar o falecimento, nesta data, vítima de acidente aéreo, do seu presidente, ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, nosso candidato à Presidência da República”.

A nota diz ainda que Campos “vivia o auge de sua brilhante carreira política”. “É o Brasil que perde um jovem e promissor estadista”.

Confira outras declarações:

MICHEL TEMER
O vice-presidente, Michel Temer (PMDB), divulgou uma nota lastimando o acidente. "Não há palavras para descrever a tragédia que hoje se abateu sobre a política brasileira. Eduardo Campos era um político de princípios e valores herdados de sua família e levados com dignidade e honra por toda sua trajetória no Parlamento e no Executivo. Assim como todo o país, estou chocado com esse acidente e com as perdas para amigos e familiares. Que Deus dê conforto a seus filhos, a sua mãe, familiares e a tantos admiradores que deixou órfãos neste triste dia."

HENRIQUE EDUARDO ALVES
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), divulgou nota sobre a morte de Eduardo Campos:

"Com extremo choque, profundo pesar e imensa consternação recebi a informação da morte de Eduardo Campos. Fomos colegas na Câmara por três mandatos e afirmo que Eduardo foi um homem público digno, que honrou o estado de Pernambuco, o Nordeste e o Brasil.

Minhas condolências à família e ao povo brasileiro, que lamentam a perda de um homem tão jovem, em seu auge político e com tantos sonhos para a vida. Sua morte deixa uma lacuna irreparável. Somente Deus para confortar os familiares e amigos neste momento de insuportável dor."

RENAN CALHEIROS
O presidente do Senado prestou apoio à família de Campos e informou que o Congresso decretará luto de três dias:

"É com profundo pesar que lamento a morte tão precoce e trágica do candidato do PSB à presidência da República, Eduardo Campos. Uma tragédia que deixa o Brasil chocado e surpreso. O país sofre a dor coletiva da perda de uma das mais promissoras lideranças da política brasileira.

Eduardo Campos foi um homem respeitável em todos os aspectos de sua personalidade, um pai exemplar e uma referência como homem público nos cargos que exerceu.

Em nome do Congresso Nacional e em meu próprio envio condolências à família, ao PSB e ao governo do Estado de Pernambuco.

Informo, ainda que o Congresso Nacional decretará luto oficial por um período de três dias.

A Presidência do Senado proporá também uma sessão solene para conceder a ordem do mérito do Congresso Nacional ao ex-governador Eduardo Campos."

GUIDO MANTEGA
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também divulgou uma nota lamentando a morte de Eduardo Campos.

“Neste momento de perplexidade, junto-me às vozes de todo o país que lamentam a perda súbita e prematura do ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência da República, Eduardo Campos. Meus sinceros sentimentos a sua família e amigos, extensivo aos familiares de todas as vítimas desta tragédia”.

GILBERTO CARVALHO
O ministro da Secretaria Geral da Presidência da Repúblcia, Gilberto Carvalho lamentou nesta quarta-feira a morte de Eduardo Campos e prestou solidariedade à família. Em nota, o ministro lembrou que os dois trabalharam no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Sua capacidade de trabalho, mas sobretudo, de fazer amigos, e sua capacidade de sedução, sempre foram marcas muito profundas de sua personalidade", disse Gilberto, em nota divulgada pela Secretaria Geral.

Gilberto, que está em Cochabamba (Bolívia), para a abertura do Fórum de Participação Cidadã da Unasul, antecipou sua volta a Brasília. Ele só chegaria á noite.

EDISON LOBÃO
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse estar profundamento chocado e triste com a morte de Campos, por meio de nota.

"Estou profundamente chocado e triste com a morte trágica de Eduardo Campos, com quem sempre mantive excelente relacionamento, e a quem sempre admirei como homem público e cidadão. Eduardo Campos foi um grande político, pelo que deixará uma lacuna na vida pública do seu Estado e do País. Solidarizo-me com a sua família, com os familiares das demais vítimas da tragédia e com o povo de Pernambuco, que sofre, como os demais brasileiros, a perda de um importante líder."

"Estou profundamente chocado e triste com a morte trágica de Eduardo Campos, com quem sempre mantive excelente relacionamento, e a quem sempre admirei como homem público e cidadão. Eduardo Campos foi um grande político, pelo que deixará uma lacuna na vida pública do seu Estado e do País. Solidarizo-me com a sua família, com os familiares das demais vítimas da tragédia e com o povo de Pernambuco, que sofre, como os demais brasileiros, a perda de um importante líder."

LUIZ FERNANDO PEZÃO
Governador e candidato à reeleição no Rio, Luiz Fernando Pezão divulgou nota nesta quinta-feira na qual ressalta a morte “prematura” de um homem “sempre atento às demandas sociais do povo brasileiro”.

“Empenhado na construção de um país igualitário, justo e democrático, Eduardo Campos seguia os passos de seu avô Miguel Arraes, um dos mais importantes nomes da política republicana. Político jovem, com carreira promissora, Eduardo Campos fará muita falta à democracia brasileira”, disse Pezão, em nota.

“Meus sentimentos aos amigos e familiares de Eduardo Campos, neste momento tão difícil, assim como presto solidariedade às famílias das demais vítimas.”, completou.

GERALDO ALCKMIN
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que o Brasil perde uma liderança. "Estamos diante de uma tragédia que entristeceu e entristece o nosso país. Com Eduardo Campos o Brasil perde uma liderança jovem e promissora, e eu perco um amigo".

ANTONIO ANASTASIA
O ex-governador de Minas Gerais e candidato ao Senado, Antonio Anastasia, lamentou a morte e manifestou pesar a familiares, amigos, correligionários e conterrâneos de Eduardo Campos.

“Surpreso e chocado com a triste notícia do prematuro falecimento do ex-governador de Pernambuco e candidato a presidente da República, Eduardo Campos, sinto-me em dificuldades para encontrar palavras que traduzam o profundo sentimento em que me encontro diante dessa grande perda. Jovem político com carreira brilhante como administrador de seu Estado natal, o falecimento de Eduardo significa a interrupção de uma trajetória que tem raízes nas melhores tradições democráticas e de apego às lutas por um Brasil melhor desde seu avô, Miguel Arraes, e que ele, tão bem, dava prosseguimento como seu herdeiro. Manifesto, da forma mais sincera, meu pesar a todos os seus familiares, bem como amigos, correligionários e aos conterrâneos de Eduardo Campos”.

JOSÉ SARNEY
O senador José Sarney (PMDB-AP) recebeu com perplexidade e muita emoção a notícia da morte do candidato do PSB. Para o ex-presidente, o país perde "uma de suas maiores esperanças políticas":

“A morte é um fenômeno transcendental. Supera todos os sentimentos. Deus é testemunha da minha emoção, do meu pesar e do quanto estou chocado com o falecimento de Eduardo Campos, a quem conheci ainda jovem, despontando como um grande talento.

