terça-feira, 28 de outubro de 2025

O que a mídia pensa | Editoriais / Opiniões

Voto de confiança em Milei é recado para toda a América Latina

Por O Globo

Apoio ao programa de ajuste fiscal mostra eleitor consciente de que déficit não deve ser tratado com leniência

Argentina não pode desperdiçar a oportunidade que seus eleitores deram ao presidente Javier Milei nas eleições do último domingo. O resultado foi um voto de confiança renovado no programa de ajuste fiscal — ambicioso e doloroso, mas necessário — de Milei. Seu êxito não apenas encerraria a sucessão de ciclos de incúria fiscal que amaldiçoa os argentinos, mas também serviria de exemplo a toda a América Latina, em especial ao Brasil, onde déficits públicos têm sido tratados com leniência, alimentando o endividamento de modo irresponsável e pondo em risco qualquer perspectiva de crescimento sustentado e desenvolvimento duradouro.

Possibilidades da política conectiva, por Paulo Fábio Dantas Neto

Mestre do pensamento social brasileiro, intelectual de grande talento para a retrospecção e a prospecção, com visão analítica aguda para a reflexão política e largos sentimentos públicos, Luiz Werneck Vianna, se ainda estivesse entre nós, teria completado 87 anos no último 14 de outubro. Deixou-nos há quase três, mas sua memória é vocacionada à vigência longeva e ativa, como sua vida.

Passou seus últimos anos escrevendo, com amargura e esperança, sobre várias coisas. Razão (e fé, por que não?) da sua esperança seria a exuberância promissora que via na vida popular brasileira, em movimentos e organizações civis da nossa cultura e cidadania. Como razão moderadamente cética de sua amargura, a carência de vocação pública dos políticos sistêmicos da democracia do Brasil atual, aos quais, mais de uma vez, referiu-se (sem deixar nunca de reparar em exceções), como “liliputianos”. É essa segunda dimensão de seu modo de ver a política recente que evoco para escrever este artigo.

A reputação de autor não dispensava Werneck de uma renitente, teimosa, vontade própria de ator. Quando usava o adjetivo metafórico que mencionei, ele parecia ser ao mesmo tempo Swift e Gulliver. A constante busca do ator emancipatório que marcou o seu trabalho intelectual levava-o a retratar sinteticamente a atitude política dos políticos reais do Brasil atual num patamar bem abaixo, em termos de motivações públicas, daquele em que estaria Gulliver, o personagem famoso de Swift, se acaso vivesse realmente entre nós, com sua estatura comparada às dos atores reais. Além da distância esperada, objetivamente inevitável, entre romance e realidade, haveria o flagrante de um declínio, em comparação com atores reais de outros contextos. Declínio cuja explicação poderia estar na conduta.

Aperto de mãos, por Ricardo Marinho

Aprender uma língua, especialmente suas expressões espontâneas e informais mais comuns, é passar por um processo de domesticação social repetida que nos marca, quer queiramos e/ou não. Por exemplo, palavras que expressam uma agradável interrupção das obrigações de trabalho são sempre precedidas por algum termo que alivia o escândalo dos que abraçam princípios de forma rígida diante de tanta alegria quando se criou as merecidas férias, o lazer restaurador, prazeres inocentes etc. Não será assim quando chegarmos à prevista (em 1930) jornada de trabalho de 15 horas semanais para os netos de John Maynard Keynes (1883-1946)?

Se essa previsão pode ser conversada e discutida isso acontece porque estamos descarregados de razão. Quando alguém reúne argumentos e está convencido de que está carregado de razão, pode se tornar extremamente perigoso. Porque os motivos que enchemos nossas mentes não a sobrecarregam como um peso que deve ser suportado e que acrescenta gravidade à sua jornada, mas como a munição que carrega uma arma e a coloca pronta para disparar. Quem quer que esteja convencido de que está carregado de razão sente que pode e provavelmente deve atirar fatalmente contra seus adversários sem consideração.

