DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Articulação da campanha de Dilma para barrar a indicação do deputado provocou protestos na sigla
Christiane Samarco
A articulação do comando da campanha presidencial do PT para barrar a indicação do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), para vice na chapa de Dilma Rousseff, como revelou ontem o Estado, provocou protestos nos bastidores do PMDB. Mais do que fincar pé no nome do presidente do partido, afirmando que "o vice da Dilma será o Michel", um dirigente peemedebista avisa que, "se tiver de ser outro vice, talvez não seja da Dilma, e sim do PSDB".
Desconfortável com a movimentação petista, Temer diz que é candidato a deputado federal.
"Essa coisa de vice tem me prejudicado", queixou-se ontem, lembrando que sua candidatura à reeleição está mantida, até para que os aliados não ocupem seu espaço político no interior paulista. Ele considera "deselegante" a campanha petista contra sua indicação, sobretudo por conta dos "recados" pelos jornais. "Quem vai resolver isto é o PMDB, não há a menor dúvida, e é claro que vamos conversar com o PT e a candidata no devido tempo. Não é preciso fazer campanha pelos jornais", reclamou Temer.
"Tiroteio e bala perdida em política sempre vão ocorrer, mas temos de criar contenções.
Cada partido tem de cuidar dos seus, para não azedar as relações", cobra o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Em conversas reservadas, no entanto, integrantes da cúpula reagem à tentativa de veto, advertindo que o nome do ministro das Comunicações e senador Hélio Costa (PMDB-MG), sugerido por petistas, vestiria melhor o figurino de vice na chapa tucana do governador de São Paulo, José Serra. Argumentam que o mineiro seria o vice ideal para um candidato paulista, e não para Dilma, que também é de Minas.
"Temos de evitar problemas fazendo logo a nova executiva e mostrando unidade partidária.
Não dá para deixar hiato de poder nem ficar espaço de dúvida", defende Jucá, destacando que só a partir daí é que o PMDB vai discutir polêmicas como a da escolha do vice. É este o pensamento predominante na executiva nacional do partido, que se reúne hoje para marcar a data da convenção que elegerá a nova direção, no mês que vem. Desta vez, deputados e senadores dividirão o poder, dando à nova executiva caráter muito mais abrangente que a atual.
O mandato de Temer na presidência do partido só termina em 10 de março, mas os peemedebistas querem reelegê-lo no dia 6 de fevereiro. A preocupação da cúpula em empossar o quanto antes a nova direção partidária atende a dois objetivos: mostrar aos dissidentes que os governistas têm ampla maioria para tomar as decisões no partido e dar uma demonstração de força ao PT. Eles querem deixar claro que, vice ou não, Temer estará à frente de todas as negociações políticas com o PT e demais aliados.
Temer chegou a ponderar a conveniência de deixar a eleição para março, para atender o grupo dissidente que está fechado com Serra e ameaçava contestar a antecipação na justiça.
"Pensei inicialmente em fazer uma conciliação que é do meu estilo, vejo que não seria útil para o partido nem pessoalmente para mim."
Articulação da campanha de Dilma para barrar a indicação do deputado provocou protestos na sigla
Christiane Samarco
A articulação do comando da campanha presidencial do PT para barrar a indicação do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), para vice na chapa de Dilma Rousseff, como revelou ontem o Estado, provocou protestos nos bastidores do PMDB. Mais do que fincar pé no nome do presidente do partido, afirmando que "o vice da Dilma será o Michel", um dirigente peemedebista avisa que, "se tiver de ser outro vice, talvez não seja da Dilma, e sim do PSDB".
Desconfortável com a movimentação petista, Temer diz que é candidato a deputado federal.
"Essa coisa de vice tem me prejudicado", queixou-se ontem, lembrando que sua candidatura à reeleição está mantida, até para que os aliados não ocupem seu espaço político no interior paulista. Ele considera "deselegante" a campanha petista contra sua indicação, sobretudo por conta dos "recados" pelos jornais. "Quem vai resolver isto é o PMDB, não há a menor dúvida, e é claro que vamos conversar com o PT e a candidata no devido tempo. Não é preciso fazer campanha pelos jornais", reclamou Temer.
"Tiroteio e bala perdida em política sempre vão ocorrer, mas temos de criar contenções.
Cada partido tem de cuidar dos seus, para não azedar as relações", cobra o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Em conversas reservadas, no entanto, integrantes da cúpula reagem à tentativa de veto, advertindo que o nome do ministro das Comunicações e senador Hélio Costa (PMDB-MG), sugerido por petistas, vestiria melhor o figurino de vice na chapa tucana do governador de São Paulo, José Serra. Argumentam que o mineiro seria o vice ideal para um candidato paulista, e não para Dilma, que também é de Minas.
"Temos de evitar problemas fazendo logo a nova executiva e mostrando unidade partidária.
Não dá para deixar hiato de poder nem ficar espaço de dúvida", defende Jucá, destacando que só a partir daí é que o PMDB vai discutir polêmicas como a da escolha do vice. É este o pensamento predominante na executiva nacional do partido, que se reúne hoje para marcar a data da convenção que elegerá a nova direção, no mês que vem. Desta vez, deputados e senadores dividirão o poder, dando à nova executiva caráter muito mais abrangente que a atual.
O mandato de Temer na presidência do partido só termina em 10 de março, mas os peemedebistas querem reelegê-lo no dia 6 de fevereiro. A preocupação da cúpula em empossar o quanto antes a nova direção partidária atende a dois objetivos: mostrar aos dissidentes que os governistas têm ampla maioria para tomar as decisões no partido e dar uma demonstração de força ao PT. Eles querem deixar claro que, vice ou não, Temer estará à frente de todas as negociações políticas com o PT e demais aliados.
Temer chegou a ponderar a conveniência de deixar a eleição para março, para atender o grupo dissidente que está fechado com Serra e ameaçava contestar a antecipação na justiça.
"Pensei inicialmente em fazer uma conciliação que é do meu estilo, vejo que não seria útil para o partido nem pessoalmente para mim."
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