João Pedro Pitombo – Folha de S. Paulo
SALVADOR - A aliança entre peemedebistas e tucanos, que dá sustentação ao presidente interino Michel Temer (PMDB) no Congresso Nacional e no governo deve se replicar apenas pontualmente nas eleições municipais deste ano.
Levantamento da Folha aponta que os dois partidos deverão estar em polos opostos em 18 das 26 capitais. Em 11 delas, incluindo as três principais, baterão chapa com candidatos próprios.
Em São Paulo, o empresário João Dória (PSDB) e a senadora Marta Suplicy (PMDB) vão tentar impedir a reeleição de Fernando Haddad (PT).
No Rio, os tucanos lançaram o ex-secretário estadual de Transportes Carlos Osório para enfrentar Pedro Paulo (PMDB), candidato do prefeito Eduardo Paes.
Já em Belo Horizonte, o PSDB lançará o deputado estadual João Leite, enquanto os peemedebistas estão entre o deputado federal Leonardo Quintão e o estadual Sávio Sousa Cruz.
Em capitais como Manaus, Belém, Goiânia e Maceió, onde tucanos e peemedebistas têm um histórico de rivalidade, os dois partidos deverão polarizar a disputa.
Na capital alagoana, por exemplo, o deputado Cícero Almeida (PMDB), aliado do presidente do Senado, Renan Calheiros, vai tentar impedir a reeleição do prefeito Rui Palmeira (PSDB).
Estratégias
Turbinados com a ascensão ao poder central, PMDB e PSDB têm como principal objetivo vencer as disputas nas capitais e cidades de grande porte para ganhar musculatura para as eleições presidenciais de 2018.
Assessor de Temer, Moreira Franco afirma que a chegada dele à Presidência não muda a estratégia do partido.
"O fato de hoje termos uma aliança nacional ampla não significa que ela vai se reproduzir nos municípios. Onde for possível, estaremos juntos. Mas vamos seguir nossa tradição de respeitar a realidade local", afirma.
Já entre os tucanos, os diretórios municipais terão liberdade total apenas para os municípios com menos de 100 mil eleitores. Parcerias com o PT estão proibidas.
Nas grandes cidades, a decisão sobre alianças passará pelo diretório nacional. E não haverá negociações com o PMDB nacionalmente para retirada de candidaturas.
"A disputa nas capitais está cristalizada, não tem como mudar candidaturas já postas. Vamos respeitar os candidatos do PMDB, assim como queremos ser respeitados", diz o deputado federal Sílvio Torres (SP), secretário-geral do PSDB.
A única reivindicação dos tucanos é que o presidente interino Michel Temer não atue diretamente como cabo eleitoral nas eleições das capitais.
Nas negociações de alianças fechadas até o momento, PMDB e PSDB estarão no mesmo palanque em apenas duas capitais: Salvador e Teresina.
Na capital baiana, os dois partidos disputam o posto de vice do prefeito ACM Neto (DEM), que busca novo mandato. Em Teresina, os peemedebistas devem apoiar a reeleição do prefeito Firmino Filho (PSDB).
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