O Brasil perdeu uma de suas maiores esperanças políticas. Eduardo tinha um grande futuro e vivia um grande presente. Junto-me a sua família e ao povo brasileiro nesse sentimento de perda, e peço a Deus que nos console e nos ampare. O Brasil, o Nordeste e Pernambuco sentem o vazio que se abre – e que não será preenchido. É hora de invocar o símbolo que os romanos usavam: a coluna partida, quebrada, não completa sua beleza” - disse Sarney, em nota.

RUI FALCÃO
O presidente nacional do PT, deputado Rui Falcão, divulgou nota de pesar pela morte do candidato do PSB em que afirmou que seu partido está de luto e lembrou que Campos "dedicou sua vida à política e à luta pelos menos favorecidos, em particular, pela população carente do Nordeste". A nota prossegue: "Campos deixa um grande vazio na política brasileira. Seu partido, o PSB, sempre foi um aliado do PT e, juntos, construímos um país melhor e socialmente mais justo. Eduardo Campos teve papel importantíssimo nas gestões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tendo sido ministro da Ciência e Tecnologia. Mesmo quando decidiu seguir um caminho diferente ao do PT, mantivemos com Eduardo Campos uma relação de profundo respeito e admiração. A trágica morte de Eduardo Campos deixa o Brasil triste. Nesse momento de profunda dor, estendemos nossas condolências à família desse grande brasileiro, seus amigos e seus correligionários".

AGRIPINO MAIA
O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), foi para São Paulo acompanhar de perto os desdobramento do acidente.

"Em uma hora como esta é até difícil falar. O Brasil vive um momento de estupefação pela perda do homem público que foi Eduardo Campos, uma grande liderança política do Nordeste. Lamentamos profundamente a perda irreparável para família e para os brasileiros. Nossa solidariedade aos familiares e amigos de todos aqueles que o acompanhavam no voo”

ALEXANDRE PADILHA
Candidato ao governo de São Paulo, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT) demonstrou solidariedade à família do socialista e informou que Renata, a mulher de Eduardo, está em casa, desmentindo informações iniciais de que ela e Miguel, o filho mais novo do casal, também teriam morrido no acidente. "Solidariedade a Renata, ao pequeno Miguel, a todos os filhos e a toda família. Acabo de ter a confirmação de que estavam em Recife", escreveu o petista. Nota oficial divulgada no início da tarde excluiu o nome dos familiares do candidato da lista de mortos.

JOSÉ EDUARDO CARDOZO
O ministro da Justiça divulgou nota na qual se solidariza com a morte de Campos e das outras vítimas da tragédia.

“Foi com profundo pesar que recebi a notícia do falecimento do ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência da República Eduardo Campos. O Brasil perde hoje um homem público dedicado, defensor intransigente da democracia e de uma sociedade mais justa e fraterna.”

LUIZ ALBERTO FIGUEIREDO
O ministro das Relações Exteriores lamentou a morte de Eduardo Campos. Momentos depois de confirmada a notícia, Figueiredo recebeu um telefonema do chanceler do Chile, Heraldo Muñoz, manifestando pesar e transmitindo a solidariedade da presidente Michelle Bachelet e do povo de seu país à família de Campos. O Itamaraty não deve divulgar nota sobre o assunto.

REDE SUSTENTABILIDADE
O grupo de Marina Silva, a Rede Sustentabilidade, também se solidarizou com os familiares e convidou a todos a manter Campos e sua equipe em seus pensamentos.
“Neste momento de dor e perplexidade, a Rede Sustentabilidade manifesta seu profundo pesar pelo falecimento de Eduardo Campos e pelos companheiros de equipe Pedro Valadares Neto, Marcelo Lira, Alexandre Gomes da Silva, Carlos Percol e dos pilotos Geraldo da Cunha e Marcos Martins em um acidente aéreo na manhã desta quarta-feira. A REDE se solidariza com seus familiares, amigos e assessores e convida a todos a manter Eduardo Campos e sua equipe em seus pensamentos”.

ROMERO JUCÁ
"Lamento a morte de Eduardo Campos. Uma grande perda para o Brasil", escreveu o senador Romero Jucá (PMDB-RR).

CÁSSIO CUNHA LIMA
Para o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), "o Brasil perde um extraordinário homem público. Perco um amigo. Impactado com a tragédia".

JEAN WYLLYS
O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) se mostrou chocado. "Chocado com o acidente que vitimou Eduardo Campos. Um acidente em que morreram também outras pessoas", lembrou.

EDUARDO JORGE
Eduardo Jorge, candidato do PV à Presidência, informou, por nota, que suspendeu sua campanha nos próximos dias. "Esta perda é muito triste para o país. Eduardo Campos era uma liderança muito jovem e muito importante para o Brasil. Toda minha solidariedade à família."

BETO ALBUQUERQUE
O deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), candidato do partido ao Senado, disse que várias pessoas estão lhe telefonando, mas ele não tem condições de falar. "Não tenho condições de falar com ninguém; estou abalado, triste, perdi um irmão e companheiro".

ALOYSIO NUNES
Candidato a vice na chapa de Aécio Neves (PSDB), o senador Aloysio Nunes também cancelou a agenda que teria no interior de São Paulo e informou que iria a Santos, onde o avião caiu.

LUCIANA GENRO
Em nota assinada pela candidata do PSOL à Presidência, Luciana Genro, e Jorge Paz, eles afirmam que receberam com perplexidade a notícia da morte. “Recebemos com perplexidade e emoção a notícia do falecimento do presidenciável Eduardo Campos. A tragédia que atingiu Campos, sem precedentes na história democrática, também nos toca e reveste de luto este processo eleitoral”. Eles cancelaram agenda de campanha.

GILBERTO KASSAB
Presidente nacional do PSD, o ex-prefeito Gilberto Kassab, afirmou, em nota: "O Brasil perde um grande líder, um homem público sensível, uma esperança para os que seguem acreditando no exercício da política como instrumento de fortalecimento democrático. Conheci Eduardo Campos em 1999, em Brasília. Era deputado federal, e nunca mais deixamos de nos ver, manter um relacionamento fraterno, dialogar e falar sobre política. Em 2010, me convidou para entrar no PSB, mas o PSD ganharia proporções nacionais, e adiamos um projeto maior, de união, para uma conversa posterior. Sempre que vinha a São Paulo, eu o recebia em casa, falávamos sobre política e seus sonhos de ser Presidente.

Aprendi muito com ele. Dividíamos projetos, ideias e lembranças da política. Eduardo deixa o exemplo de correção, de caráter e sensibilidade que o Brasil não esquecerá. Meus sentimentos à sua mulher, à sua família e aos pernambucanos que tiveram a oportunidade a honra de tê-lo como deputado, secretário de estado e governador. Um homem público vencedor, que pensava sempre em ajudar as pessoas."