O café servido por Lula, por Thiago Bronzatto

O Globo

O presidente deverá apostar em se conectar com a indignação dos eleitores

O cafezinho servido no Palácio do Planalto tem sido usado como metáfora para ilustrar a estratégia do presidente Lula para 2026. Integrantes do governo costumam dizer que não adianta servir um expresso com pouco adoçante a quem gosta da bebida pura e aos que preferem uma dose extra de açúcar. O meio-termo desagradará aos dois extremos. Segundo essa lógica, não dá para atender ao mesmo tempo o público moderado e o radical. Por isso o plano do chefe do Executivo envolverá uma combinação de elevar o tom dos ataques ao statu quo, reforçando o coro do “nós contra eles”, com medidas que toquem no bolso da classe média.

Daqui até 2026, o Lula que deverá se lançar à reeleição se aproximará mais da figura política controversa de 1989, que emergiu atacando as elites, que do político pragmático de 2002, signatário da “Carta ao povo brasileiro” para tranquilizar o país. O discurso conciliatório na posse em 2023 e a promessa de unir a nação numa frente ampla de partidos de centro têm cedido terreno à retórica antissistema, alicerçada na retomada da popularidade e na dispersão de líderes da direita.

América para os norte-americanos? Por Fernando Gabeira

O Globo

O país é mais que uma empresa exportadora. Tem princípios, política externa e responsabilidades continentais

O grande tema da conversa de Trump e Lula foi comercial: as tarifas de 50% impostas ao Brasil. Um dos aspectos mais discutidos antes desse encontro foi a química entre os dois presidentes.

Todo o respeito pela questão comercial e suas consequências: empresas que podem falir, pessoas que podem perder o emprego. Todo o respeito pela química humana, algo que encanta os brasileiros, pois em nossa cultura é aconselhável se tornar amigo para realizar as coisas.

Apesar das ressalvas, é preciso admitir algo que só um alto nível de abstração pode ignorar: barcos de guerra, um porta-aviões, foguetes, submarino e 10 mil homens estão na costa da Venezuela — o poderio militar americano parece se concentrar na América do Sul. Exportar mercadorias nos mantém vivos e empregados. Mas o país é mais que uma empresa exportadora. Tem princípios, política externa e responsabilidades continentais.

O preço de voar, por Pedro Doria

O Globo

Na Europa, onde regulações são bastante populares, avião que cobra por tudo, do amendoim à mochila, pode. E funciona

Circula pelos corredores do Congresso Nacional a ideia de obrigar as companhias aéreas a não cobrar a mais para quem levar uma mala de mão. Seria uma lei bastante popular. Afinal, não falta quem ache absurdo cada cobrancinha a mais na hora de pagar o bilhete. E, no entanto, é exatamente esse tipo de regra que mata a possibilidade de o Brasil vir a ter uma aérea de baixo custo, ao estilo da Ryan Air ou da easyJet europeias. Na Europa, onde regulações são bastante populares, avião que cobra por tudo, do amendoim à mochila, pode. E funciona.

Quem mergulha nos números públicos da Anac entende que, de 2000 para cá, o mercado aéreo brasileiro cresceu e o preço das passagens caiu, quando reajustados pela inflação. A maioria não tem essa impressão no dia a dia. O motivo é que a queda ocorre nos preços médios. Viajar na terça-feira no meio da tarde é barato, na sexta-feira no início da noite é caro. Oferta, demanda. A maioria, logicamente, tem a experiência de buscar nos horários mais disputados.

