Folha de S. Paulo
País afunda em debate econômico louco e ruim,
paga caro e fica no mesmo lugar
Durante dois meses, o debate-boca sobre
economia andou mais desvairado do que de costume. Foi aquela algaravia sobre
déficits, isenções de impostos, juros e Banco Central.
Ao final do surto, Lula 3 não terá conseguido
jeitinho de aumentar a
despesa de modo relevante, para efeitos práticos, sociais ou
políticos. A promessa de
contenção de despesas anunciada por Fazenda e Planejamento
deixa quase inalterada a perspectiva de que a dívida pública continuará a
crescer.
Quanto ao déficit, pois, não aconteceu nada, para os que odeiam ou que amam contas no vermelho. Juros e dólar ainda mais altos deixaram um saldo ruim. Ficamos no mesmo lugar, com um futuro imediato mais danado.
Em vez disso, poderíamos ter passado por
conflito sério, em todos os sentidos da palavra. Por exemplo, uma disputa
causada por um plano de Lula 3 de aumentar
impostos sobre renda e patrimônio de ricos. Ou de diminuir aqueles
benefícios tributários dos quais Luiz Inácio Lula da Silva tanto tem se
queixado, mas sobre o que não propôs quase nada. Na verdade, cria ou defende
mais isenções.
Mais imposto progressivo ainda é providência
necessária se quisermos conter o endividamento crescente e perigoso do governo;
desde 2015 é necessária a fim de acelerar o ajuste e distribuir a conta de modo
mais justo. Não será suficiente nem vai funcionar se não houver também
contenção da despesa e reorganização do Estado. Contenção não significa
redução.
Em vez de conflito sério, tivemos um surto
contraproducente, prejudicial até para interesses politiqueiros do governo.
Vivemos conflitos fantasmagóricos, embora
motivados por dores reais. Uma névoa grossa de ideologia abafa debates
essenciais como impostos, uma reforma do SUS que barre a privatização da saúde,
as opções duras
da transição energética, a reforma da propriedade urbana, um choque
contra a devastação ambiental, a escola péssima, o desemprego crônico, os juros
altos —para ficar no mais óbvio.
Relatos sobre o bunker luliano dizem que, na
visão da "ala política", bater na meta fiscal, no BC, nos banqueiros
etc. renderia pontos nas pesquisas. Quanto custaram décimos de prestígio?
Parece tudo louco e ignorante.
Perto de 71% do gasto
primário é social: Previdência (INSS), benefícios sociais (Bolsa
Família, BPC, seguro desemprego etc.), saúde, educação, ciência. Outros 17% vão
para servidores (salários, aposentadorias, pensões e benefícios).
"Ah, e os juros?". A receita do
governo federal equivale ora a 17,7% do PIB. O gasto é de 20,4% do PIB. O
déficit primário é, pois, de 2,7% do PIB, o que é financiado por mais dívida.
A conta de juros da dívida, de 6,1% do PIB, é
paga também por meio de mais dívida. Mesmo que a despesa com juros diminuísse,
o que é desesperadoramente necessário, não haveria mais dinheiro para gasto
primário (Previdência, benefícios sociais etc.), para os quais nem a receita
atual de impostos é suficiente (há déficit primário).
A despesa com juros é ora maior também porque
a dívida federal cresceu. Era de 50,7% do PIB ao final de Lula 2 (2010), de
65,4% ao final de Dilma 2 (agosto de 2016) e está em 73,2%, crescendo rápido.
Dívida crescendo sem limite eleva as taxas de juros, tudo mais constante.
Parte da dívida federal é remunerada pela
taxa Selic, definida pelo BC. Parte, de prazo mais longo, é definida no mercado
de dinheiro. O BC pode diminuir a Selic em quanto quiser, até a zero, amanhã.
As demais taxas subiriam. Se a lei mudasse (e supondo que não haja pânico
explosivo), poderia até baixar taxas de outros prazos. A inflação ficaria sem
controle; o dólar explodiria, causando mais inflação. O desastre iria além.
Quem souber como fazer essa mágica dar certo, com modelos e planos: cartas para
a redação.
3 comentários:
Em muitas coisas nós somos semelhantes aos Estados Unidos Ambos os países têm Presidentes Que tiveram uma ajuda Enorme da mídia para estarem na presidência não importa que são já mentalmente incapazes O Lula com raciocínio psicopata cínico e narcisista, O Biden vês por outra em aparições públicas complementava fantasmas vagava pelo auditório nitidamente desnorteado e a mídia passava pano e passou os quatro anos do governo o debate foi apenas o discurso de uma realidade antiga na verdade a mídia que está sem a mídia que está gaga causando toda essa desinformação e eles sabem que a mídia os manterá fora de qualquer crítica Podemos ver que o governo Lula apesar do esforço dos jornalistas Está levando o país a uma derrocada econômica vide dólar , Inflação , Fuga de capitais estrangeiros e também Está Instalando uma ditadura com apoio do STF cerceando a liberdade de expressão censurando toda a oposição e E mantendo preso centenas de pessoas pacíficas sem o devido processo legal inclusive pessoas com mais de 70 anos e doente tivemos até uma morte no cárcere
Mas nada disso é assunto da grande mídia a nossa imprensa também está senil
Dá desculpa de combater o Bolsonaro que quis dar golpe, estão passando pano em todos os absurdos que o governo do PT tem cometido os gastos exorbitantes 1 bilhão de reais só de viagens inúteis Não trouxe um real de negócio para o Brasil a cada declaração do Lula a economia funda e a imprensa Finge que está tudo bem
Veja os bilhões do Bozo com a PEC do Calote. Veja que o maledêto deixou para os últimos meses anteriores à eleição para fazer caridade com o ICMS dos estados para tentar ganhar a eleição às custos dos estados, mas, por incapacidade, perdeu.
Veja lá...
Lendo e tentando entender.
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