EDUARDO SUPLICY
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que estava em um seminário de economia em São Paulo, lamentou a morte de Campos.

— Foi uma tragédia e o acidente é algo inesperado. Eduardo Campos era um jovem candidato a presidência da República, que estava com ótima saúde e animado. Um desastre aéreo como esse é difícil de compreender. Trata-se de um momento de profunda tristeza e reflexão para o povo brasileiro. Certamente a presidente Dilma e o candidato Aécio Neves estão sentindo muito porque tinham um profundo respeito por ele — disse o senador, que prosseguiu: — A candidata natural é a vice Marina Silva, que já foi candidata à presidência, mas isso vai depender do PSB e dos partidos que compõem a coligação. Sendo ela o segundo valor na candidatura de Eduardo Campos é natural que os membros do PSB e da coligação possam agora considerar que Marina Silva seja a pessoa que vai substituir Eduardo Campos nesta triste circunstância. Por respeito, acho melhor aguardar porque ainda não temos a notícia dessa definição, mas é claro que a Marina se constitui num valor extraordinário da vida pública brasileira.

MARTA SUPLICY
A ministra da Cultura, Marta Suplicy, divulgou nota oficial: "O Brasil perde um grande político: jovem, dinâmico e competente. Eduardo Campos deixa uma lacuna nesta nova geração e o povo brasileiro sentirá falta de sua contribuição para um país melhor. Meu grande abraço a Renata e a toda família Campos.

ROBERTO FREIRE
O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire, disse lamentar "a tragédia que se abateu sobre o Brasil" com a morte de Eduardo Campos. "O país perde um dos seus mais dignos homens públicos", escreveu Freire.

CESAR MAIA
O ex-prefeito Cesar Maia, candidato ao Senado pelo Rio, lamentou a morte de Eduardo Campos. Em nota, ele afirma que a democracia perdeu um homem que contribuiria bastante para o debate político.

"Que notícia trágica; 49 anos, cinco filhos. Um homem de bem. Conheci em minha casa quando prefeito. A democracia perde um homem que contribuiria bastante para o debate político”.

RONALDO CAIADO
“É com profundo pesar que o Brasil recebe a notícia do falecimento de Eduardo Campos. Um homem de imenso valor, político engajado, um pai querido para seus filhos e marido de valor. Fomos colegas na Câmara dos Deputados quando nossos debates sempre eram povoados pelo entusiasmo e respeito mútuo. Meus pêsames aos familiares, aos pernambucanos e aos brasileiros que perdem um grande homem. Que Deus conforte a família.”

HUMBERTO COSTA
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), lamentou a morte do ex-governador Eduardo Campos (PSB) e lembrou sua trajetória política em Pernambuco, quando estiveram juntos. Emocionado, o petista lembrou que participaram como ministros do governo Lula e ainda participaram do governo de Pernambuco.

— Estamos todos chocados, perplexos consternados. É uma notícia que ninguém poderia imaginar. Apesar das divergências recentes, tivemos uma trajetória política lado a lado com Eduardo. Fomos colegas de ministério do governo Lula e fui secretário do primeiro governo dele. É difícil lidar com essa situação — disse Humberto Costa.

CRISTOVAM BUARQUE
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que estava sem rumo na política e que esperava a reação do PSB.

— Estou vivendo um processo de desequilíbrio político. É como se puxassem o tapete. A boal agora está com o PSB, que tenha firmeza e lucidez neste momento _ disse Cristovam, afirmando que seu primeiro voto foi para o avô de Eduardo Campos, Miguel Arraes, cuja foto tem em seu gabinete.

ROMÁRIO
O ex-jogador e hoje deputado federal Romário, candidato ao Senado no Rio pelo PSB, partido de Campos, divulgou a seguinte nota em sua página no Facebook:

"O Brasil acaba de perder um de seus melhores quadros políticos, o candidato a presidente pelo PSB Eduardo Campos. Tive a felicidade de conviver muito com ele nos últimos meses, desde meu retorno ao partido. Foi um privilégio aprender com um homem íntegro e extremamente republicano, que amava seu país, seu povo, acreditava e fazia uma política honesta. Sob o seu comando, o Brasil com certeza teria um futuro bem melhor. É difícil visualizar um quadro mais capacitado que ele para comandar o país neste momento. Uma lástima. Campos foi governador de Pernambuco por dois mandatos, com altíssimo índice de aprovação pelos cidadãos pernambucanos. Para eles, seus amigos e sua família, eu expresso, neste momento, minha profunda tristeza. Força Renata, sua amada esposa, e Maria Eduarda, João, Pedro, José e Miguel, seus queridos filhos. Luto!".

MAURO IASI
Candidato do PCB à Presidência publicou nota lamentando a morte de Campos.

"O candidato Mauro Iasi (PCB) lamenta profundamente a morte do candidato Eduardo Campos, seus assessores e pilotos, assim como das vítimas do bairro onde o avião caiu. E manifesta toda solidariedade aos familiares e amigos."

MENDONÇA FILHO
Líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), pernambucano como Eduardo Campos, disse que o episódio deixou todos atordoados. E em luto pela fatalidade cancelou suas atividades de campanha nos próximos dias:

“É um baque grande que nos deixa atordoados. Difícil de expressar qualquer sentimento que não o de grande consternação e de luto. Uma tragédia que interrompe uma carreira brilhante. O País perde um político jovem que tinha muito o que contribuir para o nosso Estado e para o nosso País. Neste momento expresso minha total solidariedade com a família, com os amigos e com todos os seus admiradores", disse Mendonça.

MARCONI PERILLO
Governador de Goiás e candidato à reeleição pelo PSDB publicou no Twitter:

"Estamos chocados com a notícia morte do amigo presidenciável Eduardo Campos e desde já apresentamos nossa solidariedade à família e amigos.Enquanto aguardamos mais informações, elevamos a Deus as nossas orações e homenageamos esse grande brasileiro."

PASTOR EVERALDO
Em nota, o candidato a Presidência pelo PSC destacou as qualidades de Campos:

"É com muita dor que perdi um amigo. Eduardo Campos era, além de tudo, uma pessoa de bem, um pai de família, um cidadão brasileiro que teria muito a contribuir com a democracia brasileira neste momento. Estive com ele, na semana passada, e pude perceber o comprometimento dele com o País. Meus pêsames à família, aos amigos e que Deus conforte a todos.

JANDIRA FEGHALI
A líder do PC do B, Jandira Feghali (RJ), lamentou a morte do amigo Eduardo Campos:

- Não há dor maior que a perda de um amigo, também pai, chefe de família, líder de seu povo. Sua história ficará conosco, na lembrança de seus passos na política, sempre em busca de um objetivo íntegro e democrático. Desejo afeto e solidariedade à família, que é o que mais sinto neste momento. Força aos amigos e correligionários."

