quinta-feira, 16 de outubro de 2025

O que a mídia pensa | Editoriais / Opiniões

Congresso deveria manter vetos a PL do Licenciamento

Por O Globo

Às vésperas da COP30, país não pode dar ao mundo recado de desprezo pelo meio ambiente

O Congresso deverá analisar nesta quinta-feira os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Projeto de Lei (PL) que muda as regras do licenciamento ambiental. Depois de derrubar a Medida Provisória alternativa à elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), a oposição se mobiliza para anular os vetos, embora não seja tarefa simples, uma vez que exige o voto de 257 deputados e 41 senadores. A articulação claudicante do governo no Parlamento, agravada pelas rusgas com partidos da base aliada, tem emitido sinais de dúvida ao Planalto.

A despeito das dificuldades com o Executivo, os parlamentares deveriam manter os vetos. Da forma açodada como foi aprovado em julho, sob pressão da bancada ruralista, o PL do Licenciamento, apelidado por ambientalistas “PL da Devastação”, contribuía para ampliar a degradação ambiental, ao reduzir exigências para análise de projetos com impacto relevante. Sob pretexto de modernizar a legislação, promovia um retrocesso.

Messias x Pacheco, por Julia Duailibi

O Globo

Relação pessoal de Lula com o postulante a ministro do STF pesa mais que qualquer padrinho político de peso

Em entrevista ao documentário “Visita, presidente”, da GloboNews, o então advogado Cristiano Zanin contou o que testemunhou no 7 de abril de 2018, dia em que Lula chegou à Polícia Federal, em Curitiba, para cumprir 580 dias de prisão:

— Então, o presidente colocou ali a sua mala, ele havia levado uma mala com algumas roupas. Eu e o Sigmaringa [Seixas, advogado e amigo de Lula, que morreu em 2018] perguntamos se ele queria ajuda para fazer a cama. E aí ele disse: “Não precisa. Vou ficar aqui por um tempo, então vou ter que aprender a desenvolver uma rotina aqui dentro”.

Continuou:

— Ele não quis comer nada. Era um dia muito triste para todos nós, e sobretudo para ele.

O trecho acima ilustra a razão de Lula, cinco anos depois, ter escolhido Zanin ministro do Supremo. A proximidade e a lealdade foram os atributos fundamentais. Meses depois, numa nova vaga, o mesmo critério. Flávio Dino foi protagonista nas defesas política e jurídica do governo no 8 de Janeiro. Saiu da cabeça de Dino — e do celular dele, literalmente — o decreto de intervenção federal na segurança do Distrito Federal enviado para Lula.

A marmota e os Correios, por Malu Gaspar

O Globo

Já virou lugar-comum para quem acompanha o noticiário no Brasil dizer que vivemos mergulhados num recorrente Dia da Marmota. A expressão, para os não familiarizados, é uma referência ao filme “Feitiço do tempo”, com Bill Murray, em que o protagonista acorda toda manhã para viver o mesmo dia em que os mesmos fatos se repetem, mas só ele percebe. Há vários “Dias da Marmota” rolando no Brasil neste momento, mas poucos vêm de tão longe e são tão sintomáticos quanto o dos Correios.

A estatal divulgou ontem um plano de reestruturação com medidas genéricas, de corte de despesas, demissões e venda de ativos a renegociação de contratos com fornecedores para recuperar a competitividade. Não foi informado quantas demissões, qual a economia estimada, se haverá metas de eficiência ou em que prazo se daria a tal recuperação.

Motta defende 'atualizar' relação, por Míriam Leitão

O Globo

Deputado afirma que se encontrará com Lula nos próximos dias e considerou ‘normal’ as vaias que ouviu no Rio

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB),, contou que tem falado com o presidente Lula que é preciso dar uma “atualizada” na relação entre Executivo e a Câmara dos Deputados. “Devo ter, nos próximos dias, uma conversa pessoal com o presidente”, afirmou. Sobre as vaias que ouviu no Rio, considerou normal, mas discorda de Lula ao classificar o Congresso atual como de “baixo nível”. Motta também afirmou que a função de deputado é incompatível com morar fora do país, em referência a Eduardo Bolsonaro. Reconhece que “tramaram” contra a democracia, mas alivia para o ex-presidente Jair Bolsonaro. Eu o entrevistei ontem na GloboNews.

