O Globo
Não importa se Tyler Robinson é de direita ou
de esquerda. Ele é movido a ódio
Existe uma razão para tanto a esquerda quanto a direita jogarem para o lado adversário o acusado do assassinato do ativista americano Charlie Kirk. É porque os sinais emitidos por Tyler Robinson, em sua vida, são mesmo confusos. Nas balas que estavam no rifle usado no crime havia inscrições como “Bella Ciao”, hino antifascista italiano, ou acenos em favor de pessoas trans. Ao mesmo tempo, ele vem de uma família profundamente trumpista, e em sua vida on-line está clara uma aproximação dos groypers, movimento de extremíssima direita. O certo é que Robinson, de 22 anos, é um gamer ativo nesses lugares da internet frequentados por muitos rapazes como ele. Solitários. Ressentidos. E, se paramos para reconhecer que ele simplesmente não tem ideologia definida, os sinais que emitiu podem nos trazer clareza não só sobre o assassinato, como também sobre o momento da política.