PAULO SKAF
“O Brasil perdeu hoje um grande estadista, um homem público da maior qualidade, que exerceu a política com competência, honestidade e dedicação. Eu perdi um amigo, com quem tive a honra de conviver. Eduardo Campos foi um dos incentivadores de meu ingresso na política. Há cinco anos, iniciei minha trajetória política em seu partido, o PSB. Quero me solidarizar com sua família e seus amigos. Quero me solidarizar também com o povo de Pernambuco pela perda de seu grande líder.”

MARCELO CRIVELLA
“Hoje há no Brasil, em cada lar uma prece, em cada coração um voto de pesar e de saudades pela perda do nosso irmão Eduardo Campos.”

MARCELO FREIXO
"A vida é tão rara"! Terrível a noticia da queda do avião com Eduardo Campos e comitiva. Toda solidariedade aos familiares e amigos.

FERNANDO COLLOR
“Chocado, lamento profundamente essa tragédia que vitimou o Eduardo Campos. Meus sentimentos à família e ao povo de Pernambuco”.

TARSO GENRO
“Perda humana e tragédia humana e política a morte de Eduardo Campos”.

ROBERTO REQUIÃO
“Chocado com a morte de Eduardo Campos paro um pouco para refletir sobre a vida e a política. Condolências sinceras à família”.

LINDBERGH FARIAS
“Em choque pela perda desse grande brasileiro, desse homem íntegro. Em função da tragédia, a agenda de hoje está cancelada”.

GLEISI HOFFMANN
“Com pesar, recebi há pouco a notícia do falecimento de Eduardo Campos. Me solidarizo e mando minhas orações para família e amigos”.

VANESSA GRAZZIONTIN
A líder do PC do B na Câmara ressaltou a liderança política de Campos :

"Era um homem de grande valor e de um futuro político extremamente promissor. Minha solidariedade a família, parentes e amigos deste que foi um grande líder político. Me solidarizo também com os familiares dos pilotos e dos assessores de Campos que também estavam na aeronave", disse a senadora.

HUGO LEAL
Presidente do PROS do Rio:
"O Brasil está de luto. Além da tragédia pessoal e familiar, a morte de Eduardo Campos abre uma grande lacuna no meio político. A sua trajetória de ascensão foi resultado de uma enorme capacidade de liderança. Pelo reconhecimento do seu trabalho, tornou-se um nome qualificado na disputa pela Presidência da República. O cenário político fica mais pobre sem ele. Meu sentimento de pesar à família, aos amigos e aos correligionários de Eduardo Campos".

CARLOS SAMPAIO
Deputado federal e coordenador jurídico da campanha de Aécio Neves à Presidência:

“Foi com profunda tristeza que soube dessa inacreditável tragédia que vitimou o governador Eduardo Campos, um dos grandes nomes da política brasileira! Ainda não consegui acreditar! Espero, do fundo do meu coração, que a família consiga encontrar um mínimo de conforto e paz em Deus! Toda a nossa solidariedade aos amigos e familiares.”

GAROTINHO
"Foi com tristeza que recebi a notícia do trágico acidente no qual morreram sete pessoas entre elas o ex-governador de Pernambuco e candidato a presidência Eduardo Campos (PSB). Em meu nome, de minha família e dos republicanos do Estado do Rio de Janeiro lamentamos esse trágico acidente e o falecimento tão prematuro de um político de raízes históricas com o povo brasileiro.À sua família, e das demais vítimas, o nosso respeito e conforto nesse momento tão difícil."

RODRIGO ROLLEMBERG
Líder do PSB no Senado e candidato do partido ao governo do Distrito Federal

“O destino nos pregou um grande golpe. O Brasil hoje perdeu um dos mais brilhantes brasileiros. Eduardo Campos era um amigo, irmão, companheiro, líder insubstituível. Eduardo Campos representava, para milhões de brasileiros, a esperança de um novo tempo na política brasileira.

Pedimos a Deus neste momento muita serenidade e discernimento para superar a dor e seguir o exemplo de dedicação, compromisso e amor ao povo brasileiro manifestados por Eduardo Campos em sua trajetória."

MARCO MAIA
Deputado pelo PT do Rio Grande do Sul, ex-presidente da Câmara dos Deputados

"Hoje, perdemos um grande político. Eduardo era um amigo de longa data, conversávamos sempre em suas vindas à Brasília. Durante a minha gestão à frente da Presidência da Câmara, tive o apoio de Eduardo Campos nos mais diversos momentos. Sua juventude e sua alegria contagiavam a todos nós. Seus causos iluminavam sempre o turvo ambiente da política. É uma grande perda para a política do Brasil. Meus sentimentos a toda família e a todos os militantes"

JOSÉ ROBERTO ARRUDA
Candidato ao governo do Distrito Federal pelo PR
"A perda de Eduardo Campos é inestimável e foi um choque para todos os brasileiros. Esse é um momento de muita tristeza. Mas ele deixa uma marca indelével tanto pela vida política quanto pela pessoa, que milhões de brasileiros admiram. "

FERNANDO FRANCISCHINI
O líder do partido Solidariedade na Câmara dos Deputados, Fernando Francischini divulgou nota na qual afirma que:

“A política brasileira perde um jovem idealista, que sonhava em mudar o Brasil”.

MIGUEL TORRES, FORÇA SINDICAL
Para o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, Campos “foi um grande homem, de valores herdados e levados com dignidade e honra por toda sua exitosa trajetória política”.

A central sindical destaca ainda que o candidato do PSB era um “defensor das causas populares” e “esteve ao lado da classe trabalhadora na luta travada por mudanças nos portos do País, em 2013”.

CAMILO CAPIBERIBE
O governador do Amapá, Camilo Capiberibe (PSB), também suspendeu sua agenda e, em nota, lamentou a morte de Eduardo Campos.

"Nosso partido, o PSB, está triste e incrédulo diante dessa notícia. O Brasil perdeu hoje um grande líder, um homem de visão, ousado, que conduziu o partido pelos trilhos do sucesso administrativo e político, o que o alçou ao posto de candidato à Presidência da Nação. Por coincidência, Eduardo Campos nos deixa neste 13 de agosto, mesmo dia em que nos deixou seu avô, nosso grande líder Miguel Arraes. Seu legado está e continuará entre nós. Não tenho palavras para traduzir o sentimento de tristeza e desamparo político com a perda do nosso presidente nacional, Eduardo Campos. Minha solidariedade à família", escreveu o governador.