— O presidente quando se dirigiu a essa questão do Congresso, penso que ele quis fazer uma crítica mais à extrema direita. Se o presidente tiver falado se referindo ao Congresso, o que eu não acredito, quero dizer que discordo plenamente. Esse foi o Congresso que aprovou quase tudo o que o governo mandou, principalmente na pauta econômica — afirmou o deputado, em resposta à fala de Lula de que o Congresso nunca teve tão “baixo nível".

Lula está mais próximo do STF, porém estressa relação com Congresso, por Luiz Carlos Azedo

Correio Braziliense

A história serve para reflexão sobre Lula e a maioria conservadora do Legislativo. Uma aliança entre o Executivo e o STF para domar o Congresso é um equívoco

“Eu sou muito contra as pessoas falarem mal dos outros pela frente. Eu acho que é uma falta de educação muito grande. Não é? Falar, falar mal pela frente constrange quem ouve, constrange quem fala. Não custa nada a gente esperar um pouco as pessoas darem as costas”, dizia o escritor, filósofo e dramaturgo paraibano Ariano Suassuna, com ironia, numa palestra antológica, cujo vídeo viralizou nas redes sociais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no mínimo, foi muito deselegante com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ao criticar o “baixo nível” do Congresso.

Lula fez a afirmação durante cerimônia, no Rio de Janeiro, de comemoração ao Dia do Professor, celebrado nesta quarta-feira. Ao fazer o comentário sobre o Congresso, com críticas a parlamentares de direita, virou-se para o presidente da Câmara, que estava entre as autoridades presentes no evento, e disparou: “O Hugo (Motta) é presidente desse Congresso, ele sabe que esse Congresso nunca teve a qualidade de baixo nível como tem agora. Aquela extrema-direita que se elegeu na eleição passada é o que existe de pior”, disse Lula.

Lula e o próximo governo, por William Waack

O Estado de S. Paulo

Confiante numa vitória em 2026, Lula está prejudicando a própria governabilidade

Lula parece ter afastado de si qualquer preocupação sobre como vai governar, se ganhar a próxima eleição. Que ele acha que já levou. A soberba é um pecado grave também na política, mas esse problema é só dele.

O problema para o resto do País é avaliar em que medida as táticas político-eleitorais para permanecer no poder, ganhando a eleição, ofendem um princípio milenar da estratégia. Princípio que consiste em não destruir aquilo que se quer conquistar e manter.

Lula tem atuado contra a sua própria governabilidade em duas direções, cujos sinais de convergência são gritantes hoje mesmo. O primeiro é a armadilha fiscal pela qual garante que gastos vão subir sempre mais que as receitas.

Barroso cogita deixar pronto voto pró-aborto, por Carolina Brígido

O Estado de S. Paulo

Ministro não decidiu se vai se manifestar, mas já tem colega disposto a suspender de novo a votação

A nata do Judiciário se parece cada vez mais com um clube onde menina não entra. Cármen Lúcia deve continuar ocupando a única cadeira de ministra, mesmo com a saída de Luís Roberto Barroso. O alijamento da participação feminina no Supremo Tribunal Federal (STF) não tem impacto apenas visual, mas se reflete nas prioridades da pauta.

O processo sobre a descriminalização do aborto até a 12.ª semana de gestação, causa cara aos movimentos de defesa dos direitos das mulheres, aguarda julgamento desde 2017. Defensores da bandeira se animaram com a notícia de que Barroso cogita votar no processo antes de sábado, quando deixa a toga.

