sábado, 25 de março de 2023

Poesia | Ferreira Gullar - PCB

Eles eram poucos.

E nem puderam cantar muito alto a Internacional.

Naquela casa de Niterói em 1922.

Mas cantaram e fundaram o partido.

Eles eram apenas nove, o jornalista Astrogildo, o contador Cordeiro, o gráfico Pimenta, o sapateiro José Elias, o vassoureiro Luís Peres, os alfaiates Cendon e Barbosa, o ferroviário Hermogênio.

E ainda o barbeiro Nequete, que citava Lênin a três por dois.

Em todo o país eles eram mais de setenta.

Sabiam pouco de marxismo, mas tinham sede de justiça e estavam dispostos a lutar por ela.

Faz sessenta anos que isso aconteceu, o PCB não se tornou o maior partido do ocidente, nem mesmo do Brasil.

Mas quem contar a história de nosso povo e seus heróis tem que falar dele.

Ou estará mentindo.


2 comentários:

Pedagogia, História, Batuques e afins. disse...

Liquidacionistas e traidores! Falseadores da História! Canalhas vendidos!

ADEMAR AMANCIO disse...

Como o ser humano é estranho!