• Segundo delator, encontro na casa de Jader discutiu repasse de US$ 6 milhões ao PMDB
- O Globo
Em sua delação premiada, Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, revelou ter participado de um jantar em meados de 2006 na casa do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) em que foi discutido um repasse de propina de US$ 6 milhões a políticos do PMDB, em troca de apoio político para ele permanecer na diretoria internacional da estatal. Segundo Cerveró, da reunião participaram o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL); Paulo Roberto Costa, também ex-diretor da Petrobras; e Jorge Luz. Cerveró disse ter sido convidado para o jantar por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro.
Cerveró também revelou que, em 2012, foi chamado ao gabinete de Renan Calheiros. O senador reclamou por não estar recebendo propina da BR Distribuidora, onde Cerveró trabalhava naquele momento. O delator contou ter avisado a Renan que não estava participando de esquema de corrupção na BR. Segundo ele, Renan respondeu que, então, deixaria de lhe dar apoio político.
Renan disse ontem que nunca esteve reunido com Cerveró. Jader afirmou que o jantar jamais aconteceu e que ele não tem qualquer relação com Cerveró. O presidente do PMDB, senador Romero Jucá, disse que desconhece qualquer reunião para tratar do assunto.
A Polícia Federal indiciou o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) e seu ex-assessor Luís Carlos Batista Sá, apontado como seu braço-direito, num dos inquéritos da Operação Lava-Jato. O inquérito policial já foi concluído e entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por julgar parlamentares, mas sem o indiciamento de Renan Calheiros, que foi investigado no mesmo processo.
No relatório, a PF não explica por que poupou Renan, mas o intima a depor em 14 de junho, “a título de diligência complementar”. Aníbal e Luís Carlos foram indiciados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A investigação foi motivada pelas delações de Paulo Roberto Costa. Segundo ele, Aníbal, em nome de Renan, patrocinou os interesses dos práticos do porto de Santos, em negociação com a Petrobras em 2008. Em troca, Aníbel e Renan teriam recebido propina.
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