A natureza que não é, por Eugênio Bucci

O Estado de S. Paulo

Insisto: como a cultura dita “ocidental” enxerga essa entidade exterior e torturantemente real a que damos o nome de natureza?

Quando você olha para uma árvore, o que vê? A pergunta , embora soe brincalhona, carrega uma gravidade de todo tamanho. Eu a formulo a propósito da COP-30, que se aproxima da agenda global na forma de um rio intermitente, de águas débeis e incertas. Às vezes, esse rio figurado parece fluir: o número de países com presenças confirmadas na conferência já teria alcançado o quórum exigido pela ONU. Outras vezes parece secar: não haverá vagas para as delegações nos hotéis inflacionados de Belém, e muita gente não sabe até agora se poderá vir ou não. Em resumo, pelo menos até agora, só uma coisa é certa: não existe nada certo.

Lula e as emendas presidenciais, por Roberto Macedo

O Estado de S. Paulo

Há que melhorar muito a representatividade política dos parlamentares

O caderno de Economia e Negócios deste jornal estampou na sua primeira página no domingo passado, a manchete: Lula prevê “pacote de bondades” de R$ 100 bi, mas falta verba ( Estadão, 12/10, B 1). E completa :“Medidas previstas para ano eleitoral necessitam de manobras no Orçamento.”

Segundo a matéria, o pacote inclui a “ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, aprovada na Câmara e ainda pendente no Senado, a distribuição de gás de cozinha de graça, isenção na conta de luz para 17 milhões de famílias e o pagamento de bolsas do Pé-de-Meia para estudantes do ensino médio”. Resolvi chamar estas propostas de emendas, pois guardam certa semelhança com as parlamentares, exceto na sua escala bem maior; correm no Parlamento e há essa preocupação comum com falta de verbas. Os dois tipos de emendas têm olho no ganho eleitoral.

Trump mira eleições de meio de mandato, por Richard Sherwin

Valor Econômico

Há preparativos em curso para atrapalhar um pleito intermediário livre e justo

Daqui a pouco mais de um ano, os americanos votarão para determinar qual partido político controlará as duas casas do Congresso. O Partido Republicano do presidente Donald Trump hoje controla ambas, mas suas maiorias são estreitas (53-47 no Senado e 219-213 na Câmara dos Deputados). Não há precedentes modernos de um partido presidencial evitar perdas nas eleições de meio de mandato na Câmara, a menos que a aprovação popular do presidente esteja bem acima de 50%. No caso de Trump, uma média não ponderada das pesquisas recentes mostra sua aprovação em 45,3%, com 51,9% (um saldo líquido de -6,6) dos eleitores o desaprovando.

Em circunstâncias normais, o presidente procuraria melhorar a posição eleitoral de seu partido. Trump, porém, está reforçando algumas de suas políticas mais impopulares. Por exemplo, suas últimas declarações sugerem que ele está comprometido em enviar mais tropas da Guarda Nacional para cidades controladas pelo Partido Democrata, embora 58% dos americanos se oponham a tais deslocamentos. Embora a Lei Posse Comitatus de 1878 proíba o uso de tropas federais para policiamento doméstico, a Lei de Insurreição de 1807 prevê uma exceção para levantes violentos contra o Estado, e Trump já está ameaçando invocá-la.

A economia mundial em uma era de desordem, por Martin Wolf

Valor Econômico

Os desafios que se apresentam são enormes e nenhum país, por mais poderoso que seja, estará imune

Como está a economia mundial? A resposta, como observou recentemente meu colega Tej Parikh, é que ela está confusa. Isso não deveria ser uma surpresa. Além de algumas incertezas macroeconômicas evidentes - como as preocupantes tendências de déficits e dívidas fiscais em muitos países importantes, para citar um exemplo -, estamos testemunhando dois grandes acontecimentos: a abdicação dos EUA de sua hegemonia global e o surgimento descontrolado daquilo que poderá se revelar a mais importante de todas as inovações tecnológicas da humanidade, a inteligência artificial. Não é de admirar que estejamos confusos. O notável, porém, é o quão bem a economia mundial tem lidado com os choques e a incerteza, pelo menos até agora.

