Robson Sales - Valor Econômico
RIO - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumentou 10,67% em 2015, a maior taxa desde 2002, quando subiu 12,53%. A leitura foi superior àquela registrada um ano antes, de 6,41% de aumento, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou acima do teto da meta estipulado pelo governo, de 6,5%. Por causa disso, o Comitê de Política Monetária (Copom) tem que divulgar carta aberta ao Ministério da Fazenda justificando o não cumprimento da meta.
Somente em dezembro de 2015, o IPCA apresentou alta de 0,96%, depois de subir 1,01% um mês antes. Apesar da desaceleração, a taxa foi a mais expressiva para um último mês de ano desde 2002. Em dezembro de 2014, a inflação tinha se situado em 0,78%.
As estimativas das 23 consultorias e instituições financeiras consultadas pelo Valor Data eram de 10,78% de aumento para o ano completo e de 1,05% de avanço para dezembro.
Dos nove grupos avaliados pelo IBGE, os destaques em dezembro ficaram com Alimentação e bebidas (1,50% de alta) e Transportes (1,36% de aumento). Juntos, responderam por 66% do IPCA do mês. Em novembro, essas classes de despesa tiveram incremento de 1,83% e 1,08%, na ordem.
No acumulado de 2015, o item que mais pressionou a inflação foi a energia elétrica (1,50 ponto percentual) que, junto com os combustíveis (1,04 ponto percentual), representou 24% da alta do IPCA em 2015. As contas de energia elétrica aumentaram, em média, 51%, cabendo a São Paulo (70,97%) e a Curitiba (69,22%) as maiores variações, destacou o organismo.
Nos combustíveis (alta de 21,43%), o litro da gasolina subiu 20,10% em média, chegando a 27,13% na região metropolitana de Recife. O etanol teve um aumento médio de 29,63%, atingindo 33,75% na região metropolitana de Curitiba, próximo dos 33,65% de São Paulo.
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