• Temer escolhe Aloysio Nunes; PSDB se preocupa com risco de ‘carimbar’ imagem
Maria Lima, Júnia Gama, Leticia Fernandes e Simone Iglesias - O Globo
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), vice na chapa presidencial de Aécio Neves (PSDB-MG) em 2014, foi escolhido ontem pelo presidente interino Michel Temer novo líder do governo no Senado. A ideia inicial de Temer era indicar para a vaga uma senadora — Ana Amélia (PP-RS) ou Simone Tebet (PMDB-MS) — mas acabou optando pelo tucano.
A escolha, ironicamente, causou reação no próprio PSDB. Ao final de uma acalorada discussão na bancada do partido, Aécio, que preside a legenda, e o líder do partido no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), anunciaram que o partido aceitaria o convite, mas cobraram a agilização da pauta de reformas apresentadas pelo PSDB e um maior envolvimento do PMDB no enfrentamento dos ataques a Temer.
Como Aécio, uma parte da bancada está preocupada em “carimbar” a cara do PSDB com um governo que em menos de um mês já enfrenta sucessivas crises, inclusive com a queda de dois ministros. Há um receio de que o PSDB “afunde” no mesmo barco que o PMDB, cujos principais representantes estão envolvidos nas denúncias da operação Lava-Jato. Já há, no partido, quem fale em rediscutir a aliança com o governo Temer.
— Não esperamos facilidades, não estamos recebendo uma homenagem (com o convite). O presidente Temer fez ao PSDB uma convocação para que nos unamos para tirar o Brasil da gravíssima crise que o PT nos colocou. Entre o caminho da omissão, de lavar as mãos, talvez o mais cômodo, e o da responsabilidade, o PSDB vai pelo caminho da responsabilidade. Tenho absoluta certeza que a sociedade vai reconhecer melhor o papel do PSDB é assumir suas responsabilidades — disse Aécio, no anúncio do novo líder.
Para tentar reduzir a tensão entre tucanos e o governo, o Michel Temer iria receber ontem à noite alguns senadores do PSDB. Ao assumir a “missão”, Aloysio disse que sua primeira tarefa será buscar o diálogo para apoiar as medidas econômicas que façam girar a economia, que serão votadas no Congresso. Ele disse que vai conversar inclusive com senadores da oposição.
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