As movimentações de Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) nesta pré-campanha presidencial deixam claro haver duas estratégias distintas em curso.
Uma, a da presidente-candidata, visa tão somente obter um amplo tempo de televisão, dominar o horário eleitoral gratuito, impedir que aliados no governo possam se transformar em adversários na eleição e, com isso, levar aos opositores seus preciosos minutos de propaganda. Para tanto, PT e governo usam a reforma ministerial como fator de atração aos partidos com todas as nuances de uma pré-campanha.
O problema, porém, é que neste jogo há mais partidos do que ministérios a serem preenchidos. Como agravante, partidos e ministérios com tamanhos e relevâncias distintas. Se acomodar todos já é difícil, mais ainda é deixá-los satisfeitos uma vez concluída a reforma ministerial. E é daí que nasce a outra estratégia em curso, dos candidatos da oposição. Ela consiste em apostar na formação de palanques estaduais em detrimento de um amplo tempo de TV.
É verdade que é isso o que resta à oposição. Sem grandes ministérios e o alto volume de recursos federais que as pastas proporcionam para alimentar as sedentas bases eleitorais dos partidos, Aécio Neves e Eduardo Campos têm dificuldades em fechar sua coalizão e melhorar seus tempos de TV. Por isso, jogam tudo na montagem de bons palanques nos Estados que possam fazer o contraponto a vasta exposição que Dilma terá no horário eleitoral.
Nessa disputa, Aécio sai na frente em relação a Campos. Seu partido tem oito governadores, que controlam 47% do eleitorado brasileiro. Campos tem cinco Estados, com 10,4% dos votantes.
Além disso, o tucano não tem Marina Silva em seu encalço para barrar acordos eleitorais outrora selados que serviam justamente para dar amplitude a esse eleitorado em potencial.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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