E o Brasil jamais esqueceu Herzog, por Míriam Leitão

O Globo

Os assassinos de Vladimir Herzog não imaginaram a força da resposta que o Brasil daria ao longo de meio século

Os homens que naquele sinistro sábado 25 de outubro de 1975 torturaram e mataram o jornalista Vladimir Herzog não tinham ideia de que estavam criando um movimento. No último sábado, 25 de outubro, a Catedral da Sé lotada disse que o crime nunca foi esquecido. O pedido de perdão, em nome da Justiça Militar da União, a Vladimir Herzog e a “todos os que tombaram e sofreram lutando pela liberdade durante a ditadura militar” feito pela ministra Elizabeth Rocha, presidente do STM, foi um gesto de coragem. Ela sabe que enfrentará críticas ao voltar ao tribunal. As Forças Armadas nunca admitiram seus erros, mas o Brasil jamais se esqueceu.

Trump prioriza combate ao narcotráfico na AL, por Christopher Garman

Valor Econômico

Combate ao narcotráfico será espinha dorsal da política de Trump na América Latina

O governo do presidente Donald Trump tem claramente direcionado à América Latina um foco estratégico bem maior do que o de seus antecessores na Casa Branca. Seu mandato começou exercendo forte pressão para que o governo do Panamá retirasse uma empresa chinesa que opera no Canal do Panamá, adotou uma postura dura nas negociações com o México sobre os termos do acordo de livre comércio e impôs tarifas proibitivas ao Brasil por razões políticas.

No último mês, uma nova onda de ações reforçou esse padrão. O governo Trump deslocou uma frota naval para a costa da Venezuela (com boas chances de uma ação militar iminente), estendeu uma promessa de ajuda financeira ao aliado Javier Milei, na Argentina, e sancionou o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, por suas críticas à operação dos EUA na Venezuela.

Taxação progressiva é só o começo do combate à desigualdade, por Pedro Cafardo

Valor Econômico

É preciso enfrentar as distâncias sociais que mantêm o poder, os privilégios na educação e as oportunidades concentrados nas mãos de poucos

Dias atrás, enquanto tentava recompor a base do governo na Câmara, um deputado do PT ligou para um colega do União Brasil e perguntou se ele continuaria votando a favor dos projetos do governo pelo menos na área da economia. Sim, respondeu o deputado, mas com uma ressalva: desde que não fosse aumento de impostos.

Esse diálogo, relatado pela imprensa, mostra que há no país uma visão distorcida sobre tributação. Predomina o discurso de que os impostos servem apenas para esfolar contribuintes.

Sem dúvida, a carga tributária brasileira, cerca de 33% do PIB, é elevada se comparada, por exemplo, com as de outros países da América Latina, que não oferecem benefícios sociais como os brasileiros em saúde, educação, transferência de renda etc. Está, porém, longe de níveis de países desenvolvidos. Nos 27 membros da União Europeia, a carga média é 40%, alcançando quase 50% na França, 40% na Alemanha, 42% na Suécia.

Aos 80 anos, Lula lidera pesquisas eleitorais e busca o quarto mandato, por Luiz Carlos Azedo

Correio Braziliense

Se conseguir unir estabilidade econômica, inclusão social e credibilidade internacional, Lula terá um grande êxito. O principal obstáculo não é a idade, mas o ambiente político

Completados em plena viagem oficial à Malásia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega aos 80 anos como um dos políticos mais longevos e resilientes da história contemporânea do Brasil. Depois de governar o país por dois mandatos (2003-2010) e retornar ao poder em 2023, após um período de ostracismo e prisão, Lula aparece novamente como favorito nas intenções de voto para 2026. O levantamento mais recente do Instituto Paraná Pesquisas, divulgado nesta segunda-feira, mostra Lula à frente em todos os cenários testados para o primeiro turno, com vantagem sobre Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro, Tarcísio de Freitas e Flávio Bolsonaro.

O que esperar da COP-30, por Rubens Barbosa

O Estado de S. Paulo

A COP-30 foi pensada como uma conferência que transcende a imagem restritiva de um encontro climático

A tão falada e esperada COP-30 terá início na próxima semana. Desde 2023, o governo brasileiro vem trabalhando para que a COP-30 se consolide como marco não apenas para o fortalecimento do multilateralismo, mas também para sua evolução rumo a uma nova era de governança global fortalecida.