O mais sério adversário de Lula em 2026, por Maria Cristina Fernandes

Valor Econômico

Favoritismo leva o presidente a subir no salto precocemente

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esbaldou-se nesta quarta em evento alusivo ao dia dos professores no Rio. A plateia, de profissionais da educação, lhe era francamente favorável a ponto de quase não deixar o presidente da Câmara falar.

Convidado a acompanhar Lula, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) esforçou-se para fazer um balanço do que a Câmara havia aprovado em benefício da educação mas teve sua fala atropelada por vaias e pelo grito de guerra “sem anistia”. Para evitar o constrangimento, Lula levantou-se e ficou ao seu lado com o braço sobre seu ombro.

A deferência parou aí. Ao final de seu discurso, embalado pelo apelo para que os presentes reflitam sobre suas escolhas para o Legislativo, o presidente, que, em 33 minutos, soltou o mesmo palavrão da “p.” três vezes, olhou para Motta e disse: “Hugo é presidente desse Congresso e sabe que o Congresso nunca teve a qualidade de baixo nível que tem hoje”. Seu alvo, como diria depois, era a extrema-direita, e o presidente do Congresso é o senador Davi Alcolumbre (União-AP), mas o estrago estava feito. Motta, que até então ria das tiradas presidenciais, fechou a cara. Pudera.

A solidão dos progressistas, por Maria Hermínia Tavares de Almeida

Folha de S. Paulo

As esquerdas têm renda mais alta e são mais brancas e mais escolarizadas do que a maioria dos brasileiros

Grupos terão de encontrar o caminho que os leve à maioria dos eleitores ou amargarão inevitável isolamento

Todos quantos tenham nas redes sociais sua principal fonte de informação podem imaginar estar vivendo em um país dilacerado por irreconciliável conflito político.

Na verdade, este Brasil dominado pela polarização é habitado por apenas 10% dos cidadãos —metade à esquerda e metade na extrema direita. Ali se movem os que alimentam as bolhas de engajados no universo virtual e aqueles que saem às ruas, chova ou faça sol, pedindo anistia para Bolsonaro e golpistas do 8/1 ou para contra ela vociferar.

Eis o que emerge da pesquisa de opinião patrocinada pelo braço brasileiro da ONG More in Common intitulada "O papel dos invisíveis na divisão política do Brasil".

• As chances de Lula e o recado de Shakespeare, por Antonio Lavareda

Folha de S. Paulo

Pode-se projetar em 72% a chance de reeleição do presidente combinando-se histórico de intenções de voto com outros dados

Cenário em que três nomes alcançam dois dígitos dos votos parece ser o mais provável para 2026

O mercado norte-americano de apostas eleitorais movimentou na eleição de Trump no ano passado cerca de US$ 3,5 bilhões. Antecipar o futuro sempre foi obsessão humana. Das adivinhações à astrologia, das profecias às projeções científicas, o percurso de milênios convocou nossa curiosidade insaciável para prevenir tragédias, vencer guerras e planejar o porvir. Desde que as urnas se tornaram sucedâneas das disputas sanguinolentas pelo poder, atraem igual fascínio. Isso explica o volume de análises sobre a sucessão presidencial de 2026.

Doravante, o número de levantamentos crescerá, impulsionado por interesses diversos, atentos às oscilações do humor popular, mesmo antes de conhecido o elenco completo de competidores. Os institutos testam múltiplas listas, enquanto potenciais candidatos e dirigentes partidários insinuam ou desmentem pretensões. Multiplicam-se, fato novo, as manifestações de pretendentes a vice, lembrando o tempo em que concorriam em faixa própria, e não anexados aos titulares.

