DEU NA FOLHA DE S. PAULO
SÃO PAULO - A candidatura presidencial de Marina Silva nasce lastreada numa certa elite. Isso não é uma força de expressão. A mais recente pesquisa Datafolha mostrou em dezembro a senadora do PV com 8% das intenções de voto, contra 37% de Serra (PSDB), 23% de Dilma (PT) e 13% de Ciro (PSB).
Marina atinge seus melhores índices entre os eleitores com curso superior -13%. É preferida por 11% dos que ganham mais de 10 salários mínimos, enquanto apenas 6% dos que recebem até dois salários mínimos a escolhem. É essa massa que integra a base social do lulismo.
A senadora atrai mais os jovens de 16 a 24 anos (10%) do que as demais faixas etárias. E seu voto é mais acentuado nas capitais (10%). Em resumo, Marina nasce como candidata de um tucano-petismo difuso de extração universitária.
E o que essa candidatura que por ora diz pouco ao povão mas fala à imaginação de certa classe média ilustrada pretende propor ao país, além da plataforma ambiental?
Marina vê a si mesma como o ponto de fuga, ou a convergência possível entre PT e PSDB.
Sustenta que os dois estarão novamente se ferindo de morte no processo eleitoral, enquanto ela reúne condições e disposição para reconhecer no real de FHC e nos ganhos sociais do lulismo etapas de um mesmo processo, de uma única conquista histórica. Aí estaria a base do "pós-Lula", expressão que Marina empresta de Aécio Neves para frisar que uma mudança qualitativa da política brasileira só será viável no dia em que PT e PSDB estiverem juntos.
Essa história não é nova. Mas Marina não se incomoda de ser identificada com a reciclagem da política. Pelo contrário. Seu vocabulário já recicla jargões da esquerda. Na sua boca, a "sociedade civil" dos anos 70 são os "núcleos vivos da sociedade". A candidata que seduz petistas e tucanos pelas bordas fala em "agir em rede" e em considerar as coisas na sua "transversalidade". Pode parecer papo de Gilberto Gil. Mas faz todo o sentido. Ou não.
SÃO PAULO - A candidatura presidencial de Marina Silva nasce lastreada numa certa elite. Isso não é uma força de expressão. A mais recente pesquisa Datafolha mostrou em dezembro a senadora do PV com 8% das intenções de voto, contra 37% de Serra (PSDB), 23% de Dilma (PT) e 13% de Ciro (PSB).
Marina atinge seus melhores índices entre os eleitores com curso superior -13%. É preferida por 11% dos que ganham mais de 10 salários mínimos, enquanto apenas 6% dos que recebem até dois salários mínimos a escolhem. É essa massa que integra a base social do lulismo.
A senadora atrai mais os jovens de 16 a 24 anos (10%) do que as demais faixas etárias. E seu voto é mais acentuado nas capitais (10%). Em resumo, Marina nasce como candidata de um tucano-petismo difuso de extração universitária.
E o que essa candidatura que por ora diz pouco ao povão mas fala à imaginação de certa classe média ilustrada pretende propor ao país, além da plataforma ambiental?
Marina vê a si mesma como o ponto de fuga, ou a convergência possível entre PT e PSDB.
Sustenta que os dois estarão novamente se ferindo de morte no processo eleitoral, enquanto ela reúne condições e disposição para reconhecer no real de FHC e nos ganhos sociais do lulismo etapas de um mesmo processo, de uma única conquista histórica. Aí estaria a base do "pós-Lula", expressão que Marina empresta de Aécio Neves para frisar que uma mudança qualitativa da política brasileira só será viável no dia em que PT e PSDB estiverem juntos.
Essa história não é nova. Mas Marina não se incomoda de ser identificada com a reciclagem da política. Pelo contrário. Seu vocabulário já recicla jargões da esquerda. Na sua boca, a "sociedade civil" dos anos 70 são os "núcleos vivos da sociedade". A candidata que seduz petistas e tucanos pelas bordas fala em "agir em rede" e em considerar as coisas na sua "transversalidade". Pode parecer papo de Gilberto Gil. Mas faz todo o sentido. Ou não.
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