As bem-sucedidas presidências brasileiras da Cúpula da Amazônia (Belém, agosto de 2023), do G-20 (2024) e do Brics (2025), bem como o protagonismo brasileiro na COP-28 (Dubai, dezembro de 2023) e na COP-29 (Baku, novembro de 2024), permitiram desenhar uma linha de pensamento e ação na área de mudança do clima capaz de enfrentar os desafios do século 21, de ameaças difusas e grandes transformações nos cenários econômico e político globais, em que o avanço tecnológico e as preocupações com o meio ambiente e as mudanças climáticas ganham um papel de relevo.

É o MAGA, estúpidos! Por Eliane Cantanhêde

O Estado de S. Paulo

Brasil não pede favor nem dólares, só tarifas justas, mas Argentina custa caro para Trump

Com o tão esperado encontro com o presidente Lula e os avanços das negociações entre EUA e Brasil, na Malásia, e a não tão esperada assim vitória do partido de Javier Milei, La Libertad Avanza (LLA), na Argentina, Donald Trump avançou no domingo na aproximação com as duas maiores economias da América do Sul e na estratégia para tentar conter o movimento da região rumo à China.

A conversa de Trump e Lula foi dentro do esperado, na forma e no conteúdo. Abriu espaço para a foto dos dois presidentes sorridentes, com ar amigável, para a entrega de um documento focado no que realmente interessa ao Brasil, redução de tarifas e fim de sanções políticas, e para a reta final das negociações técnicas, inclusive com reuniões ministeriais já na Malásia.

Pesos e medidas, por Carlos Andreazza

O Estado de S. Paulo

Satisfatório para o Brasil. Ótimo para Lula. Péssimo para o bolsonarismo. É como se pode resumir – sem emoções – o encontro entre os presidentes brasileiro e americano. Para o Brasil: cronograma de negociações fixado. Para Lula: uma boa fotografia. Para o bolsonarismo: a perda do monopólio de acesso à Casa Branca.

Os negociadores brasileiros queriam – o presidente pediu a Donald Trump – a suspensão temporária das sobretaxas comerciais. Sem sucesso. O tarifaço permanece; e permanece a nave Magnitsky estacionada sobre o País. Ainda não há acordo. Há uma agenda, posta à mesa. Havia nada faz cerca de mês. Andou-se um bocado. A evolução é inegável. Agora existem senso de urgência e frequência nas comunicações, com protagonismo da diplomacia comercial e novas conversas presenciais a terem vez quiçá na semana que vem.

Milei é bem diferente de outros líderes da nova direita, por Joel Pinheiro da Fonseca

Folha de S. Paulo

Apesar das dificuldades, Argentina está, hoje, melhor do que estava antes de Milei chegar

Há pela frente o desafio de flexibilizar o câmbio sem que a inflação dispare novamente

Mais uma vez as pesquisas erraram para a esquerda, e o eleitor argentino deu uma vitória confortável para o partido do direitista Milei nas eleições de meio de mandato. Os otimistas ambicionavam, quem sabe, um terço dos votos. Milei conseguiu 40%. Agora, com a nova bancada de 93 deputados, Milei já pode dormir tranquilo sabendo que o Congresso não poderá derrubar seus vetos.

Mas como é possível o eleitorado argentino dar a vitória a um presidente que supostamente promovia a pobreza e sofrimento do povo? Um amigo de Bolsonaro e aliado de Trump!

Malafaia e Michelle acusaram o golpe após visita de bispo a Lula, por Juliano Spyer

Folha de S. Paulo

Encontro com Samuel Ferreira pegou de surpresa o bolsonarismo evangélico

Lula passou a circular de forma favorável nas redes sociais de crentes das periferias

A visita do bispo Samuel Ferreira, da Assembleia de Deus Madureira, a Lula pegou de surpresa o bolsonarismo evangélico. O fato de seus principais nomes terem se pronunciado mostra que acusaram o golpe.