ANTÔNIO IMBASSAHY
O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Antônio Imbassahy, classificou o episódio como uma tragédia.
“Uma tragédia se abateu sobre todos nós, hoje, com o desaparecimento inesperado e impensado de Eduardo Campos. O acidente aéreo vitimou não apenas um personagem da política nacional, mas uma grande personalidade brasileira. O país perde um líder carismático, um guia, um homem de família, pai exemplar e marido amoroso. Enfim, não tenho palavras para expressar tudo aquilo que estou sentindo, mas quero registrar meu profundo pesar e celebrar o legado que Eduardo."

CYRO MIRANDA
O senador do PSDB por Goiás, Cyro Miranda, evidencia que Campos era um dos políticos mais respeitados.

“Foi com muita tristeza que recebi a notícia do acidente que tirou a vida de Eduardo Campos. Além de grande personalidade, era um dos políticos mais respeitados do país. É uma perda irreparável para a democracia brasileira. Meus sentimentos à família Campos.”

ACM NETO
Contemporâneo de Eduardo Campos na Câmara dos Deputados, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), afirmou que o Nordeste, especialmente, perde com a morte do ex-governador de Pernambuco:

— O Brasil perde muito, mas especialmente o Nordeste, que sentia falta de um político que tivesse projeção nacional, um político moderno, e Eduardo conseguiu isso.

JAQUES WAGNER
O governador da Bahia decretou luto oficial de três dias:

— O sentimento você sabe qual é, né? Tínhamos uma relação de amizade.

RENATO RABELO
O presidente nacional do PC do B externou sua tristeza com a morte abrupta que Eduardo Campos. Rabelo lembrou que sempre o PC doB e o PSB sempre caminharam juntos e que foi amigo do avo dele, Miguel Arraes, e também de Eduardo Campos:

— Tragédias desse porte impactam muito, ainda mais para nós que sempre fomos aliados. Sempre foi muito forte nossa aliança. Nessa campanha, ele seguiu o caminho dele, nós o nosso, mas procurávamos o reatamento no futuro, tínhamos convicção que iríamos reatar. Eduardo era jovem, com grande capacidade política e já se consolidava como uma figura nacional, tinha muito caminho pela frente — disse Rabelo.

CID GOMES
O governador do Ceará se manifestou durante evento em Juazeiro do Norte

"Nos últimos meses, nós tivemos divergências partidárias, eu fiz uma opção de apoiar uma candidatura, ele acabou colocando a sua candidatura, e essa divergência sempre foi muito clara, muito transparente e eu sempre tive diálogo aberto com ele.

Não terá sido uma divergência de uma quadra que me fará deixar de ter a opinião que tenho sobre Eduardo. Eduardo foi um grande governador, foi marcante na história de Pernambuco nos últimos anos e enquanto candidato a presidente, embora não fosse a candidatura que eu apoiasse, era uma candidatura que contribuía pra estimular o debate.

Acho que o Brasil tem que, para além de uma dicotomia, de uma radicalização entre duas candidaturas, abrir horizontes. E o Eduardo estava contribuindo para que a campanha saísse desse velho maniqueísmo entre dois partidos que se revezam há muito tempo no poder."

WALTER PINHEIRO
Senador baiano pelo PT e vice líder do Governo no Congresso também lamentou a morte de Campos

“Foi com perplexidade e tristeza que recebi a notícia do falecimento do amigo Eduardo Campos – uma amizade construída no Congresso, que passou para além da política. Quando ministro, foi um parceiro na área de Ciência e Tecnologia; no Congresso, um colega dos mais preparados para os grandes debates do País, como o pacto federativo. Ficará entre nós o exemplo de sua liderança, espelhada em seu avô, e o respeito por um político que é da minha geração, imbuído dos mesmos princípios, compromissos e vontade de promover transformações através da ação política."

JARBAS VASCONCELOS
Senador do PMDB por Pernambuco divulgou nota em que considera a perda de Eduardo como irreparável para a política brasileira

“Eduardo foi o político mais brilhante de sua geração, com uma inteligência, uma determinação e uma capacidade de trabalho únicas. Seu desaparecimento é uma perda irreparável para a política brasileira, mas é uma perda ainda maior para seus familiares e amigos. Uma tragédia sem precedentes para todos nós, que estávamos nessa luta para construir um País melhor. Por isso, Eduardo deixa uma lacuna que não será preenchida. Ele tinha um projeto para o Brasil, tinha sonhos que a gente tem a obrigação de levar adiante”

EUNÍCIO OLIVEIRA
O líder do PMDB no Senado relembrou a convivência com Campos

— Com profundo pesar e indescritível comoção recebi a notícia do trágico acidente que tomou a vida do meu fraternal amigo Eduardo Campos e fez outras vítimas. A dor pela perda dessas vidas é imensa. A dimensão da falta que fará ao Brasil o desaparecimento de um dos seus mais valorosos filhos é incalculável. Tive o privilégio de uma longa proximidade com Eduardo. Convivemos como deputados, fomos juntos líderes, fomos juntos ministros e, sobretudo, compartilhamos com nossas famílias a intimidade de amigos.

FRANCISCO DORNELLES
O senador do Rio de Janeiro comentou a morte de Eduardo Campos

"Manifesto meu sincero pesar pelo falecimento do governador Eduardo Campos. Político e administrador competente, a sua morte deixa um vazio muito grande no quadro político do país."

EDUARDO CUNHA
O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), disse estar chocado e consternado com a morte de Campos que, como jovem liderança em ascensão, teria muito a contribuir com o debate do país.

— Eu tinha com ele uma relação bastante amigável e respeitosa. Era uma liderança em ascensão, jovem, O país e o processo eleitoral perderão muito do debate que a inteligência do Eduardo iria protagonizar — disse Cunha.

Para o líder do PMDB, ainda é cedo para avaliar a repercussão que haverá no cenário político e falar sobre o futuro da chapa:

— Primeiro, o choque com o acidente. Depois, é preciso saber qual será a decisão do partido dele e ver como será a visão do eleitor. A visibilidade que ele irá obter com a tragédia será maior que a que tinha ate´agora como candidato. haverá uma herança política e não sabemos ainda como isso vai balançar o processo eleitoral.

