Folha de S. Paulo
Novo formato frearia a proliferação de
partidos e ajudaria eleitor a escolher melhor seu deputado
No sistema atual, legenda do presidente
eleito não forma bancada suficiente para apoiá-lo
O sistema eleitoral brasileiro de voto
proporcional com listas abertas parece muito democrático, mas é uma
aberração política. Se o Brasil fosse um país pequeno e relativamente
homogêneo, como Dinamarca e Noruega, esse formato poderia ser uma boa solução,
mas não diante das nossas características exatamente opostas.
Por isso, ao ler nesta Folha (1º/11) que o
presidente da Câmara
dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB),
e o relator
Domingos Neto (PSD-CE) estão prestes a acelerar a tramitação do projeto
de lei que estabelece o voto distrital misto, fiquei surpreso e
animado. É uma luz nas trevas. A ideia é que o projeto possa ser aprovado pelas
duas Casas do Congresso para valer nas eleições gerais
de 2030.
Eu defendo o voto distrital misto desde 1961, quando soube que o novo sistema eleitoral da Alemanha era dessa natureza. No sistema alemão, o eleitor deposita dois votos: um para seu candidato no distrito e o outro para o partido político que apoia —que, como os demais, tem uma lista fechada de candidatos a serem possivelmente eleitos pelo voto proporcional, ordenados conforme decisão da legenda. Assim, apurados os votos, os primeiros das listas serão eleitos, observando-se o número de votos que a sigla obteve.

.jpg)






