Tempo para salvar planeta fica a cada dia
mais escasso
Por O Globo
COP30 enfrenta realidade inescapável: metas
de cortes de emissões têm sido insuficientes para evitar o pior cenário
A COP30 começará em Belém sob o espectro de
uma realidade incontornável: o tempo passa, e as projeções feitas com base nas
metas de corte das emissões de gases de efeito estufa se mostram insuficientes
para conter o aquecimento global idealmente em 1,5°C, no máximo em 2°C, em
relação ao início da Era Industrial, como prevê o Acordo de Paris. O limite é
essencial para evitar as variações catastróficas no clima, que já começaram a
acontecer. Infelizmente, a meta de 1,5°C já ficou para trás, segundo diagnóstico
da própria ONU.
Pior: não há sinais convincentes de que a negligência da humanidade com o
futuro do planeta mudará no curto prazo. Ainda que a ciência tenha vencido o
confronto com o negacionismo no plano das ideias, faltam passos concretos,
planos de execução rápida. A união entre diplomacia e política é a única forma
de tentar recuperar o tempo perdido até aqui.
Governos se movem sem pressa, apesar das sucessivas tragédias climáticas decorrentes da elevação da temperatura no planeta. A última foi o Furacão Melissa, na região do Caribe, de categoria 5, a mais elevada, com ventos de até 298km/h, turbinado pela anormal temperatura do Atlântico. O poder de destruição dos furacões tem crescido. Chuvas torrenciais multiplicam-se — provocando catástrofes como as enchentes no Rio Grande do Sul — e convivem com secas tórridas. Tudo tem acontecido como era previsto.











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