Mais uma vez, as sondagens funcionarão como corrimão seguro a guiar imprensa, campanhas e cidadãos através da névoa em que se misturam informação e desinformação. O certo é que o bailado dos números não cessará até o grande dia. Ainda assim, a tentação de vislumbrar o desfecho permanece irresistível.

Maior banqueiro dos Estados Unidos lança teoria da barata para falar de perigo de bolha, por Vinicius Torres Freire

Folha de S. Paulo

Onde tem uma barata, tem mais, diz presidente do JPMorgan sobre quebra de duas empresas

China peita os EUA, Trump ameaça Venezuela, mundo rico tem dívida ruim, riscos se espalham

Há uma bolha de inteligência artificial? De crédito ruim? Zumbis existem? O maior banqueiro dos Estados Unidos acredita em baratas. Quando se vê uma barata, tem mais por aí, diz. Se empresas financiadas por "bancos paralelos" ("shadow banks") quebram de modo estrambótico, em cantos menos visíveis pode haver mais financiamento irresponsável, à beira de estourar e, quem sabe, de afetar o sistema financeiro.

"Fico de antena ligada quando coisas assim acontecem. Provavelmente não deveria dizer isso, mas, quando você vê uma barata, provavelmente há outras. Então, a esta altura todo mundo deveria estar avisado", disse Jamie Dimon, presidente do JPMorgan, na terça, em conversa com analistas que acompanham os negócios do banco.

Juros em 15% aumentam pressão sobre Galípolo, por Adriana Fernandes

Folha de S. Paulo

Melhor que esse nível exorbitante caia de forma consistente, para evitar retrocessos, e que as causas sejam atacadas

Mercado não tem dado importância às críticas; no jargão financeiro, os disparos contra Galípolo 'não fazem preço'

É visível o aumento das críticas de integrantes do alto escalão do governo aos juros altos mantidos pelo Banco Central sob o comando de Gabriel Galípolo. O fogo amigo cresceu após o Fed ter reduzido os juros em setembro passado num cenário de pressão total de Donald Trump no BC americano para cortar a taxa.

Lula liberou auxiliares diretos a aumentar o tom das críticas à alta taxa de juros, como revelou a coluna Painel, na Folha. O petista não pretende atacar diretamente Galípolo, mas está frustrado e surpreendido negativamente com a defesa enfática do atual BC ao patamar da Selic, de 15%.

Elite lamenta erros de Tarcísio em jantar com Kassab, por Igor Gielow

Folha de S. Paulo

Presentes a homenagem ao presidente do PSD criticam bolsonarismo de governador e discutem Ratinho Jr.

Secretário diz que seu partido fará cem deputados em 2026 e vê Lula preparando Boulos como sucessor

Integrantes da elite empresarial e intelectual paulistana lamentaram, durante um jantar em homenagem a Gilberto Kassab (PSD) na segunda-feira (13), o que chamaram de erros e excessos bolsonaristas do governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Segundo duas pessoas presentes ao encontro relataram à Folha, o tom geral foi de desalento, dado que em diversos estratos Tarcísio era visto como uma opção palatável da direita a Lula (PT) na disputa presidencial do ano que vem.

O encontro, no apartamento de um expoente da ala do grupo ligada a questões sociais, reuniu cerca de 30 pessoas. A reportagem não conseguiu conversar com Kassab sobre o evento.

A audiência era heterogênea, sem uma representação maciça da chamada Faria Lima, ou seja, nomes ligados à área financeira. Estavam lá empresários como Luiza Trajano (Magazine Luiza), a herdeira do Itaú Neca Setúbal, o ex-ministro Nelson Jobim e advogados como Pierpaolo Bottini.