Ferreira lidera uma das igrejas mais populares e influentes do país, conhecida entre evangélicos por ser mais tradicional que a média. Ao ser fotografado com o bispo, Lula passou a circular de forma favorável nas redes sociais e nos grupos de WhatsApp de crentes das periferias. É justamente o público identificado pelo cientista político Victor Araújo como o foco do antipetismo pentecostal.

Entre os que reagiram ao encontro estão os pastores Silas Malafaia e Teo Hayashi e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Hayashi é um dos organizadores do The Send, o evento para jovens evangélicos onde, em 2020, Bolsonaro fez uma aparição como convidado especial.

Não se improvisa na Presidência, por Dora Kramer

Folha de S. Paulo

Lula tem histórico de disparates nos quais se mostra retrógrado; diz o que lhe vai de fato à alma

A sorte do presidente é que ele conta com uma complacência que é negada a outros governantes

O presidente da República está entusiasmado e confiante. Com razão. As coisas vão indo bem: avaliação positiva em alta, projeções de voto favoráveis, reaproximação com os Estados Unidos muito bem encaminhada, contas públicas deficitárias longe do radar imediato do eleitorado.

Com todo esse vento a favor, Luiz Inácio da Silva (PT) não se ajuda. Quando diz que traficantes de drogas são vítimas dos usuários, comete uma série de erros, sendo o maior deles o de contrariar a realidade.

Milei renova mandato para virar economia e política da Argentina do avesso, por Vinicius Torres Freire

Folha de S. Paulo

Em nova surpresa eleitoral, governo ganha e pode até negociar maioria na Câmara

Com vitória, país tem mais tempo para evitar colapso cambial e recomeçar reformas

A maioria dos argentinos aceita suportar mais sofrimento em nome de mudanças fundamentais no país ou aceita engolir Javier Milei para não ter de suportar o kirchnerismo-peronismo. É o que disseram nas eleições legislativas de domingo (26), mais um espanto. A eleição tem outros significados e consequências importantes.

De mais imediato e concreto, a vitória de Milei evita uma desvalorização grande ou também descontrolada do peso, o que causaria convulsão financeira, aumento da inflação e crise política. O governo ganhou tempo, embora o problema permaneça e seja muito grande, mesmo com o dinheiro dos Estados Unidos.

Em segundo lugar, a vitória permite que Javier Milei possa cumprir sua vaga promessa de firmar alianças com outros partidos, negociando inclusive cargos no ministério. Essa negociação já começou com alguns governadores de província (estados), que têm muito mais influência sobre bancadas parlamentares do que no Brasil.

Trump considera Bolsonaro um 'loser' e investe em Lula, por Alvaro Costa e Silva

Folha de S. Paulo

Firmada na Malásia, relação entre os dois presidentes nunca esteve melhor

Oposição golpista não desiste e quer intervenção ou invasão dos EUA

Quem fez o relato, publicado na Folha, foi o sociólogo Valdinei Ferreira. Em setembro, durante o culto de aniversário do pastor Silas Malafaia, um apóstolo da Igreja Cara de Leão revelou a boa nova: o presidente dos Estados UnidosDonald Trump, invadirá o Brasil.

Baseada no Livro de Daniel, do Antigo Testamento, a profecia se tornará realidade, segundo o apóstolo, porque "há um momento em que Deus diz basta". Dias antes, o Supremo havia condenado Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão no julgamento do golpe de Estado de 2022/2023.

Poesia | Verdade, de Carlos Drummond de Andrade

Música | Mercedes Sosa, Chico Buarque, Caetano Veloso, Milton Nascimento e Gal Costa - Volver a los 17 (Violeta Parra)