CESAR BORGES
O ministro dos Portos comentou a morte de Campos

"O Brasil perde um jovem e promissor político que demonstrou sua capacidade durante sua trajetória como administrador em Pernambuco. É uma perda para o Brasil e para o Nordeste. À família e à Pernambuco, fica a minha solidariedade e consideração"

O trágico adeus de Eduardo

Morte de Eduardo muda a campanha

• Desastre aéreo em Santos mata o candidato do PSB ao Planalto. Causas do acidente que tirou a vida de outras seis pessoas ainda são desconhecidas. Com luto oficial de três dias, atividades dos presidenciáveis estão suspensas

Leonardo Cavalcanti, Paulo Silva Pinto – Correio Braziliense

"Não vamos desistir do Brasil. É aqui onde vamos criar nossos filhos, é aqui onde temos de criar uma sociedade mais justa. O Brasil tem jeito, vamos juntos"
Eduardo Campos, em entrevista na noite da última terça-feira

Em meio à chuva fria da manhã de ontem em Santos, litoral de São Paulo, um acidente aéreo acabou com a trajetória de um dos políticos mais promissores da história do país. E deixou em suspenso a eleição presidencial, marcada para daqui a 52 dias. Eduardo Henrique Accioly Campos, 49 anos, morreu às 10h quando o jato Cessna Citation 560XL em que viajava caiu sobre uma área residencial na cidade. Na aeronave também estavam, além dos dois pilotos, quatro assessores do ex-governador de Pernambuco. Eduardo — terceiro colocado na corrida pelo Planalto, segundo as pesquisas — deixou a mulher, Renata, e cinco filhos. O mais novo, Miguel, nasceu no último mês de janeiro.

A triste coincidência: em 13 de agosto de 2005, morria Miguel Arraes, avô materno e mentor do início da carreira política de Eduardo. Na próxima terça-feira, começa o horário gratuito, que marca a fase mais intensa da disputa pelo Planalto. O PSB, partido de Campos, tem 10 dias para apresentar um novo nome no pleito. Não está decidido se a ex-senadora Marina Silva, candidata a vice de Eduardo, será alçada à posição principal na chapa, o que seria o caminho natural.

Por enquanto, a corrida eleitoral está interrompida. A presidente Dilma Rousseff decretou ontem luto oficial de três dias no país e afirmou que as atividades de sua campanha para a reeleição ficam suspensas no período. O postulante do PSDB, senador Aécio Neves (MG), também disse, após lamentar a morte de Eduardo, que seus compromissos da campanha presidencial para os próximos três dias estão cancelados.

Ainda são desconhecidas as causas do acidente. O Cessna decolou às 9h21 do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino à Base Aérea de Santos, no Guarujá, cidade vizinha, onde o candidato do PSB tinha uma extensa agenda de compromissos pela manhã. Mesmo com chuva, era suficiente a visibilidade para a operação na pista do aeroporto. Os ventos, porém, eram fortes. Ao fazer o Cessna buscar o solo, o piloto Marcos Martins arremeteu, o que em linguagem técnica significa subir novamente. O procedimento é indicado quando a cabine de comando não tem segurança para concluir o pouso.

A gravação da conversa entre a tripulação e o controle aéreo indica que a situação era razoavelmente tranquila até aquele momento. Mas, depois disso, a comunicação foi cortada. Martins, com 20 anos de experiência incluindo voos internacionais, virou o Cessna para a esquerda, fazendo uma curva sobre Santos. A manobra era prevista para voltar à cabeceira da pista e tentar novo pouso. Então, o avião perdeu altura e se chocou contra o solo. Os destroços se espalharam por 13 imóveis.

Testemunhas afirmam ter visto o avião em chamas ainda no ar. Especialistas destacam, porém, que o Cessna, com duas turbinas, pode voar mesmo que uma delas se incendeie ou pare de funcionar. O jato, com quatro anos de uso, estava com a manutenção em dia e era usado havia três meses pelo PSB. Pertencia a uma destilaria de Ribeirão Preto (SP).

Assim que os restos mortais de Eduardo forem identificados, deverão seguir para o Recife, onde serão sepultados junto do túmulo de Miguel Arraes. Tão indefinidas quanto as causas do acidente de ontem são as consequências para a corrida ao Planalto.

"Espero que o exemplo do Eduardo Campos sirva para mantê-lo vivo na memória e nos corações dos brasileiros e das brasileiras. Sem dúvida é um momento de pesar, sem dúvida é um momento de tristeza"
Dilma Rousseff,
presidente e candidata à reeleição

"Brasil perde um dos seus mais talentosos políticos, que sempre lutou com idealismo por aquilo em que acreditava. Nesse momento, minha família e eu nos unimos em oração à família de Eduardo, seus amigos e a milhões de brasileiros que, com certeza, partilham a mesma perplexidade e pesar"
Aécio Neves,
candidato do PSDB ao Planalto

"Esta é, sem sombra de dúvida, uma tragédia. Uma tragédia que impõe luto e muita tristeza. Eu sei que os brasileiros estão compartilhando com cada um de nós e principalmente com sua família, com seus amigos"
Marina Silva,
vice na chapa do PSB na corrida presidencial

Morte trágica de Campos muda o rumo da corrida presidencial

- Valor Econômico

SANTOS, SÃO PAULO, BRASÍLIA, RIO e RECIFE - O trágico acidente aéreo de ontem, em Santos, no qual morreram seis pessoas, entre elas o candidado do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, pode mudar o rumo da corrida eleitoral. Pela legislação, a coligação de partidos liderada pelo PSB tem dez dias para indicar um novo candidato. Embora evitassem, por conta da tragédia, comentar o assunto, Marina Silva, atual candidata a vice na chapa de Campos, era apontada ontem pelos políticos como a mais provável substituta do ex-governador de Pernambuco na disputa presidencial.

Politicamente, o PSB não tem melhor saída a não ser confirmar a indicação da ex-senadora. Na condição de vice, Marina é a chamada solução natural - em tese, aquela capaz de causar menos problemas de continuidade para o projeto do PSB de eleger o presidente. A chapa Campos-Marina era resultado da união do PSB com o Rede Sustentabilidade, uma decisão de cúpula para contornar o impedimento de Marina em concorrer pelo Rede à eleição. Ainda há pouco havia quem defendesse a inversão dos nomes na chapa, por considerar que ela seria uma candidata mais competitiva.

Especialistas ouvidos ontem pelo Valor consideram que Marina deve equilibrar a disputa ao Planalto porque vai tirar votos de Aécio Neves (PSDB) e da presidente Dilma Rousseff (PT), o que torna praticamente certa a realização de um segundo turno.

Mauro Paulino, diretor do instituto Datafolha, lembra que em abril, na última pesquisa do instituto em que o nome da ex-senadora foi incluído, Marina registrou 27%, contra 16% de Aécio e 39% de Dilma. Esse cenário não incluía os candidatos "nanicos", que hoje somam 10%. Por isso, Paulino entende que o melhor parâmetro para estimar quanto Marina teria é seu desempenho na eleição presidencial de 2010, incluindo os votos nulos e em branco. Neste caso, o patamar de Marina seria de 17,7% dos votos. É quase dez pontos percentuais acima do registrado por Campos. No último Datafolha, de julho, o pessebista obteve 8%, contra 20% de Aécio e 36% de Dilma.

