O Estado de S. Paulo
Na tradição da esquerda – como mostram Allende e Berlinguer – há um repertório alternativo a ser ‘aggiornato’ e requalificado
Um reel do escritor chileno Roberto Bolaño Ávalos, que circula nas redes, evoca comovidamente Salvador Allende e a tragédia do golpe de 1973. De modo contundente, Bolaño descreve a desilusão inicial dos jovens de então, que em vão esperavam as armas negadas pelo presidente em vias de ser deposto e morto. Allende aparecia como um conservador, capaz de cometer quase uma traição, fugindo à luta no momento decisivo. Sua imagem, no entanto, ao longo do tempo, iria se agigantar, ao evitar os horrores da guerra civil e poupar do aniquilamento toda uma geração ou a maior parte dela. É que a derrota de Allende e da Unidade Popular, naquele Chile tão distante, já estava definida pela política, não pelas armas, como se deduz das palavras de Bolaño.



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