Presidente volta a atacar ‘Folha de S.Paulo’, e entidades que representam a imprensa reagem. Subprocurador pede que TCU mantenha veículo em licitação
Daniel Gullino e Suzana Correa | O Globo
BRASÍLIA E SÃO PAULO - Após excluir o jornal “Folha de S.Paulo” de um edital para renovar as assinaturas de jornais e revistas da administração federal, o presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem que não irá mais comprar produtos de empresas que anunciarem no veículo e recomendou que a população deixe de comprar os exemplares. As declarações foram criticadas por entidades de defesa da imprensa.
—Eu não quero ler a “Folha” mais. E ponto final. E nenhum ministro meu. Recomendo a todos do Brasil que não comprem o jornal “Folha de S.Paulo”. Até eles aprenderem que tem uma passagem bíblica, a João 8:32. A imprensa tem a obrigação de publicar a verdade. Só isso. E os anunciantes que anunciam na “Folha” também. Qualquer anúncio que faz na “Folha” eu não compro aquele produto e ponto final —declarou Bolsonaro.
Ontem, o subprocurador-geral junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado, apresentou uma representação na qual pede que seja adotada medida cautelar para que o governo seja proibido de excluir o jornal do processo de licitação. No documento encaminhado ao presidente do TCU, ministro José Mucio, Furtado pede ainda que “alternativamente, suspenda o certame, até que o TCU apure o mérito da questão”.