Governador de Pernambuco criticou quem já está focando no pleito de 2014, mas evitou citar nomes
Letícia Lins
RECIFE - Um dia após ter divulgado uma nota na qual afirma que o ex-Presidente Lula sabe que “as forças políticas podem perseguir objetivos comuns, tendo cada um o seu candidato”, o governador de Pernambuco e presidenciável Eduardo Campos (PSB) afirmou hoje que está disposto a conversar com o petista sobre qualquer assunto, todas as vezes em que for convocado. Inclusive, sobre sucessão.
— Sempre foi assim, e não é de hoje. O assunto que ele desejar, vou discutir com ele. Agora, em relação a alguns temas, ainda não tenho resposta nem decisões para dar. E ele sabe disso. Porque há no partido (PSB) um entendimento de caráter geral de que o que fazer sobre o quadro eleitoral só vai mesmo ser decidido em 2014. Mas isso não impede que a gente converse e dialogue com respeito e atenção — disse ele, ao se encontrar com jornalistas, durante inauguração de um terminal de integração de transporte público, na cidade de Olinda. Afirmou, no entanto, que irá ao encontro de Lula, assim que for chamado.
O governador destacou, no entanto, que não é hora de antecipar publicamente o debate eleitoral, ao ser indagado se aceitaria ocupar a vice presidência em uma eventual chapa liderada por Lula no próximo ano.
— Não é hora ainda. Eu respeito quem entende que é a hora, mas a nossa leitura é que o Brasil não merece que se eleitoralize (sic) o debate político em uma hora em que a economia tem complicação, a política tem complicação. O melhor para o país é fazer o que estamos fazendo aqui, trabalhando. Amanhã vou trabalhar todo o dia em obras. Fui eleito para isso e não para ficar discutindo 2014, que ninguém sabe em que situação vai se dar e nem sabe qual o cenário daqui para lá.
Campos criticou quem já está com sucessão nas ruas, mas não citou nomes:
— Ao meu ver, isso não ajuda o Brasil. E, de certa forma, se as pessoas que estão governando dedicarem toda a energia discutindo eleição, não terão o que mostrar. Eu estou cuidando disso aqui, de fazer. Fui eleito para fazer as coisas. Não para ficar discutindo eleição. E, por ter focado desta forma, estou andando pelo estado, entregando muitas obras, muitas conquistas para a população. É isso que tenho que fazer. Mas respeito o que é um direito. E quem quiser discutir, discuta (a sucessão presidencial). No próximo ano, vamos discutir nosso caminho. De nossa parte, não tenho nenhuma ansiedade em relação a 2014.
Na última terça-feira, Lula afirmou que respeitaria a decisão do socialista, caso ele pretenda disputar a sucessão presidencial. Disse que Campos tem “maioridade, um partido político, portanto, não se trata de alguém trair alguém”. Também disse que se o governador fosse candidato teria todo o seu “respeito”. Na quarta, Campos divulgou uma nota dizendo-se feliz pelo reconhecimento Lula e pela a relação de amizade entre eles, mas ressaltou que Lula sabe que “as forças políticas podem perseguir objetivos comuns tendo cada um o seu candidato”. O socialista disse que o seu partido permanece com a agenda nacional e com a realização de seminários regionais até o fim deste ano.
Fonte: O Globo.
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