O cientista político César Zucco, da FGV, observa que Campos herdava cerca de 25% dos votos de Marina. Metade dos eleitores dela permaneciam indecisos e os outros 25% se dividiam entre Dilma e Aécio. O cientista político da PUC-Rio Ricardo Ismael traça três cenários: o primeiro é a indicação de Marina para a vaga, o segundo é o PT tentar impedir candidatura própria do PSB e o terceiro é que outro líder do PSB seja candidato. Ele acredita que a candidatura de Marina seria ruim para o PT. "Marina tiraria votos de Dilma, como tirou em 2010".

Numa primeira abordagem, integrantes da campanha de Dilma dizem que o ideal seria que o PSB apoiasse a candidatura da presidente ou ficasse sem nome na disputa.

Desafio de Marina agora será unir PSB

• Aliados veem a candidata a vice como uma política de lances imprevisíveis e temem restrições no partido

Cristiane Jungblut, Maria Lima e Catarina Alencastro – O Globo

BRASÍLIA e TERESINA - A morte trágica do ex-governador Eduardo Campos (PSB) recoloca a ex-senadora Marina Silva no centro das discussões sobre os rumos da campanha eleitoral de 2014. Candidata a vice na chapa de Campos, Marina ingressou no PSB em outubro passado após não conseguir criar seu próprio partido, a Rede Sustentabilidade, carregando consigo como patrimônio político os 19,6 milhões de votos na eleição de 2010, quando ficou em terceiro lugar no primeiro turno.

No meio político, a ex-senadora é vista como natural sucessora de Campos no cargo - sobretudo por seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto feitas no primeiro semestre. Em abril, pesquisa do instituto Datafolha colocava Marina no segundo lugar da corrida eleitoral, com 27%, contra 39% de Dilma Rousseff e 16% de Aécio Neves.

De acordo com aliados de Campos e de Marina, há no entanto dois aspectos que terão de ser abordados antes de uma definição. O primeiro é a própria vontade de Marina, que é vista como uma política de lances imprevisíveis. O segundo é que Marina enfrenta sérias restrições em alguns setores do PSB, especialmente em São Paulo, e teria que se sujeitar a acordos formados pelo partido para viabilizar seu nome. Embora pessoas próximas à senadora já dizerem que ela não vai "impor" seu nome, sua candidatura já recebeu o aval da família de Eduardo Campos.

Ainda sob o impacto da tragédia que vitimou o candidato do PSB, o único irmão do presidenciável, Antônio Campos, defendeu que Marina substitua Eduardo Campos na disputa pela Presidência da República como titular. Tonca, como é conhecido, acha que a luta de Eduardo Campos não pode morrer com ele.

- Eduardo morreu lutando. Temos que colocar Marina para cima - defendeu Antônio Campos, em conversas com dirigentes do partido.

Defesa de candidato do PSB
Algumas correntes socialistas, no entanto, defendem que o substituto seja do PSB, já que Marina e seu grupo têm projetos próprios e só se abrigaram no partido até a criação oficial da Rede Sustentabilidade. O PSB tem dez dias para registrar, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), um candidato no lugar de Eduardo Campos, ouvidas todas as instâncias partidárias.

- O irmão de Eduardo quer que lancemos Marina. Mas há correntes no PSB que discordam e defendem que lancemos um candidato da própria legenda. Marina tem seu próprio grupo, que não é necessariamente o do PSB - informou um dos dirigentes socialistas.

- O natural é que ela seja a candidata, mas se ela vai conseguir manter todo mundo unido é outra coisa - resumiu um senador.

Visivelmente emocionado, o líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF), disse que o partido terá uma decisão "no momento oportuno". Ele acredita que haverá uma candidatura.

- No momento oportuno, vamos tomar essa decisão (de quem será o candidato). Estamos muito abalados, e agora que vamos começar a conversar. É um impacto muito grande. O Eduardo era um candidato competitivo, que representava a esperança para milhões e milhões de brasileiros. É impossível prever o que vai acontecer - disse Rollemberg.

Para André Lima, fiel escudeiro de Marina Silva e um dos fundadores da Rede no Distrito Federal, o momento é de choque, e todos agora vão ter que parar e rever o caminho.

- Agora é parar tudo, deixar o luto pesar e ver o que vamos fazer. Mais do que o imponderável, o impossível aconteceu. Uma tristeza - disse André.

Futuro incerto
Políticos evitaram falar abertamente no assunto. Os mais próximos de Marina não negam que seu projeto sempre foi de ser candidata, mas lembraram seu estilo de não se impor e de criar as condições que lhe agradem para embarcar num projeto.

- Estamos todos órfãos e sem rumo. O Brasil perdeu parte de seu futuro. Mas pensar em tirar Marina agora seria uma loucura. Isso pode desestabilizar totalmente a eleição. Ela já é candidata, e nós não temos quadros para reposição com tão pouco tempo. Marina pode tirar Dilma do segundo turno - avalia o ex-deputado e candidato a novo mandato Heráclito Fortes (PSB-PI).

Interlocutores de Marina Silva dizem que o futuro da idealizadora da Rede é incerto.

- Marina e Eduardo estavam estabelecendo uma relação de muita proximidade e cumplicidade. O diálogo entre eles estava fluindo como nunca - disse um correligionário.

Dirigentes do PSB já afirmavam ontem que não se poderá dar um cheque em branco a Marina e que ela terá que respeitar as decisões do partido. O deputado Márcio França (PSB-SP), vice na chapa do governador e candidato à reeleição Geraldo Alckmin (PSDB), é um dos mais refratários a aceitar Marina. Há, no entanto, outras seções do partido que também enfrentam dificuldades regionais com a Rede. Parlamentar próximo ao grupo político de Campos e Marina, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) acrescentou:

- A bola agora está com o PSB, que tenha firmeza e lucidez neste momento.

A necessidade de uma ambientalista de se reinventar mais uma vez

• Vice na chapa de Eduardo Campos, acreana foi vereadora, deputada, senadora e ministra, passou por PT e PV, tentou sem sucesso fundar a Rede, e havia se aliado ao PSB. agora pode ser candidata à presidência

Cristina Tardáguila – O Globo

No dia 5 de outubro do ano passado, a ex-senadora Marina Silva subiu num palanque adornado com a bandeira do Brasil, deu a mão esquerda ao ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (1965-2014) e, citando o poeta amazonense Thiago de Mello, de quem tanto gosta, disparou: "Se não é possível um novo caminho, há que se aprender uma nova forma de caminhar". Era o jeito de Marina justificar a união que ela - e a Rede Sustentabilidade - haviam selado com o tradicional PSB de Campos. Hoje, depois de ter perdido seu parceiro de chapa presidencial, o homem que, em suas palavras, "tinha aprendido a respeitar", a acreana de 56 anos precisará reaprender a caminhar. Mais uma vez na vida.

