Tucano participou de almoço com dirigentes do partido, que é alternativa para lançar-se candidato em 2014
Silvia Amorim
SÃO PAULO - O ex-governador José Serra (PSDB) saiu na tarde desta quinta-feira de um almoço com dirigentes do PPS sem dar uma posição ao partido sobre o convite de filiação feito a ele há quatro meses. Serra disse aos presentes que está "vivendo um momento interno no PSDB" e ouviu de lideranças do PPS que ele "veja o quanto antes" uma decisão.
A reunião, na verdade, foi um almoço na casa do deputado Arnaldo Jardim (PPS), em São Paulo, e contou com a presença do secretário nacional do PPS, Rubens Bueno, e da deputada Carmen Zanotto. Eles integram o comando da sigla. O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, não estava na capital paulista.
— Reiteramos a ele o convite e dissemos que o PPS quer ele no partido. Ele disse que está vivendo um momento interno no PSDB e, por isso, não tem uma decisão ainda — afirmou Arnaldo Jardim.
O deputado disse que foi pedido ao tucano que tome uma decisão o quanto antes.
— Essa reunião causou mais frisson do que deveria. Pedimos a ele que veja o quanto antes. Foi isso. Nada conclusivo e sem pressão. A diferença dela para as outras que já tivemos com Serra é que reuniu maior número de pessoas. Foi uma continuidade do diálogo — disse Jardim.
Na próxima segunda-feira, o PPS tem reunião da Direção Nacional, em Brasília, e dirigentes do partido disseram nesta quinta-feira ao GLOBO que gostariam de levar um posicionamento do tucano para o encontro, que vai discutir a preparação para a eleição de 2014.
Ontem Serra esteve em Curitiba e disse que "certamente" será candidato em 2014. Mas não explicou a que cargo. Após almoço com o governador Beto Richa (PSDB), ele desconversou sobre a possibilidade de deixar o PSDB, mas deixou claro que não está satisfeito com o espaço que tem hoje no partido. Aliados de Serra têm pressionado por prévias para a escolha do candidato do partido para 2014. A assessoria do ex-governador não confirmou nem descartou a ida dele ao encontro nesta quinta-feira.
O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, amigo de Serra, tem dito que, apesar do ex-governador ter, de acordo com a legislação eleitoral, prazo até o início de outubro para trocar de partido e disputar a próxima eleição, não seria conveniente levar uma decisão até lá porque o "tempo político é diferente do tempo legal".
Em abril deste ano, Freire fez formalmente um convite a Serra para filiar-se ao PPS. Desde então, o ex-governador tem conversado com dirigentes do partido e de outras siglas sobre a possibilidade de uma candidatura dele fora do PSDB, onde o senador Aécio Neves tem apoio majoritário para ser o presidenciável tucano na próxima eleição. Serra busca garantias de apoio do PSD, PV e PTB no caso de disputar a sucessão presidencial pelo PPS, porque sabe que precisa de alianças políticas para ter uma candidatura competitiva uma vez que o PPS tem somente cerca de um minuto na propaganda eleitoral gratuito. Mas não tem recebido sinais positivos das siglas, que alegam estar muito cedo para tomar uma decisão sobre apoios.
Na semana passada, Serra esteve em Salvador, onde cumpriu agenda de pré-candidato. Ele participou da inauguração de um hospital ao lado do prefeito ACM Neto e deu entrevista a uma rádio local.
Fonte: O Globo
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