- Folha de S. Paulo
Depois da Lava Jato, vem aí a Operação Salva Mandato. É o que se discute no Congresso diante da divulgação diária de novos nomes de parlamentares na lista de investigados no petrolão.
Integrantes da bancada governista estão sendo orientados a repetir que a abertura de inquéritos no Supremo Tribunal Federal não será motivo suficiente para justificar a instauração de processos de cassação.
O discurso tem um objetivo claro: bloquear o andamento das primeiras representações que devem chegar em breve aos Conselhos de Ética da Câmara e do Senado.
Por ora, PT e PMDB vão sustentar que os processos de cassação só poderão começar quando os inquéritos se transformarem em denúncias ou ações penais. Isso pode levar meses, devido à quantidade de casos nas mãos do ministro Teori Zavascki.
Se a tática governista for cumprida à risca, as primeiras representações por quebra de decoro serão arquivadas de imediato, sem que os parlamentares analisem as provas contra os colegas citados na operação.
A abertura de inquéritos não é sinônimo de culpa, mas o Ministério Público Federal já reuniu indícios suficientes de que diversos políticos quebraram o decoro ao negociar com a quadrilha que roubava a Petrobras.
Em dezembro, os mesmos partidos que articulam a pizza adotaram outro critério ao cassar o deputado André Vargas, eleito pelo PT do Paraná. Ele perdeu o mandato três meses antes da divulgação da lista de Janot.
O ministro Luis Felipe Salomão, relator da Lava Jato no STJ (Superior Tribunal de Justiça), é o favorito do PMDB para a vaga deixada por Joaquim Barbosa no Supremo.
Ao assumir sua cadeira atual, ele agradeceu o apoio de dois líderes do partido no Rio: Sérgio Cabral e Eduardo Cunha, ambos citados na operação. Agora deverá conduzir inquérito contra o governador Luiz Fernando Pezão, também do PMDB.
Um comentário:
Incrível como tentam encaixar o nome do Pezão em qualquer coisa ruim. Querem que ele não fale com mais ninguém? Como se governa assim??
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