Marina Silva nasceu Maria Osmarina Silva de Souza numa família de seringueiros que teve oito filhos. De todos eles, foi a única a frequentar a escola, sempre com dificuldades. Aos seis anos, Marina foi contaminada por mercúrio e, por carregar esse metal no sangue até hoje, convive como uma série de problemas de saúde. Não tolera frutos do mar, condimentos, lactose, carne vermelha, álcool e cosméticos. Quando quer dar cor aos lábios, por exemplo, usa raspas de beterraba. Batom, jamais. No pescoço, a mulher de corpo esguio e coque perfeitamente alinhado sempre leva bijuteria artesanal. São todos de sua própria lavra. Mas Marina nunca foi criticada pelo visual que apresenta.

Antes de ser candidata a vice ao lado de Campos, Marina Silva foi muitas outras coisas: empregada doméstica em Rio Branco (1974); moradora do convento das Servas de Maria (1976); fundadora da Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Acre (1985) e cabo eleitoral de Chico Mendes (1986), para citar algumas.

Daquela época, Marina guarda lembranças. Em 2010, em entrevista concedida ao GLOBO, ela contou que o horário eleitoral em 1986 era feito ao vivo, e que ela dispunha de apenas 30 segundos no programa do PT para mandar todo seu recado. "Eu parecia o Enéas", resumiu.

Em 1998, Marina foi a vereadora mais votada de Rio Branco; em 1990, foi eleita deputada federal; em 1994, com apenas 36 anos, chegou ao Senado; e, em 2003, depois de já ter se reinventado todas essas vezes, assumiu o Ministério do Meio Ambiente a pedido do então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.

Sua nomeação foi comemorada pelos jornais "The New York Times" e "Financial Times", e Marina passou a ser "o cartão de visitas" de Lula no exterior quando o tema era ecologia.

Durante sua gestão no ministério, mais de 700 pessoas foram presas por crimes ambientais. Recordes de delimitação de terras preservadas foram batidos, e o ritmo de desmatamento da Amazônia diminuiu. Os ruralistas, por outro lado, não tardaram em abrir fogo contra ela. Diziam que seu discurso e sua atuação atrapalhavam o agronegócio, setor que respondia por nada menos do que 20% do PIB.

A briga foi declarada contra o senador Blairo Maggi (PR), grande produtor de soja, e contra a então ministra-chefe da Casa Civil e "mãe do PAC", Dilma Roussef. Capítulos diários da disputa foram registrados pelos jornais.

Em 2005, quando Lula legalizou a primeira safra de soja transgênica, Marina pensou em entregar o cargo, mas só chorou - e jamais escondeu isso. No segundo mandato dele, porém, os atritos aumentaram. O foco, dessa vez, era o asfaltamento da BR-163, entre Cuiabá e Santarém, região rica em recursos naturais, e as hidrelétricas no rio Madeira.

Mas Marina só deixou o Ministério do Meio Ambiente em 2008, depois de surpreendida numa cerimônia pública com a notícia de que o Plano Amazônia Sustentável, do qual havia sido uma das principais articuladoras, seria entregue aos cuidados do então ministro (de Assuntos Estratégicos) Mangabeira Unger. Mas Marina não ficou em baixa. Naquele mesmo ano, o jornal britânico "The Guardian" a incluiria na lista das cinquenta pessoas que poderiam salvar o planeta. E ela surfou nisso.

Em 2009, Marina deixou o PT. Alegou que "faltaram condições políticas para avançar no campo da visão estratégica, ou seja, de fazer a questão ambiental alojar-se no coração do governo e do conjunto das políticas públicas". E lá se foi Marina se reinventar mais uma vez - longe do governo e do partido que a havia abrigado por três décadas.

A acreana entrou então no PV, que nunca havia passado de 0,5% das intenções de voto, e o catapultou. Na eleição de 2010, Marina encarnou o discurso verde, disse ser contrária ao aborto - inclusive de fetos anencéfalos - e se firmou como membro da Assembleia de Deus. Colheu 19 milhões de votos e provocou o segundo turno. Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) disputaram seu apoio, mas, como não se comprometeram com a lista de 42 pontos que ela defendia, Marina preferiu se abster. Não era de seu feitio compor politicamente.

O casamento com o PV acabou em seguida, e Marina decidiu fundar o Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), que pretende "divulgar conceitos e ações ligados à sustentabilidade" e reúne nomes como o ambientalista João Paulo Capobianco, o empresário Guilherme Leal e a socióloga e empresária Maria Alice Setúbal. Enquanto isso, os marineiros se reorganizaram e fundaram o Movimento Nova Política.

Em fevereiro do ano passado, motivada pelo grupo, Marina anunciou a intenção de criar a Rede Sustentabilidade. E milhões de pessoas foram às ruas para colher assinaturas em apoio à legenda dela. Pela Lei dos Partidos Políticos, a Rede precisava apresentar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) 491.949 assinaturas válidas, mas só conseguiu 442.524 e teve seu registro negado.

Mas Marina ainda não estava disposta a desistir. Era hora de ela "aprender uma nova forma de caminhar" novamente.

Na edição de novembro do ano passado, a revista "piauí" contou com detalhes a aproximação da ex-senadora e do ex-governador Eduardo Campos. O movimento foi visto como "o casamento político do ano".

Segundo a reportagem, no dia 4 de outubro, abatidos pelo TSE, os integrantes da Rede se reuniram para estudar as opções de futuro. Às 3h30m, Alfredo Sirkis, cansado, abandonou o encontro e foi seguido por outros. Quando o deputado federal Walter Feldman se preparava para sair, Marina pediu que ficasse: "o que eu acho que é mais potente (agora) é a gente conversar com o Eduardo Campos, apresentar nossas ideias, e, se ele se comprometer com essas ideias, a gente apoiar a candidatura dele".

Em poucas horas, a proposta reverberou entre os amigos de Marina. Alguns classificaram-na como "genial". Outros, como impensável.

Mas, obedecendo à teimosia identificada por seu marido, Fábio Vaz, Marina foi adiante. Pediu a interlocutores que entrassem em contato com Campos, solicitando que ele fosse a Brasília. O ex-governador não tardou.

Desde 5 de outubro, quando a acreana apertou a mão do pernambucano no palanque em Brasília e anunciou a união, a convivência dos dois foi intensa. Por dez meses, viajaram pelas cinco regiões do país em busca de consenso para um programa de governo em comum. Enquanto isso, também se alinhavam com relação a apoios políticos nos estados.

Em São Paulo, Campos apoiava o projeto de reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Marina, não. Em Minas Gerais, ela defendia a candidatura de Apolo Heringer; ele, não. Os dois estavam, enfim, se ajustando. Em abril, Campos virou cabeça de chapa. Naquela época, tinha, segundo pesquisas, 6% das intenções de voto. Marina estava a sua frente, com 9%. Agora, sem ele, Marina precisará decidir o que fazer com isso, após enxugar as lágrimas.