Correio Braziliense
O julgamento no STF serviu para fazer com que
o Brasil acredite na força de sua democracia. Mas Lula continua candidato à
reeleição, e a direita ainda não encontrou um substituto
O espetáculo midiático foi bonito, cada um
dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) teve seu momento de grande
exposição, mas a festa acabou. Surgiu um novo tempo, o ex-presidente e seus
principais auxiliares serão presos, e há a perspectiva de a eleição de 2026 se
transformar numa guerra de posições parecida com o que ocorre atualmente nos
Estados Unidos, onde os divergentes se resolvem na base do tiro e da pancada.
Todo mundo mata todo mundo.
O mundo está passando por um de seus períodos de loucura. A Rússia bombardeou a Polônia, que chamou os colegas da Otan a enfrentar o inimigo comum, o Exército de Moscou. A Europa está convulsionada. Israel bombardeou o Qatar para matar chefes do grupo Hamas. Nenhuma atenção foi dada ao fato de que as bombas caíram em país que não está em guerra com o país dos judeus. E Telaviv também já não dissimula que não pretende abrir espaço para um futuro país palestino. O mundo piorou nos últimos tempos, por consequência da atuação de líderes despreparados para exercer suas responsabilidades. O resultado dessa situação é a guerra, ou a política exercida por outros meios, seja chantagem econômico-financeira ou ameaça de conflito bélico.