Deborah Berlinck – Correspondente
DEU EM O GLOBO
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Brasileiro volta a defender legitimidade
PARIS. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente francês Nicolas Sarkozy fizeram esforço para mostrar sintonia em relação à crise política no Irã. Ao saírem de um encontro no Palácio do Eliseu, ontem, eles condenaram a violência do governo iraniano contra os manifestantes que saíram às ruas denunciando fraude na reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad.
Mas a diferença de posição e tom entre França e Brasil ficou evidente quando Lula disse que, até que se prove o contrário, os resultados das eleições não podem ser contestados: — Houve uma eleição.
Um cidadão teve 62% dos votos, outro cidadão teve 38% dos votos. Até agora não se provou absolutamente se houve qualquer ato ilícito no processo eleitoral.
Lula afirmou que o Brasil condena a violência. E disse que se a Justiça ou “qualquer outro foro” comprovasse que as eleições no Irã foram fraudulentas, “a comunidade internacional pode pedir para que haja novas eleições no Irã”. Mas até agora, frisou, não houve esta comprovação.
— O Brasil respeita o resultado de cada eleição de cada país, até que se prove o contrário — disse Lula.
Um contraste com o presidente Sarkozy, que tem multiplicado declarações denunciando fraude nas eleições e chegou a dizer que o povo iraniano “merece coisa melhor” do que os atuais dirigentes.
— Os primeiros a contestarem o resultado das eleições iranianas são os próprios iranianos. Não é uma intervenção da França ou do Brasil. Centenas de milhares de manifestantes querem dizer alguma coisa — argumentou Sarkozy. — Se o presidente Ahmadinejad estivesse tão tranquilo em relação ao resultado das eleições, nos perguntamos por que houve uma tamanha repressão contra os manifestantes.
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