• Declaração do tucano foi a primeira manifestação pública sobre a posição da sigla
Pedro Venceslau - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou ao Estado que seu partido vai abrir mão de lançar um candidato à presidência da Câmara caso o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) obtenha aval jurídico para tentar renovar seu mandato. Essa foi a primeira manifestação pública do tucano sobre a posição da sigla.
Um parecer elaborado em julho pela assessoria jurídica da Casa, portanto ainda na gestão Eduardo Cunha (PMDB-RJ), informa que a Constituição e o Regimento Interno não permitem que presidente da Casa tente a reeleição na mesma legislatura.
Após a renúncia de Cunha, Maia foi eleito, com apoio decisivo do PSDB, para um mandato-tampão de presidente da Câmara. Na ocasião, foi selado um acordo pelo qual ele apoiaria o líder tucano, Antonio Imbassahy (BA) na disputa pela presidência da Casa em 2017.
“Desde que nós apoiamos a eleição do Rodrigo Maia, havia intenção de lançar candidato à sucessão, com apoio dele. Ele nos procurou para dizer que está examinando a possibilidade, em razão de pareceres que recebeu, de disputar a reeleição. Eu disse que ele não é nosso adversário”, afirmou Aécio.
“Se ele, do ponto de vista jurídico, obtiver as condições para a disputa, vou trabalhar junto ao partido para que ele seja a opção natural do PSDB. Se não houver a possibilidade dele disputar, esperamos essa recíproca”, concluiu o senador mineiro. Aécio, porém, disse que Imbassahy é um dos nomes do partido para disputa, mas que a decisão, caso haja impedimento jurídico de Maia, não está tomada. “A bancada é que tomará decisão. O líder é um dos nomes.”
A posição de Aécio conta o respaldo de todas as alas do partido, como a do ministro de Relações Exteriores, José Serra, e a do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
No páreo. Em outra frente, os líderes de partidos que formam o Centrão devem lançar um nome na disputa contra Maia. O bloco é formado por 13 partidos da base aliada e liderado pelos três maiores – PP, PSD e PTB.
Com a maior bancada na Câmara, com 67 deputados, o PMDB tem sido assediado pelos dois grupos da base aliada do governo que pretendem disputar o comando da Casa: o Centrão e a antiga oposição – PSDB, DEM, PPS e PSB.
Além da presidência, outros cargos da Mesa Diretora da Câmara também serão escolhidos no pleito de fevereiro de 2017.
A articulação entre as legendas também visa garantir espaço na Mesa na próxima legislatura. O PMDB reivindica a vice-presidência da Câmara ou a primeira secretaria.
Os partidos também têm de definir os líderes das bancadas que formarão o colégio de líderes a partir de 2017.
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