Batata assando nacionalmente, por Ruy Castro

Folha de S. Paulo

Bolsonaristas sabem que Tarcísio só finge torcer pela descondenação de Bolsonaro

E 35% dos paulistas já acham que ele é o responsável pela disparada do crime em São Paulo

Ninguém hoje mais deliciosamente na frigideira do que Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo. Seu indigesto carreirismo está entupindo o exaustor. Os bolsonaristas passaram a detestá-lo ao perceber que, por trás dos discursos pela descondenação de Bolsonaro, ele torce com fervor para que seu benfeitor siga inelegível —sem contar sua ardilosa compaixão ao descrever Bolsonaro como um inválido, donde sem forças para a disputa presidencial. Como pode fazer isso com o homem que o moldou do barro e lhe soprou uma carreira política pelas narinas?

O que nos dizem sobre crescimento os historiadores que venceram o Nobel, por Rui Tavares

Folha de S. Paulo

Laureados descrevem os porquês da história e sabem utilizá-los para políticas públicas atuais

Joel Mokyr, que estuda economia americana, foi um dos vencedores este ano

Logo na segunda vez que os Prêmios Nobel foram atribuídos, no ano de 1902, um historiador ganhou o de Literatura. Foi Theodor Mommsen, alemão, estudioso aturado da Antiguidade Clássica e que escreveu uma "História de Roma", que lhe valeu o prêmio pela qualidade da descrição histórica e da escrita literária. Passados cem anos, é a vez de outro historiador ganhar um Nobel, mas da Economia.

Trata-se de Joel Mokyr, nascido em 1946 na Holanda, em Leiden, numa família de judeus sobreviventes ao Holocausto, criado em Israel pela mãe depois de ficar órfão de pai, e finalmente radicado nos Estados Unidos. Mokyr, que dividiu o prêmio com os economistas Philippe Aghion e Peter Howitt, ganhou pelos seus escritos sobre conhecimento, inovação e crescimento econômico.

Trump precisa desfazer relação distorcida e codependente entre Netanyahu e Hamas, por Thomas L. Friedman

The New York Times / Folha de S. Paulo

Para plano de paz, líder americano tem de mudar cenário em que premiê israelense e grupo terroristas se mantiveram viáveis por mais de duas décadas

Neste momento, não se podem ver nem mesmo os primeiros passos para a próxima fase

"Você cria sua própria realidade. A verdade é algo maleável." — Roy Cohn para Donald Trump no filme "O Aprendiz"

Ouvir o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizendo a israelenses e árabes na segunda-feira (12) que eles estavam "no alvorecer histórico de um novo Oriente Médio" foi como assistir a Trump vendendo a seus banqueiros um plano para construir o maior, mais bonito e mais incrível hotel do mundo em um depósito de lixo tóxico.

Por um lado, você pensa: Esse homem deve estar louco. Ele não conhece a história desse lugar? Não dá para construir um hotel ali! E, por outro, uma voz no fundo da sua cabeça sussurra: E se ele conseguir?

A capacidade de Trump de combinar intimidação, bajulação e exagero é algo digno de se ver e estava evidente na segunda-feira em seus discursos ao Parlamento de Israel e, depois, a mais de 20 líderes mundiais em uma cúpula em Sharm el-Sheikh, no Egito.

Nenhum diplomata tradicional ou professor de política externa teria aconselhado o presidente a correr tais riscos —a declarar que estamos no caminho para a paz no Oriente Médio e que ele, Donald Trump, presidirá o "Conselho da Paz" que a concretizará. Mas Trump frequentou a escola de negócios, não de relações exteriores, e acredita que pode persuadir, pressionar e intimidar esse conflito até um final feliz.

Uma vez que essa estratégia trouxe a Trump tanto múltiplas falências no setor imobiliário quanto dois mandatos na política, não vou apostar contra nem a favor dele. Vou apenas lhe dar este conselho: Presidente, para concretizar esse acordo, o senhor precisa se mover rápido e quebrar coisas.

Poesia | O que me dói não é, de Fernando Pessoa

 

Música | Zeca Pagodinho, Caetano Veloso - Com que roupa, de Noel Rosa