DEU NA FOLHA DE S. PAULO
SÃO PAULO - As propostas de uma comissão para esclarecer os crimes cometidos pela ditadura e de uma eventual revisão da Lei da Anistia acabaram monopolizando, num primeiro momento, as discussões em torno do 3º Programa Nacional de Direitos Humanos, lançado pelo governo Lula numa grande cerimônia, já perto do Natal.
Percebemos com certo atraso que o documento avança, em suas 74 páginas, sobre muitos outros temas e prevê iniciativas em praticamente todas as esferas de governo.
Da taxação de grandes fortunas à descriminalização do aborto, do enquadramento dos planos de saúde ao financiamento público de campanha -o plano de direitos humanos mais parece um rebotalho do que o governo Lula não quis fazer, por conveniência ou pragmatismo.
Tem-se a impressão de que nesse programa tudo pode porque, no fundo, nada é para valer. O conjunto sugere que a finalidade inconfessa da peça é expiar a culpa da esquerda petista.
Trata-se de transformar a impotência em teatro político, iludindo o público engajado de que assiste a um épico de Estado.
Abrindo tantas frentes sem que de fato se comprometa com nenhuma, o ministro Paulo Vannuchi passa por promotor de eventos. O decreto que Lula assinou é um documento oficial, mas, sem efeito prático, confunde-se com uma carta de intenções, como se o governo fizesse o seu Fórum Social Mundial.
Não faltam ao texto jabutis autoritários, tão ao gosto dos camaradas. Por exemplo: o propósito de estabelecer critérios de acompanhamento do conteúdo editorial dos veículos de comunicação e fazer um ranking nacional dos que são comprometidos e dos que violam os direitos humanos.
SÃO PAULO - As propostas de uma comissão para esclarecer os crimes cometidos pela ditadura e de uma eventual revisão da Lei da Anistia acabaram monopolizando, num primeiro momento, as discussões em torno do 3º Programa Nacional de Direitos Humanos, lançado pelo governo Lula numa grande cerimônia, já perto do Natal.
Percebemos com certo atraso que o documento avança, em suas 74 páginas, sobre muitos outros temas e prevê iniciativas em praticamente todas as esferas de governo.
Da taxação de grandes fortunas à descriminalização do aborto, do enquadramento dos planos de saúde ao financiamento público de campanha -o plano de direitos humanos mais parece um rebotalho do que o governo Lula não quis fazer, por conveniência ou pragmatismo.
Tem-se a impressão de que nesse programa tudo pode porque, no fundo, nada é para valer. O conjunto sugere que a finalidade inconfessa da peça é expiar a culpa da esquerda petista.
Trata-se de transformar a impotência em teatro político, iludindo o público engajado de que assiste a um épico de Estado.
Abrindo tantas frentes sem que de fato se comprometa com nenhuma, o ministro Paulo Vannuchi passa por promotor de eventos. O decreto que Lula assinou é um documento oficial, mas, sem efeito prático, confunde-se com uma carta de intenções, como se o governo fizesse o seu Fórum Social Mundial.
Não faltam ao texto jabutis autoritários, tão ao gosto dos camaradas. Por exemplo: o propósito de estabelecer critérios de acompanhamento do conteúdo editorial dos veículos de comunicação e fazer um ranking nacional dos que são comprometidos e dos que violam os direitos humanos.
Diante do absurdo da proposta, seria o caso de perguntar em que parte do ranking se enquadraria um filme fazendo a apologia de Fidel Castro. E outro, apontando que Cuba é uma ditadura? Está claro que isso é ridículo, não?
Megalomania e frustração, fantasia e tara autoritária se misturam nesse factoide para a esquerda ver.
Abaixo a tutela, companheiros!
Megalomania e frustração, fantasia e tara autoritária se misturam nesse factoide para a esquerda ver.
Abaixo a